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Quarteto virtuose mostra em repertório que o blues é base fundamental para rock, pop e outros gêneros

Da Reportagem - Lidiane Barros

Da passarela montada no centro da Praça Dom Wunibaldo, tomada pela neblina, as bolinhas de sabão de um comerciante informal acompanharam quem migrou da praça central para o restaurante Pomodori.

Lá, estavam alinhados três virtuoses da música mato-grossense: Wellington Berê (baixo), Sandro Souza (bateria) e Leon Pio (guitarra) para cumprir o projeto Blues do Mato. Cada um com suas características mais marcantes para reverenciar o blues. Wellington é o rei do groove, Sandrão tem um gingado percussivo e Leon Pio domina a técnica. Para somar, o gaitista Paulo Teixeira e por vezes, um dos curadores da mostra musical, o guitarrista Danilo Bareiro subiu ao palco para executar um blues “mais rasgado”. Característica da visceralidade que envolve todo o mito musical.

“Na Rodoviária”, de Raul Seixas, abriu o repertório da noite. “Eu achava que não curtia blues. Mas desde criança eu escuto um dos maiores ‘bluseiros’ do Brasil”, disse Wellington Berê. O trio resolveu apostar em um blues mais soft e executou canções de repertório anos 80. “O blues é uma música que está na raiz de todos os ritmos”, destacou Danilo Bareiro. Entre elas, Still Got the Blues, Everybody wants to Rule the World e Superstition, de um dos ícones da música negra: “aqui vai um Stevie Wonder na voz de Steve Ray Vaughan”, anunciou o vocalista e baixista. Em outro momento, a musicalidade de BB King ficou ainda mais rica com Paulo Teixeira tocando flauta.

Quem estava lá não cansava de se vangloriar da oportunidade de ouvir música com uma qualidade técnica pra lá de considerável, executada por bons músicos, e claro, ainda mais encantadora por conta da neblina que permaneceu o tempo todo que chegava a molhar cabelos e roupas.

“Chapada estava tão carente deste tipo de evento que resolveu nos dar um clima agradável. Esse friozinho e a neblina foram encomendados”, brincou o procurador da União, Mauri Leite. “O repertório não podia ser melhor, afinal, o blues é uma música que é base fundamental para tantos outros ritmos”. E disparou: “A associação comercial de Chapada há muito tempo precisava ter que protagonizar essa movimentação em prol do turismo. Não adianta esperar do Governo, eles têm que ter iniciativa própria”.
A programação ultrapassou as duas horas da madrugada, mas ainda que a banda tivesse anunciado o final do show, muitos ainda permaneciam nas mesas do Pomodori.

Neste sábado, o show é da banda Tocandira e Viviane Cantarela, no Chapada House, a partir das 22 horas. 
Durante o dia haverão exposições de arte visual, circuito itinerante de shows pelos bares credenciados e por volta das 17 horas, o Sunset Blues, com a banda Lord Crossroad, no Pomodori.


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