Conheça Labirinto Arte: espaço dedicado à pesquisa, criação e formação em artes no centro de Cuiabá
Da Redação - Pedro Coutinho Bertolini
Cuiabá ganha um novo lugar totalmente artístico, localizado no centro da capital: “Labirinto Arte” surgiu no primeiro semestre de 2022 e é dedicado à pesquisa, criação artística e formação em artes. É onde os ateliês do coletivo de investigação cênica SpectroLab, de Douglas Peron e Millena Machado, e do artista visual Renato Medeiros, se encontram.
Concebido para ser um Espaço Criativo, o labirinto é também um ponto de atravessamentos entre diferentes linguagens artísticas, que oferece a você, artista de Mato Grosso ou entusiasta da arte, cursos e oficinas, confecção de máscaras e bonecos, serviços de cenografia, ilustração, design gráfico, produção cultural e um estúdio fotográfico disponível para locação.
“Então o que liga a gente, eu o Douglas e o Renato, é esse trabalho com a arte, cultura e educação também. A gente trabalha muito com desejos, e do que está latente, talvez para o momento que a gente percebe do mundo. E tudo que toca a gente nesse sentido a gente vai investigar esse cenário, esse espaço”, explicou Millena. Aos interessados em conhecer, participar e adquirir os trabalhos do Labirinto, basta seguir o Instagram, acessar os portfólios dos artistas e solicitar um orçamento.
A ideia de idealizar um espaço totalmente dedicado aos encontros e atravessamentos artísticos daquilo que está latente no mundo surgiu de uma necessidade de os integrantes em ter um local onde pudessem ser livres para poder criar “tudo que a gente precisa, e que pudesse abarcar tudo que a gente quer, o que a gente gostaria e o que nossos artistas colaboradores pudessem se sentir livres para vir aqui e criar alguma coisa”, disse Millena.
E as criações no labirinto são vastas, incorporando as frentes de cada artista envolvido no espaço. Millena é membro fundadora do Lab e do SpectroLab, coletivo de investigação e criação em artes híbridas, em atividade desde 2017.
Atriz, performer, bonequeira, produtora e professora, é formada em Administração e pós-graduanda em Arte-Educação. Ela investiga as potencialidades do corpo e do teatro de formas animadas, mesclando técnicas e promovendo interações entre objetos animáveis, movimento corporal, o público e a rua.
“Eu e Douglas a gente vai para o lado do estranhamento, quase um grotesco. Umas coisas bem diferentes. Então a gente não está nada no convencional, estamos sempre tentando extrapolar as nossas próprias ideias para buscar algum impacto nas pessoas, para não ser simplesmente o belo, o fofinho. Então a gente vai para essa linha impactante, de chamar bastante atenção”.
Douglas Peron é ator, performer, bonequeiro, cenógrafo, produtor e professor. Desenvolve seus trabalhos a partir de técnicas do teatro de formas animadas, como escultura, papietagem, criação de moldes e títeres. Tem formação em Engenharia Civil (UFMT) e Mestrado em Estudos de Cultura Contemporânea (UFMT). Tem Cuiabá, cidade onde vive, como um de seus campos principais de investigação.
“A gente vem do teatro, e aí a gente acaba, embora cada um tenha a sua linha de trabalho, trabalhando em várias frentes. Para fazer o teatro, temos que fazer boneco, ser diretor, as vezes atacar de músico também a gente tem muitos instrumentos musicais ali. A gente faz várias coisas. O Douglas ele fez engenharia civil, então ele faz muitos cenários também”, explicou.
Renato Medeiros é artista visual e pesquisador em arte contemporânea. No Ateliê Renato Medeiros de Artes Visuais, desenvolve suas criações artísticas principalmente a partir da pintura e do desenho. É Doutor em Artes Visuais (UnB), Mestre em Estudos da Mídia (UFRN) e graduado em Comunicação Social (Ufal). Também atua como jornalista cultural, designer gráfico, produtor e professor. Em 2021, foi premiado em 1º lugar na categoria Pintura, pelo 26º Salão Jovem Arte, em Cuiabá-MT, onde vive e trabalha.
“Falando de Renato: ele tem essa questão de trazer para obras plásticas dele. Então ele faz de diversas maneiras: tem a pintura, desenho, artes gráficas, artes que são feitas no computador. E a gente tem mais esse viés do teatro, não necessariamente um teatro no palco. As vezes vamos no teatro de rua, temos vários formatos que pesquisamos. E aí não ficamos engessados em apenas alguma maneira”.
O fio condutor que une os três artistas é o viés de trabalho com arte, cultura e educação. O espaço criativo que abarca as criações dos colaboradores também está de braços abertos à novas propostas, sugestões e trabalhar com outros artistas. “Tanto é que várias pessoas já tem circulado aqui. A gente trabalhou com um espetáculo chamado flor de mamona. Então o espaço está sempre assim”.
Labirinto é voltado aos artistas e pessoas que se interessam em criar, elucubrar, interferir, explorar, atravessar e trocar tudo que envolve arte. Além disso, esporadicamente, estará aberto para quem busca tipos de formação, com cursos livres, oficinas, confecção de máscaras e bonecos, serviços de cenografia, ilustração, design gráfico, produção cultural e um estúdio fotográfico disponível para locação.
“A gente não excluiu a possibilidade de abrir par ao público. Mas serão momentos pontuais que a gente vai poder dedicar para isso, para esses momentos”.
O labirinto artístico também se confunde com um laboratório, onde se cria, investiga, fomenta, elucubra e troca tudo aquilo que compõe o universo artístico, seus criadores e criações. O espaço garante apoio necessário aos artistas que tiverem interesse em trocar com seus colaboradores.
Então, são diversas possibilidades oferecidas pelo espaço. Seus colaboradores ficam ali, pensando em novas formas de arte, trocando ideias e inspirações. Para além de objetivar ações que visam se inserir no mercado artístico, o labirinto também tem um firme viés educativo, investigativo e cultural.
“Porque a gente sempre trabalhou com isso: a cultura e a educação estão muito um do lado da outra e essa é nossa vontade. Poder expor, trocar, ensinar o pouco que é muito também que a gente sabe e a gente tem vontade de estar trocando com a galera; e aprender também, receber novos ensinamentos”, disse Millena.
Geralmente, Millena, Douglas e Renato ficam no espaço das 9h até as 18h, trabalhando e investindo em novas possibilidades para a cena cultural e artística de Cuiabá e Mato Grosso.
"Estamos sempre vendendo por encomenda, projetos ou desejo. Materiais pedagógicos, tudo. Tudo que vier por encomenda, a gente investe no espaço. É claro que deu uma expansão nas nossas possiblidades. Ter o espaço, estar aqui juntos, estamos sempre borbulhando as ideias, estamos sempre ativos par conseguir criar coisas novas e conseguir reinvestir no espaço”, finalizou.