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Infarto do miocárdio em jovens é mais comum do que se imagina, diz cardiologista

Dr. Juliano Slhessarenko

Quando se fala em infarto agudo do miocárdio, o grande senso comum é que apenas os mais velhos podem ser acometidos pelo mal. Entretanto, com cada vez mais jovens expostos aos fatores de risco para doenças cardiovasculares, os casos do ataque cardíaco na faixa etária mais jovem, dos 20 aos 39 anos, vêm aumentando de maneira considerável.
 
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Segundo dados do Ministério da Saúde, desde 2013 houve um aumento de 13% no número de infarto entre adultos de até 30 anos. E apesar de o percentual de jovens que sofrem do quadro ser relativamente pequeno dentro do quadro geral, esse aumento revela hábitos não saudáveis e que colocam em risco a vida de pessoas desta faixa etária.
 
Estresse, obesidade, diabetes, tabagismo, hipertensão e colesterol fora de controle e histórico familiar são fatores cada vez mais presentes na vida de pessoas com menos de 40 anos  e são apontados como os grandes responsáveis pelo aumento das estatísticas. 
 
Os sintomas de um ataque cardíaco nos jovens são diferentes dos que acometem os mais velhos: Eles são mais exuberantes, como dor no peito irradiando para os braços, sudorese fria, mal estar, náuseas e vômitos. O mais importante no infarto é o tempo entre o início dos sintomas e a desobstrução da artéria. Quanto maior o tempo entre início e tratamento, maior são as chances de sequelas.  A principal delas é a morte das células do miocárdio, o músculo cardíaco, que pode acarretar insuficiência cardíaca. Arritmias e anginas também são muito comuns após um infarto.

Com um estilo de vida saudável, dieta pobre em sódio, carboidratos e gorduras, controle do colesterol, sem tabagismo, dentro do peso e praticando atividades físicas, a pessoa pode levar uma vida normal, os habitos são determinantes para a saúde ou doença do seu coração.
 
A doença arterial coronariana (DAC) é a principal causa de mortalidade em todo o mundo e, até 2020, será a principal causa de incapacidade. Estimativas atuais de vários estudos epidemiológicos indicam que a prevalência de doença arterial coronariana (DAC) entre os jovens é de 7% -13% em populações urbanas e 2% -7% em populações rurais.  O infarto agudo do miocárdio (IAM) é uma das apresentações mais comuns da DAC.
 
Embora os indivíduos com menos de 40 anos de idade representem apenas 3% de todos os pacientes com doença arterial coronariana, eles não são completamente imunes à DAC.  IAM em pacientes muito jovens com idade ≤ 35 anos tem sido pouco descrito, mas é estimado em menos de 2% .Além disso, apresenta significativa morbidade, impacto psicológico e carga financeira para o paciente e sua família quando ocorre em uma idade jovem. 
 
A prevalência de DAC e IAM aumentou progressivamente no Brasil nas últimas três décadas, de 1,1% para 7,5% na população urbana e de 2,1% para 3,7% na população rural. A DAC entre os indígenas ocorre em uma idade mais jovem, com mais  extenso envolvimento angiográfico contribuído por causas genéticas, metabólicas e convencionais.
 
Hipertrigliceridemia, baixos níveis de colesterol HDL-C, síndrome metabólica, alta lipoproteína-a, hábitos alimentares e modernização não planejada associada a estilo de vida sedentário, mas estressante  são sugeridos como fatores de risco adicionais para DAC. 

Além do tabagismo, o infarto agudo do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST) em crianças muito jovens (≤ 30 anos) provavelmente está relacionado ao abuso de drogasou a fatores de risco não tradicionais, como a hiperhomocisteinemia.
 
A angiografia coronária (CAG) realizada em pacientes jovens com IAM identificou uma incidência relativamente alta de estenose não-obstrutiva ou doença uniarterial.Um dos fatores de risco mais consistentemente demonstrados para DAC é o sexo masculino.

A distribuição de gênero entre homens (95,1%) versus mulheres (4,9%) da população  é atribuída aos efeitos protetores dos estrogênios na prevenção da aterosclerose e prevalência de tabagismo, que foi muito mais comum entre os homens.
 
Nunca é tarde para procurar um cardiologista os exames de rotinas e consultas periódicas devem ser encarnados como prevenção. Para os jovens tabagistas à procura por consulta deve ser imediata. O infarto do miocárdio pode ser evitado só depende de você e do seu cardiologista.



Cardiologista intervencionista. Doutor em cardiologia pela USP; Atendimento: Clinmed (65) 30559353, IOCI (65) 30387000 e Espaço Piu Vita (65)30567800
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