Cansados de suas profissões, o casal Amanda Nascimento de Oliveira, 33 anos, e Carlos Eduardo Gavioli, 42 anos, resolveram mudar de vida e abriram o
Espaço Aldeia Velha, em Chapada dos Guimarães (70 km de Cuiabá), que vem inovando a cena local. Localizado no bairro Aldeia Velha, o espaço conta com uma loja de produtos artesanais, um bar e ainda oferece hospedagem em uma mini casa e barracas, seguindo o conceito anterior do local. Antes, no terreno funcionava o primeiro camping da cidade.
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“Nós não estávamos satisfeitos com nossas profissões, morávamos em Rondonópolis há um tempo já, onde nos conhecemos e casamos. A Amanda é formada em Ciências Contábeis e trabalhava na área financeira de empresas do agronegócio na cidade e eu era advogado, mas já estava sem atuar há um tempo”, explica Carlos.
“E nisso, surgiu essa vontade de podermos ter uma vida que fosse mais condizente com aquilo que buscávamos. A gente sempre visitou muito Chapada dos Guimarães, uma cidade que gostamos muito, desde o lugar e as pessoas. E como já estávamos desgostosos com nossas profissões, pensamos que aqui seria um lugar onde poderíamos aplicar e ter algo que gostássemos de verdade”, complementa.
Baseados nessa vontade, o casal então começou a buscar referências para o espaço na cidade turística. Amanda tem família no Pará e já viveu fora do Brasil um tempo, então, ela já conhecia os conceitos de bares e hostels, com hospedagem junto a baladinhas, drinks e espaço compartilhada. E Carlos Eduardo gostava muito da área da coquetelaria. Nisso, o casal viu a oportunidade de abrir um bar para que Carlos exercesse a profissão de bartender e mixologista, enquanto Amanda cuidaria da parte artística, voltada para o artesanato.
Com isso, Amanda passou a produzir colares e pulseiras feitas de sementes, as chamadas ecojóias, e criou a loja onde vende artesanatos de todo o Brasil, principalmente de mulheres. A loja colaborativa se chama
Etnia, e além de receber os produtos para revenda, a contadora ajuda ainda a divulgar as marcas.
“O Espaço Aldeia Velha é o fio condutor, aqui dentro temos a loja Etnia e o bar que se chama UDU Slow Drinks e Coquetéis. E o espaço é isso, moramos aqui e também oferecemos hospedagem para o pessoal. Temos uma casinha e uma barraca bem grande com toda a mobília, como colchões, travesseiros, cobertores, ventiladores, além de oferecer fogão a lenha e comodidades para quem cozinha, pois não servimos café da manhã”, afirma o casal.
O espaço foi inaugurado em fevereiro de 2020, mas logo veio a pandemia e precisou ser fechado. Após cerca de um ano, o casal então abriu para pequenos grupos, respeitando o distanciamento social, e desde então, observam um crescimento gradual. Para o Carnaval deste ano, já planejam instalar mais duas barracas, fora os planos para construção de uma nova casinha.
“Nosso diferencial é tudo, a gente pensa, pois se difere do que costumamos ver por aí, até por conta de morarmos aqui, temos horários diferentes, fora a questão de não ter uma placa dizendo aqui é o Espaço Aldeia Velha, nosso público são amigos e indicações”, explica Carlos.
O bar Udu Drinks Slows e Coquetéis funciona normalmente na sexta e sábado, a partir das 17h, mas para este ano, Gavioli pretende abrir a partir de quinta-feira. Já a loja fica aberta para visitação mediante as conversas com Amanda. Quem está passando pela cidade e quer dar uma olhada nos produtos, pode entrar em contato com ela pelas redes sociais. E as hospedagens estão sempre disponíveis.
"Somos pet friendly também, porque vemos o pessoal chateado em outros lugares por não poderem entrar com os animaizinhos”, complementa o casal.
"Queremos investir mais na nossa cozinha também. Vamos começar a deixar as comidas prontas aqui, os petiscos, porque o pessoal quer vir comer algo no happy hour. A casa já tem algumas opções e vamos investir um pouco mais”, finalizam.
No Espaço Aldeia Velha, ainda são realizados eventos rotineiramente, abertos ao público, com música ao vivo, drinks, comidinhas e venda de ingressos antecipados. No Carnaval, o casal já preparou uma programação especial que pode ser conferida no Instagram:
@espacoaldeiavelha.
Slow Drinks
Carlos Eduardo explicou um pouco ao
Olhar Conceito como funciona o conceito de slow drink. Assim como a slow food, o conceito nada mais é que respeito aos ingredientes locais, do bioma, o respeito ao ciclo das coisas e o uso de flores, ervas, tudo de comestível que a natureza local pode oferecer.
“Eu resolvi me dedicar mesmo à profissão de bartender, então, eu trato a coquetelaria como ciência mesmo, porque muita gente desconhece. A coquetelaria tal qual a gastronomia tem história por trás, ciência, técnicas, modo de fazer,, tipos de drinks e tudo mais. E como eu procuro estudar, levar a sério, acho que isso está se refletindo agora no meu trabalho aqui”, conta Carlos.
Além do bar, o bartender também fecha eventos para comemorações entre amigos, família, noivados, entre outros. Em Cuiabá, Carlos já deu consultoria para o Verso Gastrobar e sempre oferece o serviço para restaurantes que queiram uma carta de drinks montada pelo bartender que realiza cursos em todo o país.
“Eu também procuro privilegiar os pequenos produtores locais, são todos de Chapada e região. Atém disso, eu faço aqui na casa todos os insumos, as geléias, os licores, as infusões, e tudo isso ajuda no diferencial que reflete no copo”, conta.
