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Terça-feira, 23 de abril de 2024

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CONTRA CORRUPÇÃO

Em tempos de protestos, atores mato-grossenses encenam texto combativo de Brecht em Florianópolis

Em tempos de protestos, atores mato-grossenses encenam texto combativo de Brecht em Florianópolis
O teatro mato-grossense chega até a Florianópolis (SC) nesta sexta-feira. Os atores do Ponto de Cultura Teatro Experimental (TEAF), de Alta Floresta, encenam “A Santa Joana dos Matadouros, de Bertolt Brecht, às 19h, no Sesc Prainha. Na atual conjuntura de levante popular, a peça soa também como um manifesto contra a corrupção e o controle de mercado por poucos. Tudo isso narrado por mais de 30 personagens.

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A apresentação faz parte do intercâmbio cultural entre o Teatro Experimental e a atriz catarinense Heloísa Marina. Há um mês ela acompanhou o trabalho da companhia mato-grossense nesta região e recebeu uma bolsa de R$ 50 mil da Funarte, o Bolsa de Interações Estéticas Residências Artísticas em Pontos de Cultura, para realizar o projeto. Além da encenação, o TEAF participará do Seminário ‘Épico e Didático – Sul e Centro-Oeste: intercâmbios estéticos entre grupos’ na sede da Universidade do Estado de Santa Catarina com outros grupos do estado catarinense.

“Será um momento muito interessante para nós do TEAF, pois vamos dialogar, principalmente, com um grupo que também vive a experiência de montar um texto do Brecht”, destacou Ronaldo Adriano, ator e diretor, membro do TEAF.

Escrito entre 1928 e 1931, tendo a cidade de Chicago EUA, como cenário, o texto de Brecht ganha um cenário propício para uma montagem atualizada em um cenário mato-grossense. Tendo em vista que a peça conta a história de uma jovem militante do movimento cristão que trabalha em prol dos pobres e oprimidos, com envolvimento no universo de um empresário ambicioso que detém monopólio do gado e da carne. Expõe de forma clara e didática como as grandes empresas determinam o funcionamento do mercado, liquidando com os concorrentes, criando seus impérios e monopolizando o mercado.

Permanecendo no palco durante todo o tempo da encenação, os atores Anderson Flores, Angélica Müller, Cassiane Leite, Fernando Nunes, Gean Nunes, Patrícia Pereira e Ronaldo Adriano acompanham a narrativa realizando a ambientação sonora, tocando, cantando e operando a luz. Sentados em sete cadeiras dispostas nas laterais do espaço cênico.

De acordo com a assessoria da Secretaria de Estado de Cultura, o TEAF juntamente com o diretor convidado José Regino (da obra Celeiro das Antas – Brasília), realizam uma montagem dinâmica e atual, lançando mão de recursos propostos por Brecht em suas experiências com o teatro Épico. As músicas foram compostas pelos atores, ora musicando as letras do texto, ora compondo as letras e se apropriando de melodias resgatadas das memórias do grupo.

“Esta não é a primeira vez que o grupo pisa em solos catarinenses. A primeira vez foi em 2007, quando o grupo participou do Festival Catarinense Myriam Muniz, somente como convidado’, diz a atriz do TEAF Cassiane Leite, que também é responsável pela produção das atividades de Heloisa Marina, em Alta Floresta.

A viagem dos atores foi viabilizada por meio de edital da Secretaria de Incentivo à Cultura do Ministério da Cultura.
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