Olhar Conceito

Domingo, 28 de abril de 2024

Colunas

Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade?

Arquivo Pessoal

Você vive hoje uma vida que gostaria de viver por toda a eternidade? - Essa indagação nietzschiana ainda está presente em nossas vidas levando-nos a um mergulho com o nosso eu interior. Muitas vezes, ocorrem questionamentos existencialistas que são como dicotomias que abrangem todo o nosso eu.

Gostaria de tentar decifrar qual é o sentido da vida e entender a essência do viver. Analisar fatos é algo que não existe, o que existe realmente são interpretações da experiência carnal. Queria poder tentar olhar nos olhos das pessoas e enxergar que existe algo além do branco de seus olhos. Saber que a alma é uma vontade incontrolável que domina o corpo, que por vezes, nada mais é do que um peso sobre nós.

Mas o que fazer para encontrar a felicidade, então? Sinto em dizer que a felicidade seria apenas os momentos em que deixamos de sofrer. A vida é um mar de sofrimento cuja água reflete aquilo que somos e seu percurso, uma metáfora para destino.

Ainda segundo Nietzsche, eu não sei o que quero ser, mas sei muito bem o que não quero me tornar. Para que compreendamos essa máxima, devemos nos atentar que os rótulos que a sociedade nos impõe são meros artifícios para esconderem aquilo que há dentro de si mesmos. O preconceito, o julgamento, o racismo, são práticas que reluzem em um prisma que não refletem o verdadeiro pensamento, pois esse pensamento é côncavo, e o retorno é apenas o seu eu exteriorizado.

Por essas razões, tudo aquilo que nos leva a uma reflexão traz um mal, mas este mal é exterior. O interior seriam inúmeras vozes que despertam conhecer outra vida, mas qual vida? O sonho? O sonho é como uma segunda vida. Vivemos de sonhos e ilusões e acreditamos que o outro não emite opinião, mas na verdade, o outro é um reflexo de nós mesmos. Temos por perto sempre pessoas iguais a nós.

Volto à pergunta, mas modifico-a; qual vida você gostaria de viver? Pergunta extremamente difícil de ser respondida, mas espero veemente, que um dia possamos sair desse abismo que vivemos e o que o sentido da vida possa ser descoberto, quem sabe só assim, teremos alguma razão para viver e isso seria tudo, e o resto? Nietzsche responde, o resto é somente a humanidade.

*Jefferson Almeida é professor de línguas estrangeiras, estudante de letras da UFMT e membro do grupo de pesquisa “História do português brasileiro” da USP/UFMT. É amante de literatura, tem 24 anos e fala seis línguas.



Comentários no Facebook

Sitevip Internet