Imprimir

Notícias / Saúde e Beleza

Estágio ajuda estudantes de educação física a unir prática, teoria e se tornarem treinadores

Da Redação - Isabela Mercuri

Quando Thiago Hishihara, hoje com 29 anos, era pré-adolescente, chegou a ter obesidade de grau um. Foi por meio da prática de esportes que conseguiu se livrar da doença, alcançar a faixa preta no judô e taekwondo e se tornar fisiculturista. Do hobby, decidiu fazer profissão, e hoje é estudante de educação física na faculdade Claretiano, e estagiário na Academia AFC há oito meses.

Leia também:
Após título internacional, mato-grossense vence campeonato estadual de fisiculturismo pela primeira vez 'em casa'

“Foi mais do que eu esperava”, conta. “Quanto mais você pratica, mais você faz diariamente, mais você quer. Não é aquela coisa que você vai fazendo e não gosta. Diariamente estou aprendendo com as pessoas, com culturas diferentes dentro da educação física”.

Thiago (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Thiago é um dos 18 estagiários que Gil Melo comanda em suas duas academias, uma em Cuiabá, e outra em Várzea Grande. O empresário e treinador conta que já foi estagiário, e foi seu mestre – como chama - que lhe deu o direcionamento para o sucesso que tem hoje. Por isso, não mede esforços com os seus colaboradores.

“Quando vou fazer a seleção, busco alguns requisitos. Sempre pergunto para eles porque estão aqui. Se falarem que é pelo dinheiro eu falo que para mim não serve”, explica Gil. “O teto máximo de um estagiário hoje é R$500, eu pago R$800, justamente para poder cobrar deles o conhecimento”.

Gil Melo (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Além da prática diária de trabalho, Gil conta que mantém algumas exigências, como que os estagiários treinem, e que estudem. “Porque treinador que não treina é como dentista banguela. Eu não deixo que eles venham na minha academia e não arrumem sua rotina de treinamento”, afirma.

A equipe também realiza reuniões frequentemente para fazer revisões de teoria. “Nessas reuniões eu busco [rever] o básico do que eles aprendem. Por exemplo: como fazer um treinamento para um hipertenso, o que é um treinamento de força, de resistência, de explosão... eu busco conhecimento teórico junto com a prática”, garante.

Outro ensinamento está ligado à filosofia da própria AFC, de atender cada cliente de forma individualizada, com um treino único e especial. “Vários [estagiários] já passaram por aqui, [hoje] são formados e bem sucedidos, e isso pra mim é a minha realização. [Quero] que eles saiam daqui com uma bagagem, que saiam como um treinador de responsa”.

O estudante Igor Vinicius, 31, por exemplo, é estagiário há dois anos. Ele conta que conheceu o ‘MIT’, método utilizado na AFC, somente trabalhando – algo que ele não aprenderia na faculdade. Criado por Waldemar Guimarães, o ‘MIT’ é um método de treinamento de intensidade total, que tem por filosofia o treino ‘até a falha’. “É um método que extrai o máximo do aluno, e a evolução vem sempre rápido”, explica Igor.

Igor (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Segundo ele, a satisfação do trabalho está nestes resultados. “Como o Seu Francisco de 89 anos, que chegou na academia e praticamente não andava. E ele teve uma evolução que nem eu imaginava. E a Dona Clara, de 73, que também teve uma evolução espetacular, hoje já consegue treinar sozinha, e quando chegou, não conseguia fazer nada”, comemora.
Imprimir