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Segunda-feira, 29 de abril de 2024

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CORDÃO CARNAVALESCO 2023

Blocos independentes fazem folia no Largo da Boa Morte; confira a programação

Foto: Reprodução

Blocos independentes fazem folia no Largo da Boa Morte; confira a programação
Os blocos independentes de Carnaval, Cena Livre do Teatro da UFMT, Bloco Jejé de Oya, coordenados pelo grupo circense Leite de Pedra, ‘Terra Plana É Xô Cesso’ e ‘Sambangola’ se uniram para realizar o ‘Cordão Carnavalesco 2023’, no Largo da Boa Morte, localizado no centro histórico de Cuiabá. O evento acontecerá no sábado (18) e na segunda-feira (20), com concentração na Praça Santos Dumont a partir das 14h, com trajeto até o largo.

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A proposta do Cordão Carnavalesco é realizar uma grande festa, revivendo os áureos tempos do carnaval de rua no centro histórico e também chamar a atenção para necessidade da revitalização do Largo da Boa Morte.

Na última quinta-feira (2), os organizadores e membros dos blocos estiveram presentes no Largo da Boa Morte para realizar uma vistoria do espaço, junto à equipe da Prefeitura de Cuiabá e para apresentar o evento à imprensa e público. O Olhar Conceito foi até o local para conversar com os envolvidos no projeto do novo circuito carnavalesco da Capital.

Para o professor do Instituto Federal de Mato Grosso e diretor do Cena Livre UFMT, Leosan Sampaio, o movimento de Carnaval vem para ocupar o espaço abandonado do Largo da Boa Morte, que representa insegurança para o público que circula na região.

“O Cena Livre teve a ideia de juntar os blocos e aí marcamos a Praça da Boa Morte, por conta da necessidade de chamar atenção para uma revitalização desse espaço, que está abandonado e no centro da cidade. E aqui temos o IFMT, um espaço centenário na cidade, aqui é inseguro para os alunos passarem à noite, para os próprios moradores e comerciantes. Não tem iluminação pública, o mato está tomando conta da praça. Não tem uma revitalização, uma ocupação da cidade”, explica Leosan.

O historiador afirma ainda que esse será o primeiro movimento de ocupação, que deverá ter mais eventos ao longo do ano, reunindo os cuiabanos para chamar atenção para locais desassistidos pelo Poder Público.

“Hoje, 2023, a gente tem que marcar território, porque estamos vindo de quatro anos de ostracismo na sociedade e Cuiabá não fica longe disso, é a capital do agronegócio, mas é uma capital que também se produz fascismos. Que republica discursões de divisão. A cultura cuiabana precisa ser valorizada, o siriri, o cururu, o rasqueado, o hip-hop, a capoeira, os terreiros, as artes plásticas, cênicas, as músicas. E isso não pode ficar restrito a praça 8 de abril, é um lugar bacana, democrático, mas é elitista. Para que se tem uma Orla do Porto, as praças do Parque Cuiabá, CPA, Jardim Vitória. Essas pessoas precisam ter os seus lugares com dignidade”, disse o professor.



Um dos organizadores do bloco ‘Terra Plana É Xô Cesso’, o radialista Vicenzo Zaleski, contou um pouco sobre como surgiu o grupo em 2019. Ele morava em uma vila no bairro Jardim Petrópolis, formado em sua maioria por alunos da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), quando os amigos resolveram se unir e realizar ensaios do bloco, com instrumentos característicos do Carnaval.

“A gente tinha esse grupo dentro da vila, nossa primeira edição foi ‘Terra Plana Meu Ovo’, realizávamos as reuniões, ensaios e apresentação tudo ali. Até que de 2019 para 2020, eu conheci a Carol Rangel, que realmente comprou a ideia, aprendeu a tocar instrumentos, andar de perna de pau, fazer figurinos, e desde então, estamos todos trabalhando junto nisso, realizando apresentações em alguns pontos da cidade”, disse Vicenzo.

“Tivemos que parar por conta da pandemia, mas no final de 2021 retomamos os ensaios e em 2022, conseguimos fazer um cortejo, que foi da praça da mandioca até a 8 de abril. Fizemos um movimento assim, num sábado após carnaval. Para esse ano, retomamos os ensaios no final do ano passado, e nos encontramos pelo menos uma vez na semana e é um bloco de rua, a nossa intenção é estar presente nas ruas, nas praças”, complementa.

Para o folião, a principal intenção é ver uma festa de rua de verdade, algo não muito presente em Cuiabá, com pessoas tocando, festejando nos espaços públicos, sem depender de estrutura e outras coisas. “A vontade de festejar, você querer brincar e sair na rua para isso, acho que essa é a nossa principal intenção”.

O bloco é formado por artistas de diversas áreas, contando com um grupo fixo de 10 pessoas, sendo os músicos frequentes que se organizam para ensaios uma vez por semana. Alguns dos instrumentos utilizados na formação ‘livre’ da bateria são a alfaia, o abê e outros.

Quem também está no meio do movimento é o artista plástico Régis Gomes, que possui obras espalhadas pela baixada cuiabana. Ele também é o fundador do grupo ‘Sambangola’ que vem da capoeira da Angola, trazendo o samba de tambores, que vêm das senzalas e do recôncavo baiano, “o verdadeiro samba”, como diria o artista. Os som do samba é composto por tambores, caxixi, timbau, xequerê e ganzá.

“É o primeiro grupo de Mato Grosso que vem trazendo esse tipo de samba bem diferente, o samba dos tambores. As vezes não é muito bem aceito pelas pessoas que não conhecem a tradição, a história do samba, mistura-se muito com a religião de matriz africana, por ele ser tocado por tambores. Mas para quem conhece e valoriza, tem um entendimento maior, frequenta os lugares onde estamos tocando”, conta Régis.

O grupo surgiu em 2022, e desde então, já tocou em alguns eventos pelo estado, como o Festival de Inverno na cidade de Chapada dos Guimarães e apresentações em Tangará da Serra e outros locais. Um dos pontos fixos de apresentação do grupo é a Casa das Pretas, na Praça da Mandioca. Toda primeira sexta-feira do mês, o ‘Sambangola’ está presente no local.

Para o Carnaval, Régis conta que os artistas de Cuiabá se organizaram para fazer a folia carnavalesca com organização e respeito. “Não podemos deixar passar, é a tradição em todo o território nacional, então tem que ser respeitado, vamos foliar com respeito”.

E para os foliões que estarão presentes no Cordão Carnavalesco, a segurança está garantida. “Vai ter policiamento, banheiro químico, Samu e a Semob estará presente. A saída da Praça Santos Dumont vai ser acompanhada, vão trancar as ruas de acesso em torno das praças”, explica Leosan.

Para finalizar, o professor afirma que o evento terá muita alegria, disposição, uma “galera aguerrida” e disponível para foliar com amor e responsabilidade. Além disso, o espaço é democrático para todos, estando disponível para quem quiser comercializar algo, como comida e bebida.

“É um cortejo, um cordão, no cordão vem quem quer, aberto, e quem tiver disponibilidade para festar com bastante alegria e amor, o cordão está aberto para receber”, disse.

Serviço

Cordão Carnavalesco 2023
Onde: concentração na Praça Santos Dumont e trajeto até o Largo da Boa Morte
Quando: 18 e 20 de fevereiro
Horário: a partir das 14h com dispersão às 18h
Informações: 65 98140-0911 (Leosan Sampaio)
 
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