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Após ‘crescer’ em ateliê, cuiabana se torna artista plástica e tatuadora com estilo próprio

da Redação - Isabela Mercuri

Mia G Brandão teve o exemplo e o incentivo que precisava dentro de casa. Filha de uma artista e professora de desenho, ela não se lembra exatamente quando percebeu que este também era seu dom. Ilustrou, pintou e desenhou a adolescência inteira, até que decidiu fazer faculdade de artes visuais. Ao voltar para Cuiabá, sua cidade natal, inaugurou seu estúdio em sociedade com a mãe, e desde então tem criado uma clientela para suas tatuagens e telas.

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“Eu comecei a estudar, procurar técnica para desenhar bem quando eu tinha uns onze anos, lá por 2008 / 2009”, conta a artista, que hoje tem 23 anos. “Eu não cheguei a fazer aula com ela, mas ela sempre me ajudava, dava algumas dicas. Aprendia algumas coisas na internet também”.

O pai, por outro lado, não concordava com este futuro. Engenheiro e economista, ele preferia que a filha seguisse uma carreira de futuro menos incerto. Ela não quis. Foi para Goiás estudar artes visuais na Universidade Federal, e foi lá, também, que teve seu primeiro contato com a tatuagem. “Entrei como aprendiz em um estúdio Garuda Tatuagem, fui aprendiz da Paula Dame. Fiquei um ano lá aprendendo a tatuar, aprendendo como funciona um estúdio, aí vim pra cá e abri o meu”, lembra.

A faculdade também lhe deu mais base para pintar as telas. “Comecei a fazer mais por conta da faculdade“, conta. “A gente tem as matérias específicas de pintura, desenho, escultura, e aí no final você vai para a linha que gosta mais. Acabei indo para a pintura, mas sempre fiz, também trabalho com ilustração”.

Apesar das referências artísticas, ela desenvolveu um estilo próprio. “Nestes doze anos em que eu estou estudando desenho eu experimentei muito estilo diferente. Fui para o realismo, estilo de quadrinhos... então meio que juntei tudo e tenho um estilo próprio”, conta.

Telas de Mia (Foto: Olhar Conceito)

As técnicas que Mia usa também dependem do que será representado. Segundo ela, quando faz algo mais realista, usa óleo, e quando é algo mais livre, opta pelo acrílico. No desenho, gosta de usar marcadores, mas “faz o que ter”. “Tirando alguns materiais específicos em que eu tenho dificuldade, eu consigo trabalhar com muita coisa”, revela.

Nas tatuagens, se especializou em estilo ‘tradicional americano’ e ‘neotradicional’. “O tradicional americano é o que a gente chama de ‘old school’, que é aquele estilo que surgiu nos Estados Unidos no começo do século XX, principalmente entre marinheiros. Quando a gente vai aprender a fazer tatuagem, principalmente se você tiver uma formação boa – porque hoje tem muita gente aprendendo a tatuar no Youtube, o que é problemático –você escolhe um estilo tradicional, pode ser tradicional americano, tradicional japonês, pra você seguir. Porque os estilos tradicionais são tradicionais porque eles funcionam. E você escolhe um estilo tradicional para estudar para você entender todos os princípios da tatuagem”, explica.

Desde que voltou de Goiânia, Mia entrou em sociedade com a mãe e instalou seu estúdio e ateliê no bairro Araés. Ali, faz as tatuagens e também as telas, tanto por prazer, quanto sob encomenda. “Faço tanto comercial, a parte de ilustração, quanto decoração, retrato... o que pedirem”.

O atendimento é de segunda a sexta-feira, das 9h às 18h30, e aos sábados das 9h às 14h. Vale lembrar que Mia não faz cópia de desenhos autorais de outros artistas. Para conhecer seu trabalho, basta acessar o Instagram do estúdio ou o pessoal.
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