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IFMT inaugura galeria ao ar livre com obras de artistas consagrados do estado

da Redação - Isabela Mercuri

Os alunos e professores do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT) do campus Bela Vista passaram a ter um novo cenário para seu dia a dia. Isto porque, desde a última quinta-feira (12), está instalada no local uma galeria ao ar livre, com doze obras de artistas renomados do estado. No evento de inauguração, a artista plástica Tania Pardo finalizou uma obra ao vivo, pintando com a ponta dos dedos.

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O projeto surgiu em parceria com a empresa Maxvinil, que doou as tintas, e começou a ser idealizado em setembro, durante a VI Jornada de Ensino, Pesquisa e Extensão (Jenpex Cultural). Na ocasião, alguns artistas já realizaram intervenções no campus.

Deiver Teixeira (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

“Desde que assumimos [a diretoria], o objetivo sempre foi valorizar todas as áreas em que o instituto trabalha, desde a arte, até a pesquisa em todos os campi. Esse campus, especialmente, tem três vertentes básicas: química, física e meio ambiente. Mas junto com essas três áreas a gente trabalha também a parte artística, cultural, desenvolvemos atividades de ensino, pesquisa e extensão. E esse projeto que aqui se encontra está dentro desta forma que o instituto pensa em desenvolver a arte como um modo de ensino também”, afirmou Deiver Teixeira, diretor do campus Cuiabá Bela Vista do IFMT, durante o lançamento.

O professor e arte-educador Sandro Lucose, que é também coordenador de extensão do campus Bela Vista, foi um dos idealizadores da galeria. Segundo ele, o projeto já é pensado pelo IFMT em todo o estado de Mato Grosso. “O Bela Vista sai na frente nesse sentido de criar essa ideia, de transformar as paredes da escola em espaços de arte. Todas as obras que estão aqui são feitas por artistas plásticos profissionais, inclusive já conhecidos no meio cultural, e que confiaram na gente em lançar essa ideia de ter aqui uma galeria permanente”, explicou.

Sandro Lucose (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

As obras de arte ficarão fixas e ao ar livre. Para isso, foi necessário um cuidado especial com a manutenção e, além da qualidade da tinta, também será aplicada uma resina, que vai triplicar o tempo natural de desbotagem. Somente uma obra ainda está inacabada, e ela será feita na fachada, depois que for terminada uma obra estrutural no prédio.

A intenção, segundo o professor, é que a galeria seja visitada por outras escolas e pelo público em geral. O espaço também está aberto a outros artistas que queiram expor suas obras. “A gente trabalha arte na sala de aula, normalmente, da perspectiva do livro didático ou do recurso da internet, da imagem. E o grande diferencial dessa galeria é que ela é viva. O aluno vai interagir com a obra, com a técnica. E durante este projeto os alunos tiveram a oportunidade de interagir com o próprio criador. E depois as obras vão ficar ai”, declarou.

A artista plástica Tania Pardo, 48, é uma das que tem as obras expostas no campus. Ela fez uma intervenção artística ao vivo durante o lançamento, na quinta-feira (12), quando terminou a pintura na parede, feita com a ponta dos dedos. “Minha inspiração artística é o estado de Mato Grosso, e eu retrato os biomas com a ponta dos dedos. Eu não tenho nem um rascunho, estou com os três biomas em mente e no momento que vai se criando”, contou.

Tania Pardo (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)

Para os alunos, a mudança de visual do instituto faz diferença no dia a dia. Segundo Gabriel Caetano, 16, estudante do 2º ano do Ensino Médio, o espaço ficou mais alegre. “Desde o principio, quando começaram a trazer pessoas para pintar aqui, trouxe uma alegria muito grande para o campus. Ao invés de a gente ver paredes brancas, que sempre me incomodou muito, a gente começou a ver pinturas incríveis”, comemorou.

Gabriel tem veia artística, segundo ele, influenciado pelos pais. Ele participa do grupo de teatro e de dança, e toca na banda do IFMT, os ‘Alquimistas de Júpiter’. O campus ainda tem um grupo de intervenção poética e coral, provando que o ensino está além das ciências exatas e biológicas.

Gabriel (Foto: Rogério Florentino / Olhar Direto)
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