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Notícias / Artes Cênicas

Elenco experiente traz aos palcos ‘A Madrinha Embriagada’ com ingressos grátis

Estadão

Quando assistiu, há alguns anos, à montagem americana do musical The Drowsy Chaperone, na Broadway, Miguel Falabella gostou muito, mas não ficou animado a participar de uma versão nacional. Até foi sondado por um produtor, porém, recusou. A situação mudou no momento em que ele foi novamente convidado, agora para participar de um projeto educacional do Sesi de São Paulo que incluiria a encenação daquele musical.

“Fiquei animado, especialmente depois que eles aceitaram minha sugestão de ambientar The Drowsy Chaperone na São Paulo do início do século passado”, disse ele, que assina a tradução e a direção de A Madrinha Embriagada, que estreia hoje para convidados e sábado para o público. Orçada em R$ 12 milhões (sem uso de leis de incentivo), a montagem traz a nata do musical no Brasil, como os atores Stella Miranda, Saulo Vasconcelos, Sara Sarres e Kiara Sasso. E, para completar, a temporada, prevista para 11 meses, oferece ingressos gratuitos.

“A intenção é justamente formar plateia para o gênero musical que, apesar de já contar com bom público, tem potencial para crescer ainda mais”, conta Cleto Baccic, ator e produtor, com participação nas montagens de Cats e Mamma Mia!, e agora um dos principais condutores do projeto. De fato, A Madrinha Embriagada cai como uma luva nesse plano por seu aspecto didático e, ao mesmo tempo, de entretenimento.

Na versão de Falabella, a trama começa quando um fã de musical, apenas denominado como o Homem da Poltrona (Ivan Parente), resolve ouvir um long play com a trilha de um de seus espetáculos preferidos, A Madrinha Embriagada, montado em São Paulo em 1928. “A escolha não foi à toa, pois Miguel quis fazer uma apologia à Semana de Arte Moderna que aconteceu seis anos antes”, comenta Parente, cujo personagem, com humor e fina ironia, questiona os musicais atuais.

E, ao botar o disco na vitrola, a montagem se materializa no palco como uma mágica: trata-se da história de uma musa do teatro, Jane Valadão (Sara), que vai deixar os palcos para se casar com o empresário Roberto Marcos (Frederico Reuter). Como costume da época, uma madrinha é contratada para cuidar da noiva antes do casamento – no caso, por sua madrinha embriagada (Stella). O dono do teatro, Iglesias (Saulo), tem motivos de sobra para que esse casamento não aconteça. Com a ajuda da corista sem talento, Eva (Kiara), Iglesias contrata um amante argentino, Aldolpho (papel de Baccic, momentaneamente interpretado por Floriano Nogueira), para atrapalhar essa união.

A confusão é aumentada com a presença de Jorge (Fernando Rocha), o amigo do noivo, além de espiões disfarçados de padeiros portugueses (Rafael Machado e Daniel Monteiro) e uma aviadora (Adriana Caparelli), todos reunidos na mansão de Dona Francisca Jaffet (Ivanna Domenyco) e seu mordomo, Agildo (Edgar Bustamante), na Avenida Paulista.

“Trata-se de um musical dentro de uma comédia”, atesta o veterano Saulo Vasconcelos, que, pela primeira vez, envereda pelo humor rasgado. E, pela quinta vez, divide o palco com Kiara Sasso. “Já criamos um entrosamento próprio”, comenta ela, também impagável em papel cômico. Área, aliás, que é especialidade de Stella Miranda. “Fujo da caricatura: minha madrinha está sempre a um uísque da bebedeira”, brinca.


PRESTE ATENÇÃO:

1.Nos figurinos criados por Fause Haten, já especialista no gênero musical: além da função cênica, todos são deslumbrantes.

2.Na atuação do elenco, em especial em Sara Sarres: inspirada em Betty Boop e Cyd Charisse, ela faz caras e bocas típicas das grandes estrelas do cinema da época.


SERVIÇO:

A MADRINHA EMBRIAGADA
Teatro do Sesi. Avenida
Paulista, 1.313. 3146-7405. 4ª a 6ª, 21h; sáb., 16h e 21h; dom., 19h.
Grátis – reserva antecipada de ingressos em www.
sesisp.org.br/ingressomadrinha. Até 29/6/14.
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