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Notícias / Música

A arte do improviso no Sunset Blues em Chapada dos Guimarães

De Chapada dos Guimarães - Lucas Bólico

Após mais de uma hora de atraso para o início da jam session Sunset Blues, em Chapada dos Guimarães, no início da noite de ontem, um dos organizadores subiu ao palco, que ainda estava sem bateria. "Temos uma má notícia", anunciou, sugerindo que não haveria mais apresentação. "O por do sol já foi embora", completou logo em seguida. Começavam a soar os acordes da guitarra.

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A ausência da bateria logo foi esquecida. A base da percussão foi mantida pelo cajon, o que não impediu a apresentação. Três grupos fizeram um passeio pelo blues na Alameda Pomodori e esquentaram a noite que insistia em baixar a temperatura. A neblina tomava Chapada dos Guimarães.



Do improviso para arrumar a percussão aos improvisos dos músicos no palco. Os três grupos chegaram a repetiram algumas músicas e a apresentação lotou o Pomodori e as calçadas em volta. Dentre clássicos e múscas autorais, o sunset preparava o ambiente para a apresentação final.

A bateria ausente na apresentação, aliás, demorou para ser incorporada ao blues. Apesar de ser um ritmo com raízes africanas, ele não tem na percussão uma de suas bases. O som nasceu nos campos de algodão nos Estados Unidos, onde o canto dos escravos embalava a labuta. Era blues vocal e de desabafo.



Só depois chegou o violão, com o qual, empiricamente os negros foram criando as harmonias, chegando ao blues de 12 compassos. Tão antigo, o blues continua vivo quanto seu rei, B. B. King, grande homenageado do evento, que contou com o patrocínio e apoio do grupo Olhar Direto.
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