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Sábado, 27 de abril de 2024

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Ivens Cuiabano será velado na Academia Mato-grossense de Letras: ‘símbolo da cultura e medicina’

Foto: Reprodução

Ivens Cuiabano será velado na Academia Mato-grossense de Letras: ‘símbolo da cultura e medicina’
O médico infectologista e poeta Ivens Cuiabano Scaff, que morreu na madrugada desta quarta-feira (21), em Brasília (DF), será velado nesta quinta-feira (22), na Academia Mato-grossense de Letras, na Casa Barão, em Cuiabá. A expectativa é de que o velório seja realizado durante a tarde após o traslado do corpo do imortal da AML, que ocupou a cadeira 7 durante 10 anos. 

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Também membro da AML, o advogado e escritor Eduardo Mahon, lamentou a morte em entrevista ao Olhar Conceito. Para Mahon, Ivens se tornou um símbolo da cultura e da medicina, já que desempenhou papel importante no atendimento de pacientes com HIV em Mato Grosso. 

Nas obras, o poeta evidenciava a cultura cuiabana e as transformações da cidade, além de também ter se aventurado na literatura infanto-juvenil. 

“Tinham vários segmentos que o Ivens representava bem. Em uma certa altura começou a se desdobrar também em literatura infantil, acho que ele se encontrou com uma alma mais infantil, mais livre, também foi muito bem acolhido pelo público infanto-juvenil”. 

O advogado também ressaltou a atuação que Ivens teve como conselheiro de Cultura. “Há 10 anos entrou para a Academia, mas antes disso já tinha sido conselheiro de Cultura e proporcionou fomento cultural para muitas pessoas. Era um ser humano tão maior, que é difícil falar de um aspecto dele apenas”. 

A AML lamentou a morte do poeta que também colaborou com a revista “Vôte!, Estação Leitura”. Ivens foi conselheiro municipal de cultura, posição usada para alavancar uma geração de novos escritores mato-grossenses. 

“Entre outros livros de enorme sucesso, é importante sublinhar Kyvaverá e Asas de Ícaro, ambos publicados pela ed. Entrelinhas. Seu trabalho é atualmente objeto de estudo nos cursos de graduação e pós-graduação de diversas universidades públicas”, diz trecho da nota de pesar.  

Infância no Porto e tratamento de pacientes com HIV 

Durante a infância, o médico infectologista e poeta Ivens Cuiabano Scaff viveu no bairro Porto, em Cuiabá, região tradicional da cuiabania. Em uma de suas memórias, ele lembrou das “crianças da cidade” que iam ao Porto com os pais para pescar ou quando chegavam as lanchas do comércio fluvial. Para Ivens, a convivência com o rio Cuiabá foi mais estreita, “zanzando” por onde queria, rodeado pelas lavadeiras da Pedra 21 e pelos pescadores. 

Ivens também destacou a presença dos quintais que eram “um universo sem limites” e de muros facilmente transponíveis. Parte das lembranças com Cuiabá foi usada nas obras do poeta que ocupava a cadeira 7 da Academia Mato-grossense de Letras (AML) desde 2014. Ele morreu na madrugada desta quarta-feira (21), em Brasília. 

Scaff se formou em Medicina na Universidade do Rio de Janeiro, fez pós-graduação na Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e foi médico do Sistema Único de Saúde (SUS). 

Sua trajetória na Saúde ficou marcada pela atuação ativa na linha de frente do tratamento de pacientes com HIV em Mato Grosso durante mais de três décadas, período em que assistiu de perto o avanço da ciência. 

O médico atendeu o primeiro caso de infecção pelo vírus na década de 80, quando um paciente chegou dos Estados Unidos buscando informações sobre teste. O cuiabano chegou a lamentar a perda de amigos pessoais, pessoas conhecidas e pacientes que foram infectados nas décadas passadas.
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