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Quarta-feira, 01 de maio de 2024

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clínica em Cuiabá

Com título brasileiro e latino-americano, veterinária especializada cria único centro oftalmológico de MT

Foto: Reprodução

Com título brasileiro e latino-americano, veterinária especializada cria único centro oftalmológico de MT
Ainda criança, Nathalie Dower lembra de contar aos pais sobre o sonho de seguir na Medicina Veterinária. Quando chegou a hora de prestar o vestibular, Nathalie, que nasceu em Barra do Bugres (170 km de Cuiabá), a profissão que hoje tem sua dedicação integral nunca deixou de ser a primeira opção. Desde que se formou, em 2011, Nathalie não parou de estudar para oferecer o melhor atendimento oftalmólogico para animais de grande e pequeno porte. Além cachorros e gatos, a veterinária também atende animais de grande porte e silvestres.

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"Vou ser bem sincera, não sei se engato um pós-doutorado já no ano que vem. Acho que o que não podemos fazer é ficar parado, sempre estudo e me atualizo muito. Não podemos nos acomodar. Ainda mais por hoje em dia muitas pessoas deixarem de ter filhos para terem um pet. Hoje é muito comum tratarem o animal como membro da família. Acredito muito que as pessoas querem o melhor para eles"

Depois que se formou e realizou o sonho de ser veterinária, Nathalie tinha mais uma meta para cumprir: a construção da própria clínica em Cuiabá. No entanto, ela conta que não queria montar um estabelecimento no estilo "pet shop", mas sim um local especializado em tratamento oftalmológico. Foi assim que nasceu Dower Oftalmologia Veterinária, no bairro Jardim das Américas, na Capital. 

"Desde pequena sempre tive o sonho de abrir uma clínica, sempre falei para os meus pais. Meu pai sempre na ideia de um pet shop, banho e tosa. Sempre falava para ele que não era o meu foco. Eu queria uma coisa específica, que acho que se os grandes centros como São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília podem comportar uma clínica só de especialidades, acreditava que Cuiabá por ser uma capital, uma metrópole, também acreditava que aqui comportava". 

Mesmo formada e com a própria clínica, que completou dois anos em março, Nathalie ainda tinha a ambição profissional de passar nas provas do Colégio Latino Americano de Oftalmologia Veterinária e do Colégio Brasileiro de Oftalmologia Veterinária. 

"São só 33 especialistas no Brasil voltados para atendimento da parte de oftalmologia veterinária. São muito poucos mesmo, porque a veterinária é diferente da medicina quanto a obrigação de ter a especialidade para atender. Há dois anos inauguramos a clínica só com especialidades e atendimento oftalmo, não fazemos vacina e atendimentos de outras particularidades". 
 

Experiência nos Estados Unidos 

Quando se formou, Nathalie explica que ficou em dúvida se iria para o caminho da pós-graduação ou da residência. Antes de definir a escolha, ela partiu para um intercâmbio nos Estados Unidos, onde teve experiência de seis meses de estágio extracurricular em um hospital veterinário. A vivência foi essencial para aumentar o amor da veterinária pela oftalmologia. 

"Lá passei por vários setores de especialidade e acabei me apaixonando pela oftalmologia, porque era uma coisa que não tinha tido com tanta profundidade na faculdade. Voltei para o Brasil e fiz minha residência na Unic. Quando estava indo para o segundo ano da residência, prestei a pós-graduação da UFMT, onde fiz mestrado e doutorado. Fiquei seis meses nos Estados Unidos em doutorado sanduíche". 

Atualmente, além de atender na clínica, Nathalie também é professora da pós-graduação da Unic. Ela explica que as especialidades veterinárias ainda são pouco difundidas durante a formação dos universitários e, por isso, muitos optam por seguir outros caminhos na área. 

"Como é a realidade da medicina humana, você vai no oftalmo se está com um problema no olho, no ortopedista para outro problema no sistema locomotor… Então, acredito muito que isso tem muito a crescer na veterinária. Além disso, acho que as especialidades precisam ser difundidas, porque tem espaço para todo mundo. Fazendo um trabalho mais especializado, você acaba garantindo conhecimento e tecnologia de atendimento maior que um veterinário clínico geral". 

