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Distúrbio pode pôr a vida em risco por fazer com que pessoas literalmente caiam de sono

Da Redação - Priscilla Silva

Em um dia comum, Mike está em uma calçada aguardando o sinal de trânsito abrir para atravessar a rua, quando repentinamente é acometido por um súbito sono que mal consegue manter-se em pé. A cena descrita acima faz parte do filme Garotos de Programa, de 1991, e retrata um ataque de Narcolepsia acompanhada de Cataplexia. Doença que pode colocar a vida dos portadores em situações de risco constante. 

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Narcolepsia é uma doença ligada ao sono e ainda é pouco conhecida. Quem é portador dela possui uma sonolência excessiva a qualquer hora do dia e em situações inusitadas, como por exemplo, estar dirigindo um automóvel, operando máquinas ou cozinhando. Por isso, as pessoas que a possuem precisam ser assistidas com maior atenção.

Segundo cálculo do Centro de Narcolepsia da Universidade de Stanford, na Califórnia, a Narcolepsia acomete um em cada dois mil indivíduos. Ela não se trata de uma doença mental e sim um distúrbio do sistema nervoso, como explica a especialista em Medicina do Sono, Carolina Carmona, que trabalha na empresa Duoflex.

Segundo ela, o diagnóstico não é fácil de ser revelado e pode até levar anos para ser preciso. “A dificuldade em detectar o problema é que ele pode ser naturalmente confundido com uma preguiça excessiva, sonolência em demasia ou transtorno de atenção, ainda que a pessoa durma bem durante a noite”, explica.

Os especialistas que estudam os casos de Narcolepsia acreditam que o problema é causado por quantidades reduzidas de uma proteína denominada hipocretina, que é gerada no cérebro. Porém, não se sabe ainda o que leva o cérebro a produzir pouca quantidade desta substância.

Em quadros mais graves a Narcolepesia pode vir com agravante, a Cataplexia. Ela está relacionada ao enfraquecimento do tônus muscular, perda da força e controle e faz com que a pessoas não se aguentem em pé, ou seja, caia no sono.

Este é um dos sintomas comuns a todos os portadores, porém, além da cataplexia, existem outros sinais que podem aparecer como: a paralisia do sono, quando a pessoa acorda e não consegue se movimentar; fragmentação do sono, despertares noturnos; e alucinações hipnagógicas, que são sonhos vividos na transição do sono com a vigília. Nesse último sintoma, algumas pessoas podem até interagir com os sonhos o que pode colocá-las em situações constrangedoras.

Por causa da demora no diagnóstico, muitos portadores da doença são apontados como pessoas preguiçosas, além de ter problemas na carreira profissional. Dessa forma, a especialista avisa que é fundamental o apoio psicológico e a busca por tratamento.

Depois da descoberta da doença, sua evolução do quadro pode demorar aproximadamente dez anos, por essa razão, a especialista do sono recomenda que a pessoa adote uma rotina de horários regulares, evite perder sono durante a noite, e, sempre que possível, cochile de 15 a 20 minutos duas ou três vezes durante o dia, para facilitar o controle da sonolência diurna. Tudo isso acompanhado de um tratamento farmacológico indicado pelo médico que o acompanha.
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