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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Casa Barão de Melgaço ganha novo 'frescor' com posse de Lucinda Persona; Fotos

Foto: Stéfanie Medeiros/ Olhar Conceito

Casa Barão de Melgaço ganha novo 'frescor' com posse de Lucinda Persona; Fotos
A Casa Barão de Melgaço, depois de uma temporada agitada, está novamente em festa. Nesta terça-feita, a primeira imortal eleita este ano tomou posse da cadeira de número 4. Trata-se da poetisa Lucinda Persona, escolhida como membro da Academia Mato-Grossense de Letras em votação que aconteceu no dia 2 de agosto, que também elegeu Marta Cocoo e Sueli Bastista.

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Lucinda Persona: Conheça a nova imortal da AML que tomará posse nesta terça-feira

A primeira das três cerimônias de posse encheu os assentos do auditório do casarão histórico. Uma cerimônia de posse é sempre cheia de detalhes, respeitando a tradição e, principalmente, prestando homenagem aos escritores do passado. Veja como foi a posse de Lucinda Persona:

Entrada de Lucinda

No começo, a empossanda deve ficar em uma sala, isolada do público. Quando do início da cerimônia, os imortais são chamados para ocupar suas respectivas cadeiras, respeitando a ordem de antiguidade. O presidente da AML, Eduardo Mahon, bem como o secretário, Fernando Tadeu Borges, sentaram-se na mesa de honra. Homenageando os ocupantes da cadeira quatro, membros da família também foram convidados a sentarem-se em primeiro plano.

Depois de iniciar oficialmente a sessão solene, três imortais são designados para trazer a empossanda ao seu lugar. Quando Lucinda entrou nos salões, todos levantaram-se, aplaudindo com entusiasmo. Sorrindo e cumprimentando a todos que podia, Lucinda ocupou seu lugar de destaque na mesa de honra.



Abertura da Sessão Solene de Posse

Depois de sentada, o presidente da AML iniciou seu discurso de abertura da sessão solene de posse. “A assunção de Lucinda Persona à cadeira 4 da AML é uma lufada de frescor na Casa Barão de Melgaço que recebe de portas e janelas abertas, apanhando um pouco de todos os ventos que sopram pela cultura. Estar fechado é resistir ao vento e, quando é assim, uma casa pode desabar. A cultura também se comporta como uma edificação: importa não resistir e sim incorporar a tudo e a todos”, disse Mahon.

A eleição de Lucinda Persona, Marta Cocco e Sueli Batista representaram uma revolução na Academia Mato-Grossense de Letras. Não porque as três são mulheres, mas porque todas trabalham com poesia e prosa moderna. Isto é, como disse Mahon em seu discurso, “a lufada de frescor na Casa Barão de Melgaço”.



Oficialmente imortal

Depois do discurso de abertura, o secretário da AML, o imortal Fernando Tadeu, leu o termo de posse. Ele, Eduardo Mahon e Lucinda Persona assinaram o documento, declarando que a cadeira número 4 está oficialmente ocupada pela poetisa.

Logo em seguida, Marília Beatriz Figueiredo foi convocada para colocar na empossanda sua pelerine, símbolo de um membro da Academia Mato-Grossense de Letras. Das mãos do presidente da AML, Lucinda recebeu seu diploma de acadêmica.



Quebra de protocolo

Quando a nova imortal toma oficialmente posse da cadeira a que foi designada, é praxe homenagear as famílias dos ocupantes anteriores. O designado para entregar o buquê de flores foi Avelino Tavares, que resolveu quebrar o protocolo para homenagear não só os antigos, mas também a atual ocupante da cadeira de número 4. Para acompanhá-lo na homenagem, Tavares convidou Marília Beatriz Figueiredo.

Os dois entregaram as flores para os familiares dos antecessores de Lucinda. Logo em seguida, Avelino leu um soneto para a nova imortal, homenageando a ela e a todas as mulheres.



Discursos

Após as formalidades, a ‘madrinha’ da empossanda e a nova imortal fazem seus discursos. Quem deu as boas-vindas formais a Lucinda foi a amiga de longa data da poetista, a também escritora Yasmin Nadaf. Nas suas palavras, Nadaf lembrou de quando conheceu o trabalho de Lucinda e depois, quando a conheceu pessoalmente.

Também discorreu sobre sua vida, a importância de sua obra e o brilhantismo de seu trabalho. “A linguagem literária não tem idade, sobremodo não envelhece. Mas é justo afirmarmos que estamos te esperando há anos nesta Casa e a cultura mato-grossense, pacientemente, também. Seja, portanto, bem-vinda, Lucinda Persona”, disse Nadaf, encerrando seu discurso.



Então, a própria Lucinda Persona levantou-se da mesa de honra e assumiu seu lugar no pulpito. Em seu discurso, a poetisa prestou homenagem a todos os ocupantes da cadeira que a partir desta terça-feira (01), sentar-se-á. São eles: Dom Francisco de Aquino Corrêa, Padre Raimundo Pombo, Padre Firmo Pinto Duarte e, como patrono, José Manoel de Siqueira.

No discurso da empossanda, lembrar seus antecessores na cadeira em que ocupa é uma das principais tradições (e funções) da Academia Mato-Grossense de Letras. Isto é, ao homenagear os antigos imortais, segue-se sempre lembrando o trabalho e vida de cada um, perpetuando sempre o lema “não esquecer”. Ao encerrar sua fala com agradecimentos a todos os imortais, membros de sua família e amigos, Lucinda sentou-se novamente na mesa de honra. A sessão solene de posse, então, encerrou-se.



Todos os convidados então saíram para a parte externa do casarão, onde aconteceu o coquetel. Andando pelos salões e quintais da Casa Barão de Melgaço com sua pelerine azul, Lucinda já fazia parte da história da Academia Mato-Grossense de Letras.



Sobre Lucinda Persona

Lucinda Persona nasceu em Arapongas, no Paraná, em 11 de março de 1947, e reside em Cuiabá, Mato Grosso, desde o ano de 1965. Nesta cidade, casou-se com Walter Persona em 30 de dezembro de 1970. Ela é bióloga, mestre em Histologia e Embriologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), e atuou como professora na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e na Universidade de Cuiabá (Unic).

No período de 1995 a 2009, publicou seus livros de poesia “Por imenso gosto”, “Ser cotidiano”, “Sopa escaldante”, “Leito de acaso” e “Tempo comum”. “Por imenso gosto” e “Sopa escaldante” foram premiados em âmbito nacional, com o Prêmio Cecília Meireles, da União Brasileira de Escritores (UBE).



Lucinda também publicou crônicas, contos e resenhas literárias em jornais da capital de Mato Grosso e enveredou pelo gênero infanto-juvenil assinando os títulos “Ele era de outro mundo”, em 1997, e “A cidade sem sol”, em 2000. De sua estreia nas letras à atualidade, participou de várias antologias nacionais, contribuindo com escritos em prosa e poesia.
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