A Endocardite é uma doença comum com alto índice de mortalidade, apesar do avanço no diagnóstico clínico, do surgimento de novos tipos de antibióticos e do aperfeiçoamento das técnicas cirúrgicas.
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Trata-se de uma infecção que atinge a membrana que envolve as válvulas cardíacas, podendo afetar também outras estruturas do coração, e uma de suas causas é a má conservação dos dentes.
Existem vários fatores que podem provocar a Endocardite, porém, quando esta apresenta um agente infeccioso como causador, denominamos de Endocardite Infecciosa, que é a mais frequente e letal. Esta doença esteve em evidência nas últimas semanas, com o caso do e Ex-vocalista da banda Dominó, Ricardo Phalamesca. O músico foi internado no último dia 7 de novembro com um problema Odontológico, mas faleceu em consequência de septicemia ( infecção ) e abcesso odontogênico.
A Endocardite Infecciosa – EI, causada pela bactéria Staphylococcus aureus, eventualmente pode ocorrer em pessoas com coração normal, contudo, se esta possui algum fator de propensão, haverá maior probabilidade de desenvolvê-la.
A presença de cáries e algumas patologias periodontais, como gengivite e periodontite, são outros fatores que elevam as chances de desenvolver a Endocardite. A gengiva deve sempre apresentar uma coloração rósea claro, não sangrar durante a escovação, não apresentar inchaço e ter boa aderência aos dentes, por isto não se deve atrasar o tratamento de infecções dentárias.
Grupo de Risco – Podemos dizer que estão neste grupo, pacientes com defeitos congênitos ou que apresentam problemas nas válvulas cardíacas, pessoas que possuem válvulas artificiais no coração ou que sofrem com alteração causada pela febre reumática, transplantados cardíacos ( pois os medicamentos ingeridos por um transplantado abaixam a imunidade ), pacientes que fazem uso de anticoagulantes ( uma vez que podem ter problemas com sangramento durante procedimentos dentários, como extrações de dentes, cirurgias bucais e limpeza dentária ), pessoas que usam dentadura ( mediante a falta de limpeza após as refeições, propiciando o surgimento de fungos ).
O mesmo acontece com pacientes que tenham problemas nas gengivas ou dentes, assim como cáries.
Os sintomas acometidos pelos indivíduos que apresentam Endocardite costumam variar de acordo com o grau da doença, sendo os principais:
Febre
Dor de cabeça
Mal-estar
Calafrios
Cansaço
Sangue na urina
Perda de apetite
Tosse
Alterações cardíacasUma vez confirmado o diagnóstico da EI, para o tratamento adequado é necessário manter o paciente internado por um longo período (de 4 a 6 semanas aproximadamente ), em uso de altas doses de antibióticos endovenoso.
Em decorrência da alta mortalidade, devemos ficar atentos às complicações clínicas possíveis, como agravamento da lesão valvar pré-existente, insuficiência cardíaca, embolias sépticas sistêmicas, insuficiência renal e dependendo da gravidade da endocardite, uma cirurgia cardíaca pode ser necessária.
Ao efetivar o tratamento, o paciente consegue viver bem (de um modo geral), mas precisará de mais cuidados com a saúde bucal ( ir com mais frequência às consultas com o Dentista ) e intensificar os cuidados com o coração, a fim de evitar o surgimento de outros problemas.
*Ana Paula é cirurgiã bucomaxilo facial plantonista do Pronto-Socorro Municipal (PSM), professora de residência em Cirurgia Buco-maxilo-facial no Hospital Universitário (HGU), mestre pela Universidade de Cuiabá (Unic) em Ciência Odontológicas, e doutora pela Universidade de São Paulo (USP).
A Dra. Ana Paula atende na Rua Buenos Aires, 525. Jardim das Américas. Telefones (65) 3052-4696 e (65) 99233-4696.