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Domingo, 28 de abril de 2024

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Moletom: a trend que vai do fashion ao casual

Já faz algum tempo que o moletom voltou a ser um must have entre os fashionistas. A peça foi revisitada por grandes marcas como a Balenciaga, 3.1 Phillip Lim, Kenzo e conquistou tanto as passarelas quanto as ruas. Segundo Sass Brown, professor de história da moda no Fashion Institute of Techonology em Nova York, o moletom está na mesma categoria do jeans e das camisetas. “Não há tantos itens na moda que tenham durado tanto e tenha apelo para tantas pessoas como o moletom”, diz ele. “É barato, universal, quente, versatile e confortável”, completa.



Não se sabe ao certo quando o moletom surgiu, mas parece foi na década de 1920. Enquanto uns atribuem aos irmãos Abe e Bill Feinbloom, da companhia esportiva Champion, em 1925, outros dizem que foi obra de uma empresa chamada Russel Corp. em 1926. Mas foi em 1960 foi a vez dos universitários estadunidenses ajudarem a popularizar os modelos e, pouco tempo depois, o moletom com capuz ganhou espaço entre os fãs de hip hop e rap. De um jeito ou de outro, quando começou a ser fabricado, o moletom era usado para fins esportivos. Há registros que dizem que ideia do material era conter o suor do corpo – e viria daí o nome em inglês SWEATSHIRT (sweat = suor). Logo, os casacos feitos de moletom se popularizaram entre os jogadores de futebol, sendo rapidamente copiados pelos jogadores de beisebol, como proteção do frio aliada à praticidade.

Também na década de 1960, começou o boom de camisetas de universidades nos Estados Unidos – e a gente sabe que, por lá, a moda utilitária, prática e confortável sempre foi forte. Lá pela década de 1970, com a ascensão da cultura do hip-hop, o moletom com capuz – também conhecido por hoodie – começa a se popularizar. E sua “fama”, só cresceu com os skatistas, os surfistas, os rappers… Recentemente, a partir da década de 90, os estilistas começaram a investir ainda mais na peça, que adquiriu versões mais sofisticadas e se tornou um artigo fashion. Depois, nos anos 80, a peça na cor cinza e mais larga foi popularizada pelo filme “Flashdance”.



A peça casual aparece em modelos mais elaborados e bastante criativos, somados a saias e outras peças bem acabadas – e por que não acrescentar até um pouco de brilho nisso tudo? O mais importante é não exagerar na dose e sempre coordenar as peças certas com o seu tipo físico, afinal o moletom ou até a blusa de tricô podem adicionar um volume extra na silhueta. Para marcar a cintura e dar um ar mais feminino à peça, basta ter a saia de cintura alta e o moletom/ tricô acomodado por dentro da peça.



Vale investir em uma peça ornamentada, descombinar itens básicos com roupas de festa e até pegar o blusão do namorado para uma produção casual. contemporâneos. No ano passado surgiram combinações com saias rodadas e curtinhas, e em produções mais elegantes com a saia lápis em propostas de looks ultra femininos. Mas nada te impede de usar com um jeans detonado ou com uma camisa social por baixo.
Os acessórios são itens que dão o toque final em produções básicas demais. Se a blusa de moletom pedir por um complemento extra, não hesite em acrescentar um colar de noite, mesmo que seja para o look de dia.



Blusas de cor cinza são mais fáceis de combinar com os outros tons do look, na prática essa é a cor mais usada na última década! Você encontra este básico na Hering, na Mormaii e no OLook. Moletons coloridos podem dar o tom para uma produção alegre e moderna, vai depender da maneira como você combiná-lo. Os moletons podem ser mais elaborados, com costuras matelassadas que formam novas texturas ou as novas estampas gráficas. As estampas digitais podem reproduzir imagens fotográficas em peças de roupas. O modelo com recorte de uniforme de baseball deixa a costura dos ombros trabalhada na diagonal, como conferimos nas peças da Calvin Klein, Carina Duek e no OLook.



A falta de acabamento em algumas peças podem ser o truque para a produção casual e displicente. Na Calvin Klein a peça cinza mescla é sem mangas, com cara de moletom que usamos na malhação, assim como a peça da Scala. A Oh Boy! investiu nos ombros com recorte estratégico. Com cara de moletom antiguinho, a produção pode ficar ainda mais confortável. A Colcci trabalhou com o Bambi, como vimos em outras marcas há pouco tempo. Na Billabong as estampas remetem ai surfe, e na Hering a estampa relembra os moletons de uniforme antigo.



Para fechar a coluna desta semana, vou deixar pra vocês um vídeo da blogueira Lalá Noleto, ela dá dicas de como usar o moletom, vale o clique:



Quer conforto maior do que um moletom quentinho? Vamos aguardar o frio dar as caras em Hell City, para combinarmos essa blusa tão confortável com as produções invernais.

*Isabella Marimon é estudante de Rádio e TV na UFMT e apaixonada por moda. Define ao Hype como a si mesma: politizado, educado, uma mistura de cult e glam, outros termos da moda meio antigos.


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