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Quinta-feira, 28 de março de 2024

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Ouro Preto: de museus e Igrejas à cidade universitária mais famosa do país

Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito

Ouro Preto: de museus e Igrejas à cidade universitária mais famosa do país
Se os escravos demoravam de quatro a cinco anos para encontrar todo o ouro possível de uma mina, é provável que a mesma quantidade de tempo seja necessária para explorar Ouro Preto. A cidade, que hoje vive do turismo, e que ainda possui muita riqueza em suas rochas, é um grande museu a céu aberto.

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A cidade foi fundada em 1711, e atualmente tem cerca de 70 mil habitantes (15 mil deles são estudantes). Nos bons tempos, no entanto, quando o ouro foi encontrado e a região prosperava, chegaram a morar 150 mil pessoas (quando o ouro acabou, esse número caiu para 15 mil).

Para o turista que fica alguns dias e precisa conhecer o ‘essencial’ da cidade, no entanto, há um grande leque de opções de acordo com cada gosto. Ouro Preto possui dezoito igrejas, doze museus, além do Teatro Municipal, a Biblioteca Pública, a Estação Ferroviária, a Feira de Artesanato em Pedra Sabão e diversos cafés, restaurantes, bares e lojas.



Feira de Artesanato (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)

O ponto central e mais importante, a Praça Tiradentes, leva este nome porque foi ali que foi exposta a cabeça de Tiradentes depois de sua morte e esquartejamento. É em volta da Praça, também, que está o Museu da Inconfidência.

A Inconfidência foi uma das principais revoltas contra a dominação portuguesa. Dentre os inconfidentes, o mais conhecido é Joaquim José da Silva Xavier, apelidado de Tiradentes.

O museu fica dentro do prédio onde antes estava localizado uma prisão de segurança maxima (no primeiro andar) e a Câmara Municipal (no segundo andar). Dentro dele encontram-se artigos utilizados pela nobreza da época - os donos das minas e descendentes de portugueses – como móveis, artefatos para punir escravos, itens utilizados nos cavalos e meios de transporte, balanças de pesar ouro, dentre outros.

Estão ali, também, os túmulos de catorze inconfidentes, sendo o de Tiradentes apenas simbólico (seu corpo foi esquartejado e cada parte foi deixada em um local, no caminho do Rio de Janeiro até Minas Gerais).

No segundo andar do museu encontram-se obras de arte sacra, e muitas peças que são atribuídas a Aleijadinho e ao pintor Ataíde. Como os dois não tinham formação acadêmica, suas obras não podiam ser assinadas, o que leva os historiadores a estudarem marcas deixadas em cada uma delas, e associá-las aos artistas.

Outras obras

Também próxima à Praça Tiradentes está a Igreja Nossa Senhora do Carmo. Projetada pelo pai de Aleijadinho, que era português e descendente de árabes, a Igreja é da ordem das Camelitas, e também recebeu ‘retoques’ do filho. Seu estilo é o rococó, marcado pelo menor número de anjos e a valorização dos espaços vazios. Esta é, ainda, a Igreja mais rica em Jacarandá no Brasil, e possui em sua decoração pedras alemãs e azulejos portugueses.


Igreja de Nossa Senhora do Carmo (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)


Projetada totalmente por Aleijadinho, a Igreja São Franciso de Assis fica a alguns metros da Nossa Senhora do Carmo, mas já possui diferenças em sua fachada. O artista, para construí-la, baseou-se nas cruzadas que estavam acontecendo naqueles anos, e contrariando as ordens da Igreja Católica, construiu duas torres arredondadas nas pontas, que representariam as guaritas dos soldados, e uma cruz de dois braços, símbolo das Cruzadas.

Dentro da Igreja está uma pintura de Ataíde, no teto, e no chão diversos números chamam a atenção: ali ficavam os túmulos de quem tinha dinheiro para comprar a estadia eterna embaixo da Casa de Deus e, assim, ter a garantia do passe para o céu. O irônico é que em 1888 foi proibido enterrar pessoas nas Igrejas, e todos os restos mortais foram retirados dalí – sobrando apenas os números dos túmulos.


Igreja São Francisco de Assis (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)


Além das Igrejas

O turista em Ouro Preto, além de visitar os resultados do ouro como as Igrejas cheias de enfeites e os museus, pode também conhecer de onde ele veio. Algumas minas estão abertas à visitação, dentre elas a mina ‘Chico Rei’.

Chico Rei era um rei da África que foi trazido para o Brasil como escravo. Trabalhando em uma mina de ouro de um patrão endividado, ele conseguiu encontrar quantidades grandes do metal precioso e comprar sua liberdade – e a de diversos outros negros.

Ali, Chico Rei tornou-se dono da mina, e trabalhavam para ele os outros negros alforriados. Foi este grupo, também, que iniciou as danças de capoeira e o canto do congado em Ouro Preto, que até mesmo a nobreza queria conhecer e assistir. Depois de algum tempo, Chico conseguiu voltar para a África, mas a história se perdeu e não se sabe se ele chegou a seu destino.

A mina



Mina de Chico Rei por dentro (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)


As minas de ouro eram exploradas pelos africanos que já conheciam as técnicas para fazê-lo desde que viviam em sua terra natal. Chegando ali eles sabiam exatamente qual a cor da pedra que estaria cheia de riquezas, e qual a forma certa de explorá-la. O visitante da mina, hoje em dia, consegue ver os resquícios deixados pelo trabalho dos escravos e até mesmo enxergar a forma com que eles quebravam a pedra, como faziam para produzir luz e para respirar ali dentro.

Além da mina do Chico Rei, existem em Ouro Preto outras minas disponíveis para visitação, como a mina do Jeje e a Mina Du Veloso. Outra mina famosa é a de Passagem de Mariana, a primeira mina industrial do local.

*O Olhar Conceito foi a Ouro Preto a convite da ABAV-MG, para o Primeiro Festival de Turismo de Ouro Preto.
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