Depois que seu pai faleceu, Nathan Henrique decidiu que precisava fazer algo além de sofrer. Ficou alguns meses trancado em seu apartamento e começou a se dedicar às artes plásticas – dom que seu pai sempre exaltou, mas que ele nunca tinha dado ouvidos.
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“Logo depois que ele morreu eu tive um sonho muito real [...] eu era criança e pintava, e sentia uma sensação muito boa por estar fazendo aquilo. Acordei pensando que eu precisava fazer isso da vida”, contou o artista ao
Olhar Conceito.
Nascido em Cuiabá, Nathan viveu grande parte de sua vida em Vila Bela da Santíssima Trindade, cidade histórica e primeira capital do estado de Mato Grosso. E foi inspirado nesta cidade que ele criou sua primeira exposição: “Vendi algumas coisas, comprei material e comecei a pintar quadros em homenagem a pessoas de Vila Bela”. No total, foram 12 personagens: “Enquanto eu pintava, vinha mais um na minha cabeça, e eu segui fazendo”, conta.
Com os quadros prontos, Nathan realizou sua primeira exposição em julho de 2015. “Foi um sucesso, muita gente foi, tinha excursão de colégio, de instituições [...] até o governador foi. Vila Bela é uma cidade histórica que não tinha nenhum artista plástico”, conta o pintor.
Depois da primeira aparição, o artista conquistou certo destaque. Em pouco tempo estava na televisão, dando entrevistas, foi convidado para pintar murais, fazer performances de ‘live painting’ e se tornou conhecido no cenário regional: “A minha identidade vem da Pop Art, mas é uma pop art regional, com diversas referências de Cuiabá e Mato Grosso”, explica. Em todas as suas obras, por exemplo, ele coloca uma garrafa na cabeça dos persoangens – alusão a uma dança típica de Vila Bela.
As Marias
Camisetas estampadas com as Marias (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Direto)
A última série que Nathan criou foi a das ‘Marias’. A ideia era criar apenas uma Maria e colocá-la em diversas paisagens, mas com o tempo ela se transformou em mulheres com personalidades diferentes: “Para que toda mulher possa se identificar”, explica.
Ana Rafaela e Lorena Ly são algumas das inspirações para criar as ‘Marias’, que atualmente já estampam camisetas, canecas, cases de celular e estão em murais pelo estado de Mato Grosso. Ana é a Maria Ousadia, e Lorena a Maria Alegria.
Mas não são só as personalidades famosas que inspiraram o artista. Algumas amigas como as jornalistas Suelen Frigo e Michele do É bem Mato Grosso, e até mesmo uma ‘pessoa especial’, chamada Brenda Gracioso, se tornaram, respectivamente, a Maria Cuiabaninha, a Maria Aventureira e a Maria Charmosa.
Maria Charmosa - inspirada em Brenda Gracioso - e Maria Bonita, inpirada em Thaís Araújo numa edição especial contra o preconceito. (Foto: Isabela Mercuri / Olhar Conceito)
“Minha ideia era popularizar a arte, porque não são todas as pessoas que tem acesso a um quadro, que é mais caro. Então tive a ideia de fazer as camisetas, canecas, ir a escolas ensinar a pintar, fazer murais pela cidade e por aí vai”, conta Nathan.
Mesmo pouco tempo depois do lançamento, ele afirma que o projeto atingiu proporções que ele não esperava: “Eu criei a série também como uma forma de valorizar a mulher mato-grossense, valorizar a cultura local sem deixar de acompanhar a modernidade”.
E a série ainda não acabou. Nathan pretende criar a Maria Namoradeira, a Maria Rezadeira, a Maria Jornalista e muitas outras. O artista também faz quadros por encomenda. Para saber mais sobre ele acesse o
INSTAGRAM. Ou encomende os produtos pelo telefone (65)9648-8908 ou (65)8133-0354.
