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Notícias / Gastronomia

Advogada formada há 15 anos troca processos por panelas com cozinha afetiva para fazer pães e bolos

Da Redação - José Lucas Salvani

Advogada há 15 anos, Juliana Nogueira, de 39, sempre teve uma boa relação com a cozinha. Ela relembra de ver sua mãe, Dona Cida, fazer diversas receitas em casa, como uma rosca, de massa “macia e perfumada”, que acabou sendo integrada ao cardápio de Da Ju Cozinha Afetiva. O negócio nasceu em meio a pandemia do novo coronavírus, como uma forma de Juliana encontrar uma nova renda.

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Advogada de correspondência, com as audiências suspensas temporariamente, Juliana se viu sem trabalho durante a pandemia. Em julho de 2020, o trabalho voltou de forma online, porém o valor que ela iria receber por cada audiência era irrisório. Sem alternativas, ela seguiu no trabalho por cerca de um mês até que resolveu deixar a profissão quando encontrou uma nova fonte de renda.



O marido de Juliana foi um dos principais incentivadores para que Juliana fizesse a troca. Ele, inclusive, foi quem sugeriu para que ela encontrasse uma nova ocupação enquanto estavam no Paraná. Assim, ela pediu demissão e até recebeu uma proposta de aumento do escritório onde estava, mas por estar decidida a ter um novo recomeço não aceitou.

“Troquei meus processos pelas panelas”, conta em entrevista ao Olhar Conceito. Juliana apostou na cozinha afetiva, com receitas de amigos e familiares adaptadas para uma produção em maior escala. Juliana consegue fazer de tudo um pouco. Em seu Instagram, é possível encontrar tortas, massas, bolos, caponata de beringela, doce de abóbora, roscas e, sua especialidade, pães.



O Da Ju Cozinha Afetiva começou a atender o público em fevereiro de 2021, quando ela e marido retornaram para Cuiabá. Entre o fim de seu trabalho enquanto advogada e as primeiras vendas, ela passou a trabalhar em algumas cozinhas em Ponta Grossa, no Paraná. Ele chegou a fazer um estágio em uma padaria, onde uma mulher chamada Dona Vilma a ajudou adaptar algumas receitas para torná-las comercializáveis.

“Se você já viu sua avó ou mãe cozinhando, [sabe que]a elas usam xícaras, mas qual a medida que estão usando? Tenho que transformar isso em peso e uma receita para que seja comercializada. Muitas vezes, você mexe com a proporção, a receita não fica do jeito [certo]. Vamos tentando. Cada dia você vai mudando uma coisa e fazendo, [até dar certo]”, conta.



Um dos principais carros-chefe de seu negócio é uma rosca que foi passada entre gerações. A receita é de sua avó, que passou os ensinamentos para sua mãe e, posteriormente, para Juliana e sua irmã, Bruna. O nome dado à rosca é Dona Cida, em homenagem à mãe que faleceu há alguns anos.

Dona Cida era cozinheira de mão cheia. “Minha mãe é descendente de mineiros. Sempre muito habilidosa e autodidata na cozinha. Nunca fez um prato com receita, sempre era tudo no olho, sabe? O forte dela eram doces caseiros, feijoada, rabada, frango caipira com polenta. Tudo muito rústico, sabe? E a gente [ela e sua irmã] sempre juntos”, enaltece Juliana.



Juliana já se questionou sobre não fazer gastronomia ao invés de direito, mas chegou a conclusão de que se não tivesse entrado para a área jurídica não tinha conhecido seu marido. “Se eu não tive cursado direito, eu não teria conhecido meu marido. Conheci ele no casamento da minha melhor amiga de faculdade, então fez um atalho”, pontua.

As vendas de Juliana são feitas em sua maioria no condomínio onde mora, mas ela aceita encomendas em algumas regiões de Cuiabá, como CPA e Parque das Águas. Para encomendar, basta entra em contato pelo WhatsApp pelo número (65) 3634-0108 ou Instagram.
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