O Museu Histórico de Mato Grosso estava movimentado na tarde desta terça-feira (23). Alunos andavam pelos corredores em excursão, divertindo-se principalmente com as estátuas prateadas espalhadas pelo local. Mas então, uma delas mexeu-se e um estudante, assustado, deu um grito. Foi então que todos perceberam que não tratavam-se realmente de estátuas, mas dos alunos de teatro do Cena Onze.
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Cada um dos atores mirins estavam vestidos como um personagem histórico de Mato Grosso, uma forma de homenageá-los durante a 8ª Primavera dos Museus, evento nacional que acontece até domingo (28). O tema deste ano é “Museus Criativos” e as estátuas vivas foi uma forma de o Museu Histórico, junto com o Cena Onze, realçar a programação da semana.
De acordo com o ator e diretor do Cena Onze, Odinamar Borges, o projeto das estátuas vivas é uma forma de prestigiar os alunos que estão começando nas artes cências. Em relação ao público, é uma iniciativa para despertar a curiosidade em relação a personagens marcantes em Mato Grosso. Embaixo de cada aluno, ou estátua viva, há uma placa com o nome e uma pequena descrição da personalidade representada.
Borges ainda lembrou que está é a terceira vez que o projeto é executado pelos alunos. Para aqueles que querem ver com os próprios olhos, as estátuas vivas estarão no Museu Histórico de Mato Grosso até o final desta semana. A iniciativa também voltará ao local em outubro, na semana das crianças. “Nós queremos insitgar a curiosidade do público, estimular a pesquisa e reviver os personagens marcantes da nossa cultura”, disse o ator.
Veja abaixo quais personagens foram homenageados:
Dunga Rodrigues (15 de julho de 1908 a 6 de janeiro de 2002)
Maria Benedita Deschamps Rodrigues marcou a história da musicografia mato-grossense. Sinônimo de cultura, foi uma das mulheres que mais se destacaram em Mato Grosso do século passado. Professora, musicista, historiadora e escritora, Dunga Rodrigues ensinou francês, mas principalmente, a música. Promoveu saraus, recitais, formou músicos na capital e escreveu livros sobre a cultura e história de Cuiabá e Mato Grosso.
Silva Freire (20 de setembro de 1928 a 11 de agosto de 1991)
Benedito Sant’Ana da Silva Freire nasceu em Mimoso, distrito localizado no Município de Santo Antônio de Leverger - MT. Conterrâneo do Marechal Cândido Rondon, Silva Freire foi poeta, advogado, professor na faculdade de direito da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e ocupou a cadeira número 38 da Academia Mato-Grossense de Letras (AML). Recebeu diversas homenagens, entre elas, a homenagem do Univag Centro Universitário de Várzea Grande MT, que deu o nome deste intelectual à sua biblioteca.
Cândido Rondon (5 de maio de 1865 a 19 de janeiro de 1958)
Cândido Mariano da Silva Rondon foi militar e sertanista brasileiro, nomeado chefe do Distrito Telegráfico de Mato Grosso, designado para a Comissão de Construção da linha telegráfica que ligaria Mato Grosso e Goiás. De origem indígena por parte de seus bisavós maternos (Bororó e Terena) e bisavó paterna (Guará), Rondon tornou-se orfão preconcemente, tendo sido criado pelo tio.
Dante Martins de Oliveira (Cuiabá, 6 de fevereiro de 19552 a 6 de julho de 2006)
Natural do Estado de Mato Grosso, engenheiro civil e político brasileiro. Foi deputado estadual, deputado federal, ministro, Prefeito de Cuiabá e Governador do Estado de Mato Grosso. Ficou nacionalmente conhecido pela autoria de uma emenda constitucional que levou seu nome, propondo o restabelecimento das eleições diretas para Presidente da República, em um movimento que resultou na campanha Diretas Já.
Dom Aquino Correia (2 de abril de 1885 a 22 de março de 1956)
Francisco de Aquino Correia foi arcebispo de Cuiabá e governante de Mato Grosso. Foi também poeta e escritor, o primeiro mato-grossense a pertencer à Academia Brasileira de Letras. Foi também um dos principais incentivadores à fundação da Academia Mato-Grossense de Letras e do Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso.
Liu Arruda (30 de maio de 1957 a 24 de outubro de 1999)
Elonil de Arruda foi jornalista, ator, professor e músico. Herdou da mãe o interesse pelo teatro e desde a década de 80 foi o mais popular ator do estado. A primeira apresentação aconteceu em 1968, no Colégio São Gonçalo, onde fez a dublagem de Balada para um Louco. Seus personagens foram responsáveis pelo resgate da cultura mato-grossense.
Barão de Melgaço (30 de janeiro de 1802 a 14 de janeiro de 1880)
O almirante Augusto João Manuel Leverger, primeiro e único barão de Melgaço, vindo de Saint-Malo, era brasileiro naturalizado. Foi escritor, herói da Guerra do Paraguai e presidente da província de Mato Grosso em várias ocasiões. Chegou a ter o apelido de Bretão de Cuiabá. Segundo seu biógrafo, Virgílio Corrêa Filho, era marinheiro desde muito jovem, tendo chegado ao Brasil em 1824. Um decreto de 26 de maio de 1825 o nomeou segundo-tenente.
