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Domingo, 28 de abril de 2024

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Café Filosófico e o romantismo: "Nós vivemos dentro da nossa raça e a nossa raça vive em nós"

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Notre passé et notre avenir sont solidaires. Nous vivons dans notre race et notre race vit en nous (nosso passado e nosso futuro são solidários. Nós vivemos dentro da nossa raça e a nossa raça vive em nós). Inicio meu texto com essa brilhante citação de um autor proveniente da estética romântica na França do século XIX: Gérard de Nerval.

Justamente por entender que o nosso passado dialoga intrinsecamente com o nosso presente e projeta-nos a um futuro calcado em fatos históricos, é pertinente que neste primeiro momento entendamos o que seria o movimento estético naquele pais.

A estética romântica ocorre no século XIX como forma de substituição da literatura filosófica que foi criada pelos filósofos do Iluminismo. No entanto, no fim do século XVIII, houve uma problemática no que tange ao nascimento de um novo movimento : o pré-romantismo.

Esse espaço de tempo não o qualifica como uma estética, mas como um prelúdio a um novo movimento.

Assim, pode-se dizer que seria mais justo denominar como pós-classicismo ao invés de falar sobre a germinação progressiva do Romantismo nos corações e nas mentes como fora a crítica da primeira metade do século, seria melhor visar a decomposição da estética clássica,

O pré- romantismo está fundado na história em três momentos: o fim do Antigo Regime ( 1770-1789); o Período Revolucionário (1789-1799); o Consulado e o Império ( 1799-1815).

Neste contexto, o pré- romantismo queria isolar alguns princípios sociais, culturais ou políticos sobre os quais ele se construiu. Por exemplo:

- O Cosmopolitismo - que na Alemanha era o movimento do Sturm und Drang ( Schiller e sobretudo Goethe, cujo Werther seria lido por toda Europa) é vastamente difundido,

Na França, no século das Luzes, Diderot e sobretudo Rousseau ( la Nouvelle Héloise, 1761) já participam da sensibilidade romântica que se afirmará depois da revolução com Nodier, Senancour, Chateaubriand, Mne de Stael.

- A Religião - depois do declínio da fé durante o Iluminismo, a espiritualidade ganha novamente o espaço perdido. A religião começará a ser questionada a partir de escritos de Nietzsche sobre a fé e a moral quase no fim do século XIX,

Pois bem, neste contexto histórico que surge o Romantismo e cujo polo propagador era a França.

Recomendo que você conheça obras expoentes dessa estética francesa através destes autores: Chateaubriand, Lamartine, Vigny, Michelet, Hugo, Musset.

Na música, há Chopin e nas artes, Eugene Delacroix.

*Jefferson Almeida é professor de línguas estrangeiras, estudante de letras da UFMT e membro do grupo de pesquisa “História do português brasileiro” da USP/UFMT. É amante de literatura, tem 24 anos e fala seis línguas.




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