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Quarta-feira, 24 de abril de 2024

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Aos 20 anos, fotógrafa cuiabana retrata a beleza feminina natural em ensaios de nu artístico

Foto: Arquivo Pessoal

A fotógrafa Fernanda Neitzel

A fotógrafa Fernanda Neitzel

O pouco tempo de prática já trouxe à Fernanda histórias incríveis para contar. A fotógrafa, que há oito meses optou por retratar a beleza do nu feminino, encanta-se com cada história que escuta e, acima de tudo, com cada ensaio que finaliza.

Fernanda Neitzel é cuiabana, tem vinte anos de idade, e estuda Educação Física. Há um ano, só tirava fotos em aniversários e com uma câmera que não era profissional. Foi em março de 2015 que ela fotografou uma amiga de biquíni, e ficou surpresa com o resultado:

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“Eu tirei as fotos e um amigo meu, fotógrafo, me disse pra criar a página no Facebook. Eu não queria, mas acabei criando e fui tirando fotos de outras amigas. Quando vi, a Fan Page estava com mais de mil curtidas e o Instagram com quase dez mil seguidores”, contou ao Olhar Conceito.

E com a visibilidade, começaram a aparecer clientes. Primeiro, ela cobrava R$100 pelos ensaios, mas foi alertada de que aquele preço estava baixo demais. Aumentou, até chegar a um preço justo. Nestes sete meses de trabalho, Fernanda já fotografou 56 mulheres, de dezoito (ela não fotografa menores de idade) a 49 anos de idade.



Os motivos pelos quais as mulheres a procuram são muitos: “Tem gente que terminou um relacionamento e ta precisando de autoestima, tem quem não se acham bonitas, tem as que fazem de presente pra namorado, e tem as que procuram para usar as imagens e divulgar na internet, como modelos, por exemplo”, conta.

Dentre as histórias mais marcantes para a fotógrafa, está uma de uma garota que, por causa do vitiligo, tinha uma mancha na sobrancelha: “Ela me perguntou se devia cobrir a mancha, e eu disse que não. Que ela tinha a mancha e ela sairia nas fotos com ela”.

Quando foi entregar o ensaio, Fernanda conta que a garota chorou: “Ela chorou ao ver que era bonita daquele jeito. Depois de um tempo, encontrei-a em uma festa e ela estava sem maquiagem, sem cobrir a mancha. Eu perguntei e ela disse que não cobria mais”.

Em outra ocasião, ela fotografou uma garota que queria muito cortar os cabelos, mas não tinha coragem: “Nas fotos eu arrumei o cabelo como se fosse curto, e depois de alguns dias eu a encontrei e ela tinha cortado. Muita coragem, né? O cabelo dela era na cintura”, conta a fotógrafa.

São estes resultados que fazem Fernanda persistir, mesmo com muita coisa contra. Ela explica que desde o início sua família foi contra a fotografia, e que, além disso, recebe muito mais comentários maldosos na internet do que elogios: “As pessoas comentam falando que é pouca vergonha, que mulher não precisa se expor assim, que depois é estuprada e não sabe porque... são comentários muito machistas mesmo”.

A confirmação de seu talento veio de fora. Há cerca de dois meses, ela recebeu um email da Faculdade de Belas Artes de São Paulo, convidando-a para estudar fotografia com uma bolsa de estudos.

Por aqui, Fernanda vai expor no próximo ‘Tecendo Caminhos’, dia sete de novembro, na Praça da República, a partir das 19h30. E ela também foi convidada para mostrar seu trabalho em janeiro no Museu Histórico de Mato Grosso: “Mas não sei se vou... tenho medo de ficar lá e ninguém visitar”, afirma.

A sessão

Para entregar cerca de vinte fotos para a cliente, seja em pen-drive, DVD, impressas ou em foto-livro, Fernanda demora no mínimo três horas clicando, e faz mais de trezentas imagens. Até a modelo ficar à vontade leva tempo: “As primeiras cem fotos normalmente não saem legais, e até quebrar o gelo leva cerca de uma hora e meia. Mas tem meninas que são mais tímidas, e não tenho problema em esperar”, explica.

Ela tira as fotos em um estúdio improvisado que fez em sua casa: “Eu fui morar sozinha por causa da fotografia. Abdiquei do meu quarto, onde fiz um estúdio, e eu durmo num quartinho/sala”. Algumas meninas que preferem tirar as fotos em outros lugares podem pagar locação.

São as clientes, também, que decidem se suas fotos poderão ser publicadas ou não: “Eu tenho um contrato de liberação e um de restrição total, que cada cliente assina antes de eu fotografar”, explica.

Sobre maquiagem e edição de fotos, ela prefere o natural: “Eu não gosto muito de maquiagem, mas se a mulher quiser, ela pode fazer por fora ou me pedir que eu leve uma maquiadora. As edições eu faço somente do fundo, enquadramento, essas coisas... Deixo a mulher como ela é, se tem estria fica com estria, se tem mancha fica com mancha”.

Seu projeto no Instagram, ‘The Faces Of’, mostra o que ela quer mostrar: as mulheres, belas como são. Fernanda conta que seu papel é fazer com que elas vejam um lado que nem elas mesmas sabiam que existia: quem elas são realmente.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Fernanda, acesse a FAN PAGE  e o INSTAGRAM. 

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