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Quinta-feira, 25 de abril de 2024

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As estratégias de quem vai pra rua: guerreiros urbanos

Foto: Reprodução/FolhaPress/Fabio Braga

Com lenço e com documento: jovem mulher nos protestos contra o aumento da passagem de ônibus, em São Paulo

Com lenço e com documento: jovem mulher nos protestos contra o aumento da passagem de ônibus, em São Paulo

Nos últimos dias, jornais, sites, revistas e canais de televisão têm exibido imagens chocantes de manifestações populares no Brasil e na Turquia.

São cenas de guerras urbanas que começaram por motivos legítimos, saíram do controle e viraram embates entre liberdade de expressão e autoritarismo. Em Istambul, os tumultos começaram na sexta (07.06), quando a polícia atacou de surpresa uma manifestação pacífica nos moldes do Occupy na Taksim Square, enquanto um grupo protestava contra a demolição de um pequeno parque que daria lugar a um shopping center.

Na ocasião, uma mulher em um vestido vermelho, considerada extremista pelo governo turco, foi acometida por um policial com gás lacrimogêneo. Enquanto a força do spray fez até o seu cabelo voar para cima, a jovem universitária mantém-se parada, sem gestos de defesa ou ataque. A foto foi uma das mais compartilhadas e comentadas nas redes sociais e virou um dos símbolos do atual protesto. Agora, mais do que se manifestar para proteger um parque, o povo reclama contra a violência policial e o governo autoritário. As manifestações tornaram-se violentas dos dois lados e já deixaram diversas pessoas machucadas.

Em São Paulo, os protestos começaram após a divulgação da nova tarifa da passagem de ônibus, que subiu de R$ 3 para R$ 3,20, reajuste abaixo da inflação. Sob o mote “Se a tarifa não baixar, São Paulo vai parar”, milhares de pessoas lideradas pelo Movimento Passe Livre têm de fato parado a cidade com manifestações em pontos vitais da capital, como a Avenida Paulista e o centro da cidade. O aumento da tarifa agora é apenas um dos motivos, já que os jovens protestantes agora rebelam-se contra a repressão policial.

Todos sabemos que violência gera violência, e no meio da confusão, nota-se uma presença forte de mulheres, jovens e articuladas, e ainda as máscaras usadas pelos ativistas, exaustivamente fotografadas e pautas de diversas matérias publicadas em sites e jornais internacionais.

Especialmente na Turquia, os manifestantes foram criativos na construção de suas roupas de guerra. Garrafas de água, papel filme, óculos de mergulho, lenços, máscaras cirúrgicas e até sutiãs estão entre os apetrechos usados como máscaras de proteção, anonimato e impacto.

No Brasil, lenços, camisetas e pedaços de panos são usados para cobrir o rosto.

Amplamente fotografadas, as máscaras, em suas mais variadas formas, são parte da armadura dos guerreiros urbanos. Não fosse a ocasião triste e violenta, seria engraçado.
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