Imprimir

Notícias / Gastronomia

Com investimento de R$ 80, casal cria empresa de massas caseiras em Cuiabá

da Redação - Isabela Mercuri

Basta pegar um rótulo de macarrão no supermercado para embaralhar a cabeça com tantos nomes: “sêmola de trigo enriquecida com ferro e ácido fólico, corantes naturais, pode conter aveia, centeio, ovos, cevada e soja”, diz um deles. Foi pensando em descomplicar a receita milenar e levar uma alternativa mais saudável à população cuiabana que o casal Eduardo Augusto Lopes, 28, e Marcos Oliveira, 27, paraense, começaram, há pouco mais de um mês, as atividades da ‘Makarona’, empresa de massa caseira que leva somente alimentos frescos.

Leia também:
Após trabalhar com buffet, mato-grossense de 70 anos abre café e serve suas delícias aos domingos

Tudo é feito na casa do casal. A massa de ovos, por exemplo, leva somente trigo e ovos. As outras podem ter acrescentados manjericão, tomate, abóbora, espinafre, sálvia, e o que mais houver disponível na semana na feira. Apesar de terem iniciado as vendas no último dia 29 de outubro, a ‘Makarona’ já existia, enquanto ideia, há muito mais tempo na cabeça dos dois.

Marcos veio para Cuiabá há seis anos, para estudar psicologia na Universidade Federal de Mato Grosso. Eduardo, por sua vez, começou um curso de design de moda na Universidade de Cuiabá (Unic), mas recentemente migrou para Serviço Social, também na UFMT.

“Eu estou chegando aos 29, e comecei a entrar em uma crise existencial”, contou Eduardo ao Olhar Conceito. “Eu estava em um emprego em um ateliê, mas era meio tumultuado... e eu falei: ‘preciso de uma calmaria”. Com ajuda de um amigo chef de cozinha, ele passou a trabalhar em um restaurante francês e, ali, conheceu e se apaixonou pelas massas.

“Comecei a estudar sobre isso, e ele [Marcos] começou a compartilhar também. A gente fazia receitas mirabolantes, como macarrão de abóbora com espinafre, tomate apimentado, ravióli... testava várias. E os amigos falavam, vocês precisam vender isso, é muito bom”, lembra.

O projeto da Makarona surgiu em uma conversa informal, porque, naquele momento, Eduardo não conseguia mais conciliar o freela no restaurante com as atividades da graduação. Ao mesmo tempo, Marcos já havia se formado, e os dois enxergaram ali a oportunidade. Investiram R$80 em trigo, ovos e na impressão das etiquetas, e iniciaram as atividades. 

Eduardo mudou novamente de emprego, desta vez para um mais calmo, e com o tempo livre passou a preparar as massas, enquanto Marcos fico responsável pelas vendas. No dia 29 de outubro, com alguns pacotes em mãos, ele saiu pela cidade. Voltou após algumas horas, sem nenhum, e com uma lista de encomendas.

Em menos de um mês, o casal já vendeu mais de 80 pacotes de macarrão. Os sabores variam de acordo com a estação, mas também se moldam a partir de pedidos de clientes. O ‘carro chefe’, segundo os empreendedores, é a massa de ovos, mas também há boa aceitação na de manjericão e a de abóbora cabotiã.

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Por enquanto, a ‘Makarona’ tem somente fetuccine e spaghetti. No entanto, com as primeiras vendas, o casal já conseguiu adquirir um cilindro italiano, que vai possibilitar a produção de massa de lasanha, rigattone e até ravióli (este último somente, no segundo semestre de 2020).

“É que tudo precisa de uma estrutura prévia de armazenamento”, explica Marcos. “Por exemplo, a gente já pensou que no futuro a gente pode vender molhos, porque muita gente pergunta ‘ah, uma massa de espinafre combina com molho de que?’. Mas até para isso a gente precisa ter um sistema de armazenamento, então a gente vai trabalhando. A Makarona tem dado certo, e na medida que dá certo a gente vai investindo”.

As vendas são feitas na rua, mas também é possível encomendar pelo Instagram. Segundo Marcos, ele gosta mesmo é de encontrar com as pessoas, para poder explicar a importância da massa caseira. “Acredito que é importante pelo processo. Por exemplo, quando a gente compra o macarrão no supermercado, ele tem um processo padronizado, até mesmo na aparência você vê que é diferente. E também por conta dos nutrientes, da forma como é feito. A gente tem todo o cuidado, tem o diferencial também de incrementar o sabor”, declara.

Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto

Os pacotes de 150 gramas de macarrão saem por R$15 (de ovos) e R$18 (com algum ingrediente diferente / especial). Segundo Eduardo, ele alimenta bem duas pessoas, porque rende mais do que o industrializado, além de ser mais macio.

As remessas são preparadas aos domingos, e para acompanhar a produção basta acessar o INSTAGRAM
Imprimir