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Quinta-feira, 02 de maio de 2024

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Roberta Medina diz que alta do dólar motivou ingressos mais caros do Rock in Rio

RIO - Vice-presidente executiva do Rock in Rio, Roberta Medina creditou à alta do dólar os dois aumentos de preços dos ingressos que o festival decidiu fazer nos últimos meses (de R$ 260 para R$ 320 na pré-venda, que aconteceu em novembro, e para R$ 350 na venda de fato, que começa no dia 9). Segundo reportagem publicada ontem na “Folha de S.Paulo”, o Rock in Rio assumiu com o Ministério da Cultura o compromisso de manter os ingressos a R$ 260 ao obter a autorização para captar R$ 18,3 milhões por intermédio da Lei Rouanet, que oferece isenção fiscal às empresas patrocinadoras. O pedido inicial do Rock in Rio era para a captação de R$ 23,3 milhões.

— O projeto foi aprovado em maio, mas 43% dos custos são calculados em dólar, e então reajustamos o valor e informamos ao MinC a alteração — diz Roberta — Em fevereiro, depois de ter feito a pré-venda, recebemos ofício do ministério dizendo que o aumento não tinha sido autorizado, mas já tínhamos concluído a pré-venda de ingressos. Prestamos esclarecimentos a eles e estamos esperando uma resposta. Temos uma relação muito transparente com o ministério. Se for do entendimento (do órgão) que temos que devolver o dinheiro porque a lei manda, devolveremos.

Quando o projeto do Rock in Rio foi aprovado pelo MinC, em 29 de maio de 2014, o dólar era cotado, no comercial, a R$ 2,22. Hoje, ele está a R$ 3,15.

Segura de que “a lei permite alterações(no valor dos ingressos)”, Roberta Medina argumenta que os R$ 12 milhões que o festival espera captar respondem por algo próximo a 7% do custo total do festival, e que as responsabilidades em relação ao ministério (como os 20% de ingressos destinados ao Vale-Cultura) terão seus valores calculados proporcionalmente ao que for captado por intermédio da lei de isenção fiscal.

Rouanet em outras edições

Em 2013, o Rock in Rio solicitou, via Lei Rouanet, a permissão para captar R$ 20,4 milhões, obteve a aprovação para R$ 11,8 milhões e captou de fato R$ 9,6 milhões. Em 2011, o valor pedido foi de R$ 19,9 milhões, o aprovado, R$ 12,3 milhões, e o captado, R$ 7,4 milhões.

Por e-mail, o MinC informou que está analisando o caso e que levará em conta os argumentos apresentados pelos realizadores. Responsável pela aprovação de projetos na Lei Rouanet, a Comissão Nacional de Incentivo à Cultura (CNIC) deve se reunir na próxima semana para avaliar a demanda do festival.

A edição 2015 do Rock in Rio, comemorativa dos 30 anos do festival, acontece entre os dias 18 e 27 de setembro, no Parque dos Atletas. Cerca de 100 mil ingressos saíram apenas na pré-venda, em novembro. A lotação para cada um dos sete dias de festival é de 85 mil pessoas. Metallica, Queen e Adam Lambert, Rihanna, Katy Perry, Slipknot, Rod Stewart e Elton John são algumas das atrações principais da escalação, quase toda já confirmada, que também terá atrações nacionais como Lulu Santos, Paralamas do Sucesso e Cidade Negra.

Anteontem, a diretoria de operações do festival teve uma reunião com representantes do Procon do Rio para acertar detalhes acerca da adoção de medidas visando a melhoria da infraestrutura na edição 2015 do Rock in Rio. A presidente do Procon Carioca, Solange Amaral, que comandou a reunião, disse que o encontro foi “satisfatório e muito produtivo”.

— Vínhamos mantendo alguns contatos desde as outras edições, vendo o que as pessoas escreviam no Twitter, e ainda havia pontos a serem melhorados — conta Solange, destacando a questão do esgoto e da quantidade de ambulâncias e médicos. — O Rock in Rio se comprometeu a contratar uma empresa especializada para cuidar do esgoto, que em outras edições vazou em lojas, e a duplicar ambulâncias e médicos no local.

Outras questões abordadas durante a reunião envolvem a permissão para que o público leve sua própria comida (dentro do que, segundo Roberta Medina, possa ser considerado uma “quantidade razoável”), acessibilidade dos cadeirantes aos banheiros, os ajustes necessários para que o transporte possa fluir em uma área da cidade cheia de obras para as Olimpíadas e, em especial, a revista na entrada, que, segundo Solange, “não pode ser vexatória”. Uma nova reunião do Procon Carioca com o festival está sendo marcada para junho.
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