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Artesanato varzeagrandense foi atração em evento do Várzea Grande Shopping

Secom VG

 As redes produzidas na comunidade de Limpo Grande, em Várzea Grande foram uma das atrações do Várzea Grande Shopping, que no último sábado abriu as portas para a cerimônia de entrega de chaves aos lojistas. Várias peças estiveram em exposição e chamaram a atenção do público presente.

A artesã Valdirene Maria Mendes já perdeu as contas de quantas redes confeccionou, mas tem orgulho em dizer que suas peças hoje moldam varandas de várias famílias moradoras de São Paulo, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. “A mais preciosa foi entregue ao Papa João Paulo II, em sua breve passagem por Cuiabá. A rede foi feita especialmente para o santo papa, e foi tecida fio a fio, com alegria e muita fé”.

O trabalho das mulheres redeiras ajuda na renda fixa e o sustento da casa. Valdirene disse que tem que se ocupar de seus estudos, os trabalhos de casa, além da educação dos filhos, o que requer tempo. A dedicação não é exclusiva a arte, porém ela é enfática ao dizer que se depender dela a arte de tear vai continuar existindo.

A artesã, enquanto tecia uma rede, disse que essa cultura vem sendo passada de mãe para filha há várias décadas, porém com o aparecimento de computadores e a internet, os jovens da localidade perderam o interesse pelo trabalho manual, que requer além de concentração, delicadeza em conduzir as linhas. “Não podemos errar o ponto, se não o trabalho perde a qualidade”, destacou.

E, apesar da tecnologia, da indústria que coloca no mercado redes à preços convidativos, Valdirene diz que a rede artesanal sempre terá o seu valor. “Para tear uma rede utilizo 30 novelos de linhas e dependendo da imagem, trabalho três meses seguidos. A tecelagem é a arte mais expressiva de Limpo Grande, e quando as redes são expostas em feiras, ou cerimônias como essa do Várzea Grande Shopping, a comunidade e a arte passa a ser mais conhecida”, comemorou a artesã.
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