Olhar Conceito

Quarta-feira, 01 de maio de 2024

Notícias | Música

'Quero ver gente fazer sexo na pista', diz DJ de duo com vocal do Sepultura

Sexo e tecnologia parecem temas tão distantes quanto os estilos musicais de Derrick Green, vocalista do Sepultura, e do produtor e DJ Sam Spiegel - irmão do cineasta Spike Jonze. No entanto, os músicos norte-americanos usaram os dois temas como base do encontro incomum do projeto Maximum Hedrum.

Derrick será recordista em participações no Rock in Rio 2013, ao cantar em três shows diferentes. O Sepultura toca com Tambours du Bronx no Palco Mundo e com Zé Ramalho no Palco Sunset. O Maximum Hedrum toca na Tenda Eletrônica do "dia metal" que terá Iron Maiden como headliner, 22 de setembro.

O trabalho mostra Derrick Green longe do universo do metal e próximo música eletrônica, mas não se resume ao "pula-pula" das raves e pistas de dança. Sam diz que também quer fazer os fãs dançarem em casal. "Quero ver gente fazer sexo na pista", ele diz ao G1, provocando risos em Derrick.
A primeira música feita por eles, "Robosexual", sela a união: a voz de Derrick começa cavernosa, como no Sepultura, mas vai a tons mais agudos. As batidas eletrônicas de Sam incorporam soul e o que eles gostam de chamar de funk futurista. A capa do single mostra um robô frente a uma mulher seminua.
G1 - As letras das músicas do Maximum Hedrum gravitam em torno de sexo virtual. O que os atraiu a este tema?
Sam Spiegel - É uma coisa que está aumentando hoje. O disco é sobre sexo, mas também sobre a falta de intimidade que a tecnologia criou na sociedade. Acho que mostramos isso pela devassidão sexual no álbum. As pessoas estão se comunicando e fazendo sexo desse jeito, sem nem se tocarem.
G1 – As músicas não deixam claro se queriam criticar ou mostrar como algo positivo.
Derrick Green - É uma mistura. [Sexo virtual] às vezes parece totalmente ridículo, mas às vezes funciona. Dá para ver dos dois lados, isso que é interessante.
G1 – Falar de 'sexo eletrônico' também pode ser uma metáfora para a música que fazem, ao mesmo tempo orgânica e digital?
Derrick Green - É bom ter esses elementos orgânicos junto com a música eletrônica. Traz mais vida, mais ar às músicas.
Na música eletrônica de hoje, geralmente só tem gente pulando. As faixas são muito aceleradas. Temos algumas músicas assim também, mas variamos muito. Dá para dançar junto."
Sam Spiegel, músico do Maximum Hedrum

G1 – A dance music que se tornou popular hoje é mais agressiva. Com essa música que vocês fazem, sexy, que reação esperam da plateia?
Sam Spiegel - Na música eletrônica de hoje, geralmente só tem gente pulando. As faixas são muito aceleradas. Temos algumas músicas assim também, mas variamos muito. Dá para dançar junto.

G1 – Então poderemos ver danças de casais no show de vocês também?
Derrick Green - Com certeza...
Sam Spiegel - Quero ver gente fazer sexo na pista de dança! (risos)
G1 – Derrick, você vai fazer três shows diferentes no Rock in Rio. Não vai ser cansativo ou confuso para você?
Derrick Green - Vai ser tudo isso, mas vai ser ótimo também. É um ótimo festival. Vai ser o primeiro show do Maximum Hedrum no Brasil. Nunca fiz algo assim. Estou ansioso.

G1 – Vocês vão tocar no dia do Iron Maiden. Não têm medo de uma reação ruim dos metaleiros mais intolerantes?
Derrick Green - Acho que essa galera vai estar vendo o Iron Maiden (risos). A Tenda Eletrônica vai ter público diferente, que talvez nem goste de Sepultura. A questão é estar confortável e se divertir. Não vejo problema. Um festival tem bandas diversas para as pessoas conhecerem essas diferenças. Recebo uma reação mais positiva do que esperava do mundo do metal.
G1 – David Guetta será o primeiro DJ a tocar no Palco Mundo do Rock in Rio no Brasil. Vocês gostam do trabalho dele e do fato de levar a música eletrônica ao mainstrem?
Derrick Green - Não sabia. Fiquei sabendo que ele foi pego em um show com coisas pré-gravadas. Ele estava tocando coisas que fez em casa, tudo gravado, e fingia que mexia no equipamento. Porque ele tem uma fobia. Li isso. Não sei se é verdade.
Sam Spiegel - Não sei se é verdade também, não acredito. [Em julho de 2013, o site Wunderground acusou o DJ de tocar set pré-gravado em Paris. Guetta negou no Twitter e sites de música eletrônica indicaram a acusação como falsa]. Talvez eu não ame muitos DJs famosos, mas amo o fato de a música eletrônica ter chegado a um público tão grande.
Entre em nossa comunidade do WhatsApp e receba notícias em tempo real, clique aqui

Assine nossa conta no YouTube, clique aqui
Sitevip Internet