De acordo com Nathalie, outro fator que faz com que tenham poucos veterinários especializados na oftalmologia é o valor dos equipamentos, por exemplo. No entanto, ela ressalta que houve uma mudança cultural e atualmente as pessoas deixam de ter filhos para terem animais de estimação, fazendo com que seja necessário o surgimento de cada vez mais cuidados. 

"As pessoas estão deixando de ter filhos para ter animais em casa. Antigamente viviam no máximo cinco anos, viviam fora de casa… Hoje em dia é dentro, dormem na cama e tem perspectiva de vida de pelo menos 15 anos. Então, durante 15 anos você vai ter um animal convivendo com você, vai ter que dar comida, vacina e os outros cuidados com a saúde. Quanto mais cuidados de alimentação e saúde tivermos, mais eles vão viver. Por isso as especialidades são cada vez mais necessárias". 

Clínica equipada com centro cirúrgico

Na clínica, a veterinária oferece desde a primeira avaliação, que funciona com horário marcado para garantir o atendimento necessário aos tutores e seus pets, até os procedimentos cirúrgicos, já que o local conta com centro cirúrgico equipado.

"Fazemos todas as cirurgias oftálmicas, na córnea e catarata, quanto má formação, que seriam entrópicos e ectrópios, são as alterações de pálpebra, que pode ser congênita ou o animal pode desenvolver ao longo dos anos". 

Sensível e apaixonada pelos animais, Nathalie separou um cantinho com grama para que os animais operados na clínica possam caminhar enquanto aguardam o tutor, por exemplo. 
"Ter esse horário reservado só para você e seu pet, acho que importa bastante e tem muita relevância o tutor. É um atendimento diferenciado, seja pelo jeito que vai te tratar ou novidade que pode te mostrar o que o clínico geral não vai fazer. Sempre tento fazer o melhor que posso. Aqui na clínica sou só eu no atendimento, eu dou aula na pós-graduação da Unic, então divido minha rotina assim. Mas na maior parte do tempo estou aqui". 
Apesar da clínica ser equipada para todos os processos de exame e cirúrgicos, Nathalia explica que costuma dar alta para os animais no mesmo dia. Em casos raros que exigem internação, eles são encaminhados para uma clínica parceira.

"Costumo falar que meus pacientes são saudáveis, eles vêm aqui por conta de uma alteração nos olhos, mas estão saudáveis clinicamente. Então, eles podem voltar para casa no mesmo dia, não precisa ficar internado. É muito raro, mas se acontecer algo encaminho para uma clínica parceira para a internação". 
 
Clínica é equipada com centro cirúrgico para realização dos procedimentos em animais. (Foto: Reprodução)

Nathalie destaca que a oftalmologia e as outras especialidades veterinárias devem caminhar em conjunto com o trabalho do clínico geral. No entanto, muitas vezes os tutores não são orientados da forma correta sobre a existência dos veterinários especializados. No caso dela, a maioria dos clientes chegam por indicação ou através de pesquisas na internet. 

"Sempre que o tutor chega pergunto quem é o clínico geral, porque é um trabalho em conjunto. Muitos tutores que vem me acham pela internet ou boca-boca com outros tutores que já vieram e indicam. E isso é triste para nós, porque é uma área que tende a crescer, ninguém está roubando o lugar de ninguém.

Dos casos que atende na clínica, ela aponta que 80% envolvem questões alérgicas que podem prejudicar a visão dos animais. Nesses casos, Nathalie trabalha em conjunto com outra especialidade veterinária: a dermatologia. 

"De uns 10 anos para cá, as pessoas estão tendo muita alergia a glúten e lactose… Os cachorros estão do mesmo jeito com alergias alimentares. Minha casuística é de quase 80%, porque muitas alergias acabam desenvolvendo alterações oftálmicas: inflamação na pálpebra, secreção nos olhos e catarata, por exemplo. o Meu tratamento tem que andar em conjunto com dermatologista e o clínico geral". 

 
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