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Fotógrafo que roda o Pantanal em Truck Home, Izan Petterle registra Cavalhada e tenta capturar a essência do pantaneiro em Poconé

Da Redação - Pedro Coutinho Bertolini

Izan Petterle começou sua vida com as imagens quando deixou de comprar um Fusca para adquirir uma máquina fotográfica. Decisão mais que acertada. Ele acredita que a fotografia trata da memória, da passagem no tempo e que a mágica do fotógrafo é conseguir congelar tudo isso pelas lentes. Imbuído em capturar a alma do povo pantaneiro com sua câmera, o fotógrafo viajou para Poconé para a Cavalhada, que aconteceu no dia 26 de junho em busca de fixar as tradições e realçar as raízes culturais da maior planície de inundação do país. “Isso é um projeto já de décadas que eu venho fazendo. Sou pioneiro nisso", contou. 

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O labor da nova captura começou com o documentário “Trilha das Águas”, veiculado pelo canal Discovery Channel. Em um Truck Home Off Road, Izan se transformou em um profissional “nômade” que atravessa o Pantanal de Mato Grosso para a “grande viagem fotográfica” - aventura que partiu do centro geodésico até a beira do Rio Cuiabá e Paraguai, na Serra do Amolar.



Além de uma casa sobre rodas, o caminhão concentra um escritório e um estúdio, que é montado do lado externo do veículo em poucos minutos. Para ele, o Pantanal é uma espécie de uma jornada pessoal em busca de suas raízes.



Ele que vem de Alegrete, viveu na época em que Mato Grosso era tido como uma terra prometida e havia uma corrida em busca de riquezas na região. Izan desembarcou no estado a partir dessa identificação. Hoje com 64 anos, ele continua voltando ao Pantanal em busca dessas raízes culturais e que lhe interessam para o tipo de fotografia que faz.
 
A proposta do trabalho é explorar ao máximo os personagens da região, registrando toda brasilidade deles, exaltando o que comungam e o que diferem dos moradores dos diversos brasis abarcados pelas fronteiras deste país.

“Isso é um projeto já de décadas que eu venho fazendo. E eu tenho um livro, “Os Caubóis do Pantanal”, já mergulhei. Sou pioneiro nisso aí. Hoje te uma série de fotógrafos mais jovens que vem seguindo os meus passos fazendo a mesma coisa que eu”, contou.

Depois registrar o povo pantaneiro em seu habitat e costumes, a ideia agora é tirar ele do cenário e mostrar quem é a pessoa e os detalhes que a fazem única.

 Quem se dispõem a participar escolhe alguns objetos que o descrevem e até mesmo animais, como o cavalo. Depois, se posiciona sobre o fundo monocromático. O resultado é o cidadão pantaneiro como principal elemento, sem distrações ou máscaras.

As imagens que têm produzido atualmente fazem parte de um projeto que já dura décadas. Segundo Izan, é uma vida de documentação fotográfica congelando na memória o tradicional modo de vida e cultura do pantanal poconeano.

Petterle, que começou a fotografar na década de 90, já tem no currículo experiências que o colocam em um local de destaque no mercado. Trabalhou para a National Geographic Brasil e, atualmente, está na Discovery Channel. Também publicou livros e ilustrou exposições.



No documentário Caminho das Águas, Izan contou sobre sua trajetória e lembrou quando entrou na faculdade de Medicina Veterinária e ganhou do avô uma quantia em dinheiro para comprar um fusca.

Porém, para frustração dos parentes, chegou em casa com uma máquina fotográfica e gastou o que sobrou do valor em uma viagem à cidade de Machu Picchu, no Peru, inspirado à época nos idos de Che Guevara.

Fisgado pela luz e construção cultural do Pantanal, nunca deixou de lado a região e diz que, aos 64 anos, vai realizar o sonho de congelar momentos através de imagens na maior planície alagada do planeta.
 
O projeto é realizado por Izan Petterle com financiamento próprio e teve apoio logístico do Sindicato Rural de Poconé e do grupo Guardiões do Pantanal. Parte deste material será compartilhado no Instagram.

Hoje sua arte multifacetada atende a projetos corporativos – as fotografias épicas -, artísticos e documentais. Tornou-se um dos colaboradores da revista National Geographic e um dos grandes nomes do Brasil.

A vida dinâmica e as escolhas que tomou não lhe roubaram oportunidades, afinal, ele viaja o mundo e é no seu recanto em Chapada dos Guimarães, onde reside até hoje. No município místico crescido em cima de paredões, ele recarrega as energias, onde desde o início de sua carreira como fotógrafo cuida de gados e de cavalos.
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