Elton Martins, produtor do coletivo MT Queer, comentou em entrevista ao Olhar Conceito sobre as dificuldades de produzir cinema LGBTQIA+ em Mato Grosso: “nunca entra dinheiro”. Quase não há patrocínio para as produções, e quando existe é por meio de permuta. Assim, o grupo independente precisa se virar para “fazer acontecer” e não ficar esperando “cair algum dinheiro milagroso de algum edital”, como ele pontua.
“Recebemos patrocínio de ninguém. Agora nos últimos trabalhos que algumas empresas conseguiram dar alguma ajuda. Essas ajudas acontecem por meio de permuta. (...) Nunca entra dinheiro. Para pagar transporte e alimentação é feito pelos membros do coletivo. A gente divide”, explica.
Em meio a pandemia do novo coronavírus, o coletivo precisou interromper suas atividades totalmente. O MT Queer conseguiu divulgar alguns trabalhos que já estavam prontos, mas só retornou as produções em julho a pedido do público, que clamava por conteúdos que os representassem. Para isso, o grupo reuniu atores que já testaram negativo para o COVID-19 e viajaram para o interior do estado para fazer as gravações.
Apesar das dificuldades, o grupo segue firme com suas produções. O último trabalho do MT Queer foi o curta-metragem “Teodora”, gravado devido ao Mês da Visibilidade Lésbica, comemorado em agosto. A produção acompanha o dia a dia de uma mulher lésbica e ainda abre espaço para discutir assédio sexual.
No YouTube, o canal do MT Queer já soma 1,3 milhões de visualizações. Além de “Teodora”, há a minissérie “Amor de Verão”, com quase meio milhão de visualizações; “A Ilha”, dividido em duas partes (parte 1e parte 2); o terror “Selena - A Travesti Assassina” e outras mais. Confira aqui.
“Nós já completamos mais de dois anos em Mato Grosso. Nesses dois anos, estamos muito felizes. Começamos como uma ‘brincadeira’, já na segunda produção nos levamos mais a sério e então começamos a entender que essa ‘brincadeira’ é um grito por voz, socorro e respeito. Criamos esse espaço para ser de comunicação. É um espaço para quem tem lugar de fala se colocar”, explica Elton.
“Amor TRANSforma”, dirigido por Elton Martins e Dizão Leão, é um curta-metragem documentário que conta a história de Naelly Podolski, que também faz parte do coletivo como atriz. O curta, disponível no canal do MT Queer, mostra o dia a dia de Naelly enquanto mulher transsexual no mercado de trabalho que concilia sua agenda com as gravações do MT Queer.
Já “Plus size - can be diva!”, também assinado por Elton Martins, acompanha Guilherme, um jovem que luta para aceitar e ganhar aceitação de sua mãe. De acordo com a sinopse pessoal, o curta é “uma trama recheada de dramas pessoais e familiares que irá fazer você repensar ou até mesmo se enxergar na temática proposta”.
Tomando todas as medidas de segurança possíveis, o MT Queer planeja manter um cronograma de lançar ao menos uma produção por mês. Os trabalhos a serem divulgados em setembro e outubro já estão gravados. Novidades devem ser divulgadas em breve.
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