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Sexta-feira, 17 de maio de 2024

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B.B. King será homenageado em Las Vegas antes do enterro no Mississippi

Foto: (Foto: Arquivo / Peter Morgan / Reuters)

B.B. King posa com os dois prêmios Grammy, no Madison Square de Nova York, em fevereiro de 2003.

B.B. King posa com os dois prêmios Grammy, no Madison Square de Nova York, em fevereiro de 2003.

O rei do blues, B. B. King, que morreu na semana passada aos 89 anos, será homenageado em Las Vegas e, em seguida, seu corpo será enviado para o estado natal de Mississippi, onde será enterrado, informaram seus herdeiros nesta segunda-feira (18).


O lendário músico morreu na última quinta-feira em Las Vegas (Nevada, oeste dos Estados Unidos), onde vivia após muitos anos de intensas turnês que havia terminado alguns meses atrás.

O site oficial do músico anunciou que um velório aberto ao público será realizado nesta sexta-feira (22) em uma casa funerária de Las Vegas.

Uma de suas filhas, a cantora Claudette King, também informou sobre o velório e acrescentou que o ato será seguido por um serviço no dia seguinte.

Em seguida, a lenda da música será enterradam, já na próxima semana, em seu museu em Indianola, Mississippi, perto de onde ele cresceu, de acordo com o jornal local "The Clarion-Ledger".

Até o momento, o museu não fez comentários sobre o evento.

O museu de B.B. King foi inaugurado em 2008 para expor itens do virtuoso guitarrista, bem como o patrimônio cultural do Delta do Rio Mississippi, região Noroeste, onde nasceu o blues.

King, dono da famosa guitarra "Lucille", estava hospitalizado desde o final de abril e morreu de desidratação resultante de uma diabetes diagnosticada há 30 anos. Além disso, o músico sofria de hipertensão.

A notícia de sua morte provocou uma explosão de homenagens de músicos de todas as gerações.

Considerado o maior guitarrista de blues da atualidade, verdadeira lenda. Riley B. King, nasceu em 16 de setembro de 1925, no Mississippi, Estados Unidos. Sua infância foi parecida com a de milhares de meninos negros, trabalhadores agrícolas nas grandes plantações de algodão do sul segregacionista.

Tocava nas esquinas e em bares. Comprou o primeiro violão quando a falta de eletricidade no interior do país fazia dos instrumentos musicais a maior atração dos anos de 1940.

O músico foi autodidata, nunca teve professor convencional. Gostava de ser seduzido pelas melodias. Mas teve teve a sorte de contar durante a adolescência com o apoio protetor de Bukka White, seu primo. Este guitarrista, muito renomado na região, deu as dicas de guitarra ao futuro gênio e o levou a descobrir a grande cidade da música, Memphis, para onde se mudou em 1947.

O futuro B.B. King passou a conviver com Sonny Boy Williamson (Rice Miller), Robert Lockwood Jr, Bobby "Blue" Bland e tocava regularmente na Beale Street, onde mais tarde abriu um clube com seu nome, a "Broadway" da música negra nos Estados Unidos.

Sua carreira ganhou novo fôlego em 1949 ao ser contratado como DJ de uma rádio, onde ganhou o apelido que o eternizou, Blues Boy, ou B.B.

Seu primeiro grande sucesso nacional foi “Three o'clock blues”, que estourou nos anos 1950. A partir daí começou a fazer turnês sem parar. Só no ano de 1956 sua banda chegou a fazer 342 apresentações.

B.B. King criou um estilo autêntico de guitarra. Em seus solos, ao contrário de outros guitarristas, o Rei do Blues preferia usar poucas notas. Ele dizia que conseguia fazer uma nota valer por mil.
Paixão era a guitarra
Ele tinha verdadeira paixão por seus instrumentos. Tanto que enfrentou um incêndio durante um show para salvar uma de suas guitarras. O fogo teria começado numa disputa entre dois rapazes por uma garota. Depois desse episódio suas guitarras passariam a ser carinhosamente chamadas de “Lucille”, o nome da jovem.

A fama de suas guitarras ganhou o mundo. Em 1997, King presenteou o papa João Paulo II com uma “Lucille”, no Vaticano.
Em 2012, fez parceria inesperada com o presidente americano Barack Obama, durante um show de blues na Casa Branca.
Em outubro de 2014, o guitarrista precisou abandonar um espetáculo em Chicago, diante de um quadro de desidratação e esgotamento, o que provocou a suspensão do restante da turnê, que ainda tinha 8 shows programados.

Aos 86 anos, ainda fazia cerca de 100 apresentações por ano. O último show no Brasil ocorreu em 2012, em São Paulo. Antes, se apresentou no Rio de Janeiro e em Curitiba.
Influente
Considerado um dos artistas mais influentes de todos os tempos, seu talento inspirou outros grandes guitarristas, como Stevie Ray Vaughan, Jeff Beck, Jimi Hendrix, George Harrison, Buddy Guy e Eric Clapton.

Na lista de 2003 dos 100 maiores guitarristas de todos os tempos, a revista "Rolling Stone" classificou King como nº 3, atrás apenas de Jimi Hendrix e Duane Allman.

B.B. King ganhou diversos Grammy: melhor desempenho vocal masculino de Rhythm & Blues, em 1970, com “The thrill is gone”; melhor gravação étnica ou tradicional, em 1981, com “There must be a better world somewhere”; melhor gravação de blues, em 1983, com “Blues’N jazz”, e, em 1985, com “My guitar sings the blues”.

Em 1970, "Indianola Mississippi Seeds" concedeu-lhe o Grammy de melhor capa de álbum. A Gibson Guitar Co. o nomeou “embaixador das guitarras Gibson no mundo”.

King se casou duas vezes. Primeiro com Martha Lee Denton, com quem viveu entre 1946 e 1952; e, depois com Sue Carol Hall, entre 1958 e 1966. O artista deixa 14 filhos e mais de 50 netos.
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