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Notícias / Literatura

Doutora em História Social percorre MT em lançamento de livro que conta a saga da escravizada Joaquina Malheiros

Da Redação - Pedro Coutinho Bertolini

A professora doutora em História Social e bacharel em Direto, Maria Auxiliadora de Azevedo Coutinho e Castro, lançou o livro “Joaquina – Mulher, Negra, Escrava e Mendiga. Uma saga de cidadania”, que narra os caminhos individuais percorridos pela idosa Joaquina Malheiros em busca de meios para complementar sua alforria e liberdade, dentro dos limites de utilização dos espaços jurídicos autorizados pela legislação oitocentista. A obra está disponível na pré-venda pela Amazo e Editora Viseu. A professora já passou por Cuiabá, Cáceres e agora irá lançar no Auditório da Faculdade Católica Rainha da Paz, em Aripuanã. 
 
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Em Cáceres, a professora lançou a obra no evento O Museu de Humanidades Alaíde Montecchi (Mham), da Unemat, que irá realizar a 20ª Semana Nacional de Museus: Poder dos Museus – Humanidades, Vozes no presente. Agora, ela fará o lançamento no Auditório da Faculdade Católica Rainha da Paz, em Aripuanã, as 19h30. 

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

Uma publicação partilhada por Joaquina, Mulher, Negra, Escrava e Mendiga (@conheca_joaquina)


A pesquisa mergulhou no resgate de páginas policiais, imprensa e processos judiciais que permearam os processos de liberdade conduzidos individualmente pelos escravizados e senhores. Nesta investigação, foram colhidas memórias por meio dos documentos jurídicos para ser possível retomar as complexas relações estabelecidas à época entre os escravizados e escravizadores.

Joaquina foi uma mulher, negra, e mendiga que percorreu sua saga de cidadania em busca de alforria e liberdade na Vila Maria do Paraguai, vila pertencente à capitania de Mato Grosso, fundada em outubro de 1778. Escrava do tenente Joaquim Pinto de Arruda, Joaquina utilizou os espaços permitidos na legislação oitocentista para tentar sua libertação.

A idosa escravizada é apresentada em sua travessia da fronteira entre liberdade e escravidão, com uma ação Civil de Liberdade que buscava a legalização de sua alforria. Em destaque, Maria Auxiliadora prioriza na pesquisa práticas jurídicas que foram usadas nos processos de libertação na fronteira oeste do Brasil, durante a segunda metade do século XIX, pelos escravizados que almejavam alcançar suas emancipações.

No recorte temporal estabelecido no livro, embora o tráfico humano internacional estivesse proibido, tais práticas jurídicas entre escravizadores e escravizados nos relatos dos documentos cartoriais, delegacias e tribunais, contratos de trabalho com vistas à emancipação e escrituras de liberdade, demonstraram as relações desiguais entre os poderes e evidenciou, conforme a autora, que a arena jurídica não é neutra e sim um espaço de lutas.

Joaquina Malheiros pode ser tomada como um caso emblemático, pois mesmo que representassem minoria numérica, as mulheres compuseram a maior parte dos casos de alforria, tendo em vista as razões profundas que as faziam acreditar e desejar a liberdade, muitas vezes mais que os escravizados domésticos velhos ou inválidos.

Acesse aqui e compre o livro impresso ou digital.

Sobre a autora
 
Maria Auxiliadora de Azevedo Coutinho e Castro é historiadora e advogada que iniciou seus estudos no Educandário São Francisco, na cidade de Jaciara, MT. É licenciada em História, Mestre em História do Brasil pela UFMT, Bacharel em Direto pela Unemat e Doutora em História Social pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro.

Foi diretora do Arquivo Público de Mato Grosso, Professora Universitária aposentada e fundadora do Núcleo de Documentação e História Oral da Unemat, e é assessora jurídica de Gabinete Legislativo na Câmara Municipal de Maricá, no RJ.  A obra é resultado de pesquisa que embasou sua Tese de Doutorado.
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