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Notícias / Artes Cênicas

Livro sobre vida de Freire ganha vida e é encenado pelo Cena Onze nesta sexta

Da Redação - Isabela Mercuri

Uma peça de teatro que é, na verdade, uma ‘amostra grátis’ de um espetáculo maior a ser encenado em 2016, sobre a obra de Silva Freire, será apresentada na noite desta sexta-feira (18) no Museu Histórico de Mato Grosso, às 20h. ‘Bugrinho’, da Cia Cena Onze de Teatro, traz aos palcos a ‘Trilogia Cuiabana’, livro que Freire fez junto a Wladimir Dias-Pino.

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A história da peça mostra três diferentes ambientes da vida de Freire, primeiro sua mãe, Dona Janoca, sua relação com ela e a razão de seu primeiro nome (Benedito), depois, a infância e as brincadeiras típicas de rua e, por último, a juventude permeada de jogos de futebol. Além disso, o espetáculo mostra parte da vida boêmia do artista e de seu olhar sobre a importância das prostitutas para a ‘defesa’ da honra das moças de família. Eram as chamadas ‘mulheres de utilidade pública’.

A apresentação faz parte do ‘Setembro Freire’, e a filha do autor, Daniela, salienta a importância de um grupo como o Cena Onze encenar essa peça: “Uma ação como essa faz com que a sociedade atual saiba que é possível sim obter uma narrativa de mundo diferente a partir de novas imagens e estas serem associadas à realidade. Sabemos de nossa responsabilidade para com o movimento Intensivismo (criado por Freire e Dias-Pino no fim da década de 40 e que ganhou o Brasil na década de 50). Então, somente a família ficar com esse legado seria impossível. Por isso é importante a rede de agentes da Cultura desse estado encampar essa ideia de forma inovadora”.

Já o escritor e amigo de Freire, Célio da Cunha, afirma que Freire é uma ‘logomarca’ que Cuiabá não deve perder. “Ele (Freire) representa um sonho bonito de viver bem, como fazem os índios. Quando digo isso me lembro de um filósofo de educação que dizia que há diferença entre viver bem e viver melhor. O primeiro modo é o que o índio pratica e o segundo o não índio, que pensa mais em ter do que ser. Por isso acho que as crianças e jovens agradecem ao poeta por tornar a educação mais significativa já que ele escreveu em seus poemas mensagens transcedentais”.

No museu, além da peça o público terá a chance de conhecer a poesia feita por crianças de escolas públicas baseadas no estudo do Intensivismo, expostas em varais; ter contato com um índice da visualidade poética de Dias-Pino, disposto em painéis em frente à Praça do Museu Histórico e, nos banheiros do espaço, ler parte do que Freire e Dias-Pino leram nos banheiros dos bares e zonas do baixo meretrício da Capital na década de 40. As frases foram artisticamente ‘desenhadas’ pelo grafiteiro Babu78 durante a intervenção ‘Asneira pra besteira’.

Serviço

“Bugrino” – Cia Cena Onze de Teatro
Local: Museu Histórico de Mato Grosso - Praça da República, 131
Horário: 20h
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