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Rai Reis: Conheça a fotografia autoral de um apaixonado pela cultura mato-grossense

Da Redação - Stéfanie Medeiros

No meio do centro histórico de Cuiabá, próximo à boêmia Praça da Mandioca, a produção artística ainda é intensa. Em uma casa com a fachada verde, dois artistas continuam a contribuir com a história e cultura de Mato Grosso, pois neste mesmo local, o casal Rai Reis e Adriana Milano mantêm seus estúdios e ateliê.

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Cheio de quadros, livros e espírito criativo, o local é aconchegante e inspirador. O estúdio de Rai Reis, no entanto, é um pouco mais austero: Paredes brancas, cenário branco, uma geladeira amarela no canto, uma escrivaninha com dois computadores, alguns quadros e fotografias do próprio Rai pendurados na parede. Mas o ambiente é, no geral, “seco”. Isto porque a arte de Rai não se faz no estúdio, mas nas ruas, nas festas culturais, no meio da natureza mato-grossense.



O trabalho de Reis atualmente é “livre” das “leis fotográficas”, no sentido de que o experimentalismo não só é bem vindo, como essencial. O fotógrafo viaja por todo o estado para registrar e criar as manifestações culturais. Rai também tem um gosto especial em fotografar a natureza, pessoas e, claro, Cuiabá.

Mas sua história como fotógrafo não começou no caminho artístico, de criação e experimentalismo. Aos dezoito anos, com um pai advogado, Rai precisava de alguma coisa para fazer. Ele começou a cursar história na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e, pro curiosidade, fez um curso de fotografia no Senac. Para ganhar experiência e ter o próprio dinheiro, começou a trabalhar durante a tarde como fotógrafo no Diário de Cuiabá.

Depois de um tempo, decidiu largar o curso de história e, como já estava envolvido no jornalismo, começou a cursá-lo também na UFMT. Mas depois de dois anos, percebeu que também não era bem isso que queria. O que queria mesmo era a fotografia. E, sem olhar para trás, seguiu com sua carreira. A princípio, Rai trabalhou por cerca de dez anos com fotojornalismo. Depois passou para a fotografia publicitária, área em que trabalha até os dias de hoje. É seu ganha pão.



Mas algo não estava certo. Tinha alguma coisa faltando. “Sabe quando você trabalha com algo durante a semana e, no final de semana, não quer nem ouvir falar disto? Então, eu estava assim com a fotografia”, explicou Rai, que na época trabalhava exclusivamente com fotografia publicitária. “Mas quando se é fotógrafo de verdade, não é só durante o horário comercial da semana e sim 24 horas por dia todos os dias”, disse.

Então Rai voltou a levar sua máquina consigo a todos os lugares em que ia. Assim, voltaria a treinar o seu ‘olhar’. A fotografia autoral voltou naturalmente para sua rotina. Agora Rai não sentia enfado com seu trabalho, mas prazer. Na fotografia artística, ele ficava absorto no universo que estava retratando. “O fotógrafo não tira foto só com o olhar, mas com os olhos, coração e mente. A sensibilidade conta muito no momento de criação”.



Rai Reis continua com seu ganha pão, que é a fotografia publicitária. Mas agora, dedica-se apaixonadamente à sua vocação: a fotografia autoral.

Projetos

No começo deste ano, Rai lançou um livro com seus trabalhos com a temática do Siriri e Cururu. Atualmente, já está trabalhando em outra publicação ainda para 2014. Para acompanhar as manifestações culturais de Mato Grosso, Rai viaja por todo o estado. “Onde tem manifestação cultural, eu vou”. Ele faz estas viagens por conta própria. Seu segundo livro vai ser com um apanhando destas fotografias feitas por todo Mato Grosso.



Além disto, muitos de seus trabalhos estão em exposições. A Casa Barão de Melgaço, sede da Academia Mato-Grossense de Letras (AML) e Instituto Histórico e Geográfico de Mato Grosso (IHGMT), por exemplo, tem em seus salões uma galeria fixa de Rai Reis. Outra mostra, com temática sobre Cáceres, também está aberta ao público na Casa do Artesão.

Mas os trabalhos de Reis conquistaram um outro mercado: o de decoração. Muitas de suas fotografias são procuradas por arquitetos para compor ambientes. “O lugar de fotografia é na parede ou em livros, impressas, onde podem ser apreciadas. Fotografia não pode ser esquecida em um HD externo”, disse o artista. Veja na galeria abaixo alguns dos trabalhos de Rai Reis:
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