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Notícias / Moda

Brechó mais antigo de Cuiabá foi aberto por professora aposentada há 26 anos

Da Redação - Isabela Mercuri

Foi em uma matéria publicada pela revista Cláudia, em 1992, que a professora Lucia Costa Campos, que na época havia acabado de se aposentar, descobriu uma forma de ganhar dinheiro sem um investimento muito alto: o brechó. Sem referências de empresas do tipo em Cuiabá, ela conversou com o dono de uma loja ‘parecida’, mas    que também vendia livros usados, pegou todas as roupas que ela, o marido e os três filhos não usavam mais, e abriu, em 30 dias, o brechó, que é o mais antigo de Cuiabá em funcionamento até hoje.



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Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Para conseguir se instalar, ela pegou emprestada a sala da casa dos pais, que na época moravam na fazenda. O brechó começou só naquele cômodo, numa típica casa cuiabana no bairro Bandeirantes (mas alguns dizem que o bairro é Poção). Vinte e seis anos depois, hoje Lucia tem 68, o brechó cresceu e ocupa a casa inteira.

“O mais difícil foi realmente fazer com que as pessoas aceitassem o brechó, porque tinha gente que entrava aqui e quando via que era brechó saía correndo. Ou entrava, se escondia, não queria que ninguém visse. Até hoje existe um certo preconceito”, afirma Lucia.

Em seu estoque – que muda praticamente toda semana – estão roupas femininas, masculinas, sapatos, bolsas, bijuterias, vestidos de festa, ternos, e até roupas infantis, que custam de R$1 a, no máximo, R$50. “Na maioria das minhas roupas, os meus fornecedores são aqui em Cuiabá, e eu já tenho fornecedores cativos. Pessoas, lojas, pessoas que vendem roupa e ficam com aquela ponta de estoque. As pessoas trazem, eu avalio, seleciono aquilo que me interessa, aí se a pessoa se sentir satisfeita com o valor que eu ofereço, eu faço a compra”, explica.

Vestidos de festa e ternos são os mais caros, e saem por no máximo R$50 (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Segundo Lucia, é feita uma triagem para que fiquem no brechó somente peças com qualidade. No entanto, seus clientes sempre passam um tempo ‘garimpando’. “O legal do brechó, pra quem gosta, é isso: realmente encontrar aquela peça que nem esperava. Porque geralmente quem vem em brechó não vem em busca de uma roupa específica. Vem e, de repente, se depara com algo que a atrai”.

Quando a pessoa já está acostumada com este ‘ritual’ dos brechós, se torna cliente cativo. Lucia conta, por exemplo, que tem fregueses que a visitam todos os dias, principalmente funcionários do Pronto Socorro, da Santa Casa, e de escritórios próximos. “Acho que não existe cliente mais fiel do que de brechó”.

Nem mesmo o ‘boom’ destas lojas, com o ápice do conceito ‘vintage’ nos últimos anos, ameaçaram a casa. Segundo a proprietária, algumas pessoas passaram a vir por curiosidade e deixaram de lado o preconceito, mas o grande número de lojas do ramo na cidade não assusta. “Aquele que gosta de brechó conhece todos os brechós. Abriu lá não sei onde, ele vai conhecer. E isso é legal, porque aí está o aspecto positivo da concorrência. Até serve pra você se aprimorar, ter mais cuidado na escolha das roupas, questão de preço é importante”, finaliza.

Serviço

Funcionamento: Segunda a sexta, 8h30 às 17h
Sábado: 8h30 às 14h
Endereço: Travessa Frei Ambrósio, 53 – Bandeirantes / Poção
Telefone: (65) 3322-7577
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