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Em Cuiabá, enfermeira trabalha como consultora em amamentação orientando mães de primeira viagem

Da Redação - Isabela Mercuri

Há muito se sabe que a orientação da Organização Mundial da Saúde (OMS) é que os bebês sejam alimentados exclusivamente com leite materno até os seis meses de vida. Apesar disso, os índices de amamentação tanto em Mato Grosso quanto em todo o Brasil continuam baixos. Para a consultora em amamentação Soraia Silva de Souza, são diversas as causas deste problema, dentre elas: Falta de consciência das vantagens e melhores práticas; formação inadequada dos profissionais de saúde; acesso limitado a profissionais capacitados; ambientes de trabalho desfavoráveis; crenças e costumes locais, além de pressões comerciais e familiares e o número reduzido de Banco de Leite Humano por aqui.

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Soraia é enfermeira, mestre em ciências da saúde, pós-graduada em UTI neonatal e saúde pública e professora da faculdade de Medicina da Universidade de Cuiabá (Unic). Atualmente, trabalha como consultora de amamentação, orientando mães de primeira viagem neste que, segundo ela, é um processo “de emoção”.

O trabalho de Soraia como consultora começou durante sua pesquisa para o mestrado, no Hospital Universitário Júlio Muller, enquanto ela realizava o cadastro de doadoras. “Além das doações do leite materno, passei a orientá-las sobre os benefícios da amamentação, pega correta, posição ideal, cuidados com as mamas, os estágios do leite materno, como realizar a ordenha manual... Desta forma passei a acompanhar cada doadora por um prazo em média de vinte dias, avaliando a evolução da amamentação”, contou.

A partir daí, a enfermeira decidiu investir neste trabalho, que realiza até hoje. “O papel de uma consultora em amamentação é avaliar, diagnosticar possíveis problemas e, caso necessário, intervir na amamentação para promover o aleitamento seguro, prazeroso e eficaz, respeitando, acima de tudo, os sentimentos e decisões da mãe.  Além disso, incentivamos, encorajamos e empoderamos as mães e desenvolvemos, junto com a família, uma nova rotina”, explica.

Quem contrata os trabalhos de Soraia, pode esperar um atendimento personalizado, seja em domicílio ou na maternidade, antes e/ou depois do nascimento do bebê. “Nossos planos são personalizados de acordo com a sua demanda. Todos eles são pensados para que o aleitamento materno seja um processo exitoso, gerando bem estar e conforto para a mãe e o bebê. Nosso foco é prepará-los para a chegada do novo integrante (ou novos integrantes) com atenção e carinho, auxiliando-os na adaptação à nova rotina. Estamos dispostas a oferecer orientação e auxílio amplo em aleitamento materno, para que possam curtir esse momento com mais tranquilidade e segurança”, garante.

Dentre os assuntos tratados durante a consultoria, segundo Soraia, estão a descida do leite, os estágios do leite, a pega correta, a posições para amamentar, os cuidados com a mama, como evitar e tratar fissuras, mastite, mamas ingurgitadas, os modos de aumentar a produção de leite, a ordenha e armazenamento, a relactação, dentre outros. Para ela, a importância deste trabalho está em “auxiliar a mãe com a parte prática da amamentação, através de informação e apoio que mãe e bebê precisam”.
 
Incentivo

Para além do foco pontual na paciente, a ideia de Soraia é incentivar o aleitamento materno de forma geral, para toda a população. “Não é apenas porque é ‘bonito’ ou ‘está na moda’ essa coisa de amamentar exclusivamente até os seis meses”, garante. “Tem a ver com a saúde do bebê!”.

Segundo Soraia, há diversos mitos sobre amamentação que precisam ser quebrados. Um deles é a ideia de que o corpo produz leite de mais, ou de menos. “A livre demanda é essencial. Nos primeiros meses o nosso corpo produz muito leite, mas com o tempo, se ajusta à demanda do bebê. Infelizmente, algumas mães poderão apresentar baixa produção de leite. Lembrando que leite materno é emoção. E é todo um processo hormonal”, explica. “Vocês sabiam que a maior parte do leite é produzida na hora em que o bebê mama? O corpo é realmente perfeito!”.

Outro mito existente é em relação ao colostro, que, segundo ela, é um remédio para a criança. “Nos primeiros dias, o colostro é considerado como um fármaco, ou seja, a primeira vacina com fatores imunológicos em alto nível de defesa. Quanto mais [a mãe] amamenta, mais produz leite. Isso inclui deixar o bebê ficar no peito mais tempo do que ‘o esperado’, para que receba o leite anterior e/ou a primeira descida, que é aquele leite que contém água, sais minerais e que mata a sede do bebê. Já o leite posterior, e/ou segunda descida, contém todos os nutrientes, é rico em proteína, aminoácidos e gorduras, tudo na medida certa para saciar a fome do bebe e ganhar peso. Por isso a importância de um tempo considerável sugando, até esvaziar a mama”.

Fora isso, Soraia elenca dez benefícios da amamentação:

1. O leite materno é o alimento mais completo e equilibrado, pois atende a todas as necessidades de nutrientes e sais minerais da criança até os 6 meses deidade.

2. Fácil de ser digerido, provoca menos cólicas nos bebês.

3. Colabora para a formação do sistema imunológico da criança, previne alergias, obesidade e intolerância ao glúten.

4. O momento da amamentação aumenta o vínculo entre mãe e filho e colabora para que a criança se relacione melhor com outras pessoas.

5. A sucção ajuda no desenvolvimento da arcada dentária do bebê.

6. A Glutamina presente no leite materno, o que varia de mulher para mulher de acordo com sua alimentação, ajuda no desenvolvimento e crescimento dos prematuros nos primeiros meses de vida, prevenindo as infecções.

7. Ajuda no desprendimento da placenta, contribuindo para a volta do útero ao tamanho normal. Com isso, também evita o sangramento excessivo e, consequentemente, que a mãe sofra de anemia.

8. Protege a mãe contra o câncer de mama e de ovário.

9. A amamentação dá às mães as sensações de bem-estar, de realização, e também ajuda a emagrecer, pois consome até 800 calorias por dia (mas dá uma fome...).

10. Bebês que mamam exclusivamente no peito até os seis meses têm menos risco de desenvolver asma e artrite reumatóide, e recebem uma proteína que combate vírus e bactérias do trato gastrointestinal. 
 
Em alguns casos, as mães precisam usar de outras alternativas, como a ordenha manual, para retirar o leite das mamas. Soraia também auxilia neste processo. Segundo ela, ele é indicado sempre que “a mama está muito cheia, ou seja, com uma alta produção de leite, geralmente na apojadura na primeira semana da amamentação”, ou “para as doadoras de leite que pode ser manual ou com uso de uma bomba elétrica”.

Ela explica, ainda que caso haja mastite com caso de infecção, o leite deve ser ordenhado e desprezado, e a ordenha não é indicada “quando a mãe por algum motivo teve necessidade do desmame, havendo óbito do recém-nascido ou uma doença infecciosa como HIV positivo”. Neste caso, o ideal é o médico prescrever uma medicação para diminuir a produção do leite até secar.

Serviço

Quem quiser conhecer mais sobre o trabalho de Soraia pode entrar em contato pelo telefone (65) 98125-4753.
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