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Integrantes do Trade Turístico assinam manifesto para alinhar ações e desenvolver turismo em Mato Grosso

Da Redação - Naiara Leonor

Um documento com ações e propostas concretas para se obter resultados consistentes para a FIT Pantanal 2018. Isso é o que propõe o Manifesto do Turismo assinado neste domingo (23) pelas principais entidades que foram o Trade Turístico de Mato Grosso. Dentre as ações, a regionalização do turismo estadual e criação de corredores do ecoturismo para atrair turistas ao estado.

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O documento foi elaborado para conter ações que aumentassem a competitividade do turismo no mercado nacional e internacional. O consultor turístico Álvaro Ornelas foi quem apontou alguns dos erros ainda cometidos e que impedem o desenvolvimento do turismo no estado e que o documento pretende corrigir.

“Eu vejo problemas de conversas entre colegas no governo, entre entidades, desalinho entre a Capital e o Estado, parecem coisas isoladas. Eu vejo que os principais produtos turísticos não estão organizados: Cáceres, Chapada dos Guimarães, Nobres muito menos. Poconé não é organizada, mas tem duas vantagens: a Adepan e a Ecopan que estão dando luz ao turismo local, ouçam essas entidades”.

O consultor ainda ressaltou que ainda existe um caminho longo e que necessita de muita dedicação e diálogo durante o percurso até que o turismo em Mato Grosso consiga se estruturar e atingir o patamar de excelência.

“Mesmo os cases de sucesso não são sustentáveis. Porque não tem inclusão. O fato de não conhecer as capacitações gera um desalinho. O Sebrae trouxe um cara de Barcelona para dar uma palestra e só tinha duas pessoas para assistir, isso é falha do empresário. Comunicação é o primeiro passo e espero que esse manifesto e a minha contratação venha para colaborar nesse alinhamento de ações”, pontuou Ornelas.

“Não percam tempo com outro segmento, é no ecoturismo que está o dinheiro. Não dá pra resolver tudo em dois ou três anos. É preciso pensar pra que a gente transforme a nossa inteligência individual em uma coletiva para atender a demanda de mercado”, aconselhou o consultor.

Em Nobres ele destaca o grande potencial do local com seus atrativos e produtos, mas não deixa passar a falta de legalização desses locais, que precisa ser feita pelo município antes que seja iniciada venda do produto para os turistas.

“Se Nobres não fizer o dever de casa, se não se legalizar nem adianta vir na feira ano que vem, porque não está vendendo bem. Não dá pra promover algo ilegal. Quando Nobres despertar que ele é turístico ele vai querer trabalhar com Manso, com Chapada dos Guimarães e vai perceber que é assim que ele vai ganhar dinheiro a longo prazo, e isso é regionalização”.

A regionalização em questão é o estabelecimento de corredores turísticos nas diversas regiões do estado. Uma segmentação do território agrupada por proximidade de atrativos turísticos, proporcionando maior número de opções de passeios ao turista, levando a um número maior de estadia.

“O ecoturismo corredor é o grande projeto de regionalização de Mato Grosso por meio do mercado. É discrepante do Ministério, mas pode ser mais vantajoso para o estado, porque temos que nos posicionar por mercado”, explicou Ornelas.

O secretário adjunto Nigro identificou alguns desses corredores já estabelecidos no documento assinado neste domingo (23): Transpantaneira, Cuiabá, Várzea Grande, Chapada dos Guimarães, Jaciara e Nobres; Alta Floresta, Paranaíta, Nova Monte Verde, Aripuanã; Cáceres, Curvelândia, Vila Bela da Santíssima Trindade e São José dos Quatro Marcos.

Rixa entre Nobres e Bonito

Em se tratando de estratégias comerciais, o consultor criticou a que vem sendo utilizada para promover o município de Nobres como atrativo turístico, que estabelece uma competitividade com Bonito no Mato Grosso do Sul.

“Nobres e Bonito não tem nada a ver, temos que parar de falar disso, não se vende nada  que é excelente comparando com outro que é top hoje. Nobres pode até ser mais que, mas não é assim que se vende no mercado, se vende as belezas de Nobres e se o cliente perguntar de outro destino se diz ‘também é muito legal, mas Nobres é Nobres. A mas o nosso pantanal é muito melhor’. Não! Nós vamos vender  pantanal mato-grossense e vamos vende-lo dentro de nossas estratégias e dificuldades, e eles [Mato Grosso do Sul] vendem do modo deles e há muito mais tempo e são melhores, e nós temos que aproximá-los, porque em algum momento nós vamos precisar da expertise deles, mas isso só pra 2020, num alinhamento macro”.

Entregas de atrativos

O secretário adjunto Luiz Carlos Nigro enumerou uma série de projetos que pretende entregar durante sua gestão na pasta adjunta de Turismo, enquanto deixava claro que seu compromisso é com a secretaria e que não tem pretensão a cargo político.

“Como eu falei para todo mundo, não sou candidato a nada, quero ser amigo de deputado e não deputado. O interesse meu é com turismo, é concluir e concretizar esses trabalhos muito importantes. Até porque não tenho condição de sair sem entregar Salgadeira, Portão do Inferno, Mirante, Transpantaneira, projetos de Alta Floresta, Cáceres, Barão de Melgaço, Aeroporto Internacional”.

Sobre os voos internacionais para a Bolívia, Nigro afirmou que toda a burocracia em solo brasileiro já esta resolvida e que o único empecilho burocrático diz respeito a Bolívia com a companhia aérea Azul, empresa responsável pelo trecho.

“O voo internacional já é uma realidade, só não aconteceu por problemas burocráticos da Azul na Bolívia. 15/16 de maio o governador vai para Bolívia para agilizar a documentação da Azul. Na parte do Brasil está tudo certo”.
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