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Ciclo de estudos debate marginalização do samba nesta segunda-feira na UFMT

Da Redação - José Lucas Salvani

Nesta segunda-feira (18), o I Ciclo de Estudos de Música Afro-diaspórica irá debater a marginalização, embranquecimento e a virada como símbolo nacional do samba, na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), com o Mestre Alaecio Geraldo Martins de Souza. O tema “Samba: de Marginalizado à Símbolo Nacional” será discutido durante duas segundas-feiras no no auditório 334 do Instituto de Educação (IE) a partir das 17h30, ofertará 45 vagas e certificação. As inscrições são feitas na hora.

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“Como saiu de um ritmo a princípio perseguido pelas autoridades, muito oprimido, para ser um símbolo de identidade nacional do povo brasileiro no período Vargas”, explica o Mestre Alaecio Souza sobre o tema. Os estudos passam também pelo choro que, de acordo com o mestre, é bem ligado ao samba.

A virada de marginalização para símbolo começou durante a década de 1920, com a chegada dos rádios, e também pelo fato do país ter uma vontade de ter um produto que poderia ser do povo brasileiro. As canções era crônicas sociais do dia-a-dia, aponta o mestre Alaecio. Todavia, o gênero musical foi embranquecido ao longo dos anos.

“Não era interessante para o governo e estado ter como referências de símbolo nacional os negros que constituíram essa música. Apesar dos negros terem feito isso, eles mesmos foram um pouco tirados da história. Isso vem com, por exemplo, Carmem Miranda, Ary Barroso, Manuel Rosa, Mário Reis e Francisco Alves”, explica. “Esse branqueamento prejudicou muito parte da história”, completa.

O ciclo de estudos faz parte da programação na Universidade referente ao Dia Mundial de Consciência Negra. A programação teve início na última segunda-feira (11), com uma oficina de dança afrobrasileira com os ministrantes Lupita Amorim e Pedro Scarlett. Já no dia 2 de dezembro, Danielle Souziel e Zizele Ferreira irão comandar uma oficina de literatura dramática.
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