Outra iniciativa científica de Mato Grosso iniciou a produção das máscaras para serem doadas aos médicos e enfermeiros do estado que trabalham na linha de frente no combate ao novo coronavírus (COVID-19). A parceria é da UFMT, UNEMAT e IFMT, com uma equipe interdisciplinar de Engenharia Elétrica, Física, Ciência da Computação, Biologia e Estatística.
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A iniciativa foi dos professores Marcelo Sacardi Biudes (UFMT), Armando da Silva Filho (UNEMAT) e Nadja Gomes Machado (IFMT) e do Doutorando Elio Santos Almeida Júnior (Programa de Pós-Graduação em Física Ambiental) que são membros do Grupo de Pesquisa em Interação Biosfera-Atmosfera (GPIBA) da UFMT. Os trabalhos começaram nesta semana.
“Obtivemos um projeto já testado pelo Projeto Hígia da Unifesp. Desde então, tivemos conhecimento que outras pessoas também estavam se dispondo e produzindo protetores faciais (face shields) para os profissionais de saúde. Entramos em contato com a equipe do prof. Maurício da Faculdade de Arquitetura da UFMT, que nos passou um projeto de protótipo que estavam começando a trabalhar que pode ser impresso com maior rapidez. Tudo que for produzido será aglutinado pelo grupo do prof. Maurício e encaminhado para o Conselho Regional de Medicina de MT que fará a distribuição de acordo com a necessidade da Secretaria de Estado de Saúde de MT”, contou o professor Marcelo ao
Olhar Conceito.
A equipe produz protetores faciais (os ‘face shields’) com filamentos de plástico ABS ou PLA para encaixe de visor de acetato no Laboratório de Instrumentação Micrometeorológica e Sensoriamento Remoto (LIMSer) do Instituto de Física (IF) da UFMT. Por meio da parceria, o professor da Unemat, Armando, também produz os protetores e Barra do Bugres, no Núcleo de Tecnologia Aplicada (NTA).
A produção de 1kg de filamento, segundo professor Marcelo, demora cerca de 1h20 e pode ser utilizado para 30 protetores. O custo fica em torno de R$3 para cada máscara, que é pago com recursos de projetos já em andamento financiados pela FAPEMAT e CNPq. O material é entregue sem nenhum custo para o Conselho de Medicina.
“Além disso, tem o curso do acetato que está sendo produzido pelo grupo do Prof. Maurício”, conta Marcelo. “Nosso grupo de pesquisa tem trabalhado com diversos projetos de prototipagem de equipamentos para serem utilizados em estudos microclimáticos”.
O grupo pode, ainda, trabalhar em outros materiais para o enfrentamento ao vírus. Os respiradores, no entanto, precisam de normatização da Anvisa para serem produzidos. “Caso tenha um projeto pronto normatizado, podemos executar sim”, completa o professor.