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Sábado, 27 de abril de 2024

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Treinador conheceu Brasil e outros cinco países correndo em maratonas: ‘já treinei mais de 5 mil pessoas’

Foto: Arquivo pessoal

Treinador conheceu Brasil e outros cinco países correndo em maratonas: ‘já treinei mais de 5 mil pessoas’
O educador físico Valdecarlos José dos Santos, de 46 anos, começou a treinar os primeiros alunos para competições de corrida em 2002, de forma despretensiosa, já que não se imaginava trabalhando na área. Ele conta que na época, contratar um treinador de corrida ainda não estava popularizado e muitos pensavam que a assistência era restrita para atletas profissionais. Desde então, Valdecarlos já treinou mais de 5 mil alunos, conheceu o Brasil e outros cinco países correndo em maratonas, além de levar os grupos que acompanha. 

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Na adolescência, Valdecarlos chegou a ser atleta e brinca que começou a cursar Educação Física para dar vazão ao desejo pelo atletismo que ficara no passado. Com a corrida ele já conheceu o Brasil, Alemanha, Holanda, Portugal, Bélgica e França. 

Nascido em São José dos Quatro Marcos (MT), ele se mudou para Cuiabá quando passou em um concurso. Por acaso, acompanhou uma aluna em uma corrida no parque. 

“Hoje é mais comum, mas na época era muito estranho para quem não era atleta profissional contratar um treinador de corrida. Uma pessoa me procurou dizendo que queria correr na São Silvestre, começamos a treinar. Depois, encontrei um grupo que queria ir para a Maratona do Rio, começaram a aparecer provas fora do Brasil, de repente estava treinando mais de cem pessoas”. 

Como treinador, Valdecarlos já teve mais de 5 mil alunos. (Foto: Arquivo pessoal)

Valdecarlos explica que a corrida se tornou um hobby para muitas pessoas que não necessariamente querem seguir a rotina de um atleta. “A corrida se tornou uma das atividades mais praticadas do Brasil, não é caro, dá para fazer com pouco investimento, mas também é fácil gastar R$ 10 mil”. 

Dentro da prática, muitos alunos começam a se interessar por competir em maratonas no Brasil e no mundo à medida em que as performances vão melhorando com os treinos. Na primeira vez em que viajou para correr, Valdecarlos participou da Maratona do Rio, no Rio de Janeiro (RJ), em 2011, que tem trechos de 5 km, 10 km, 21 km, 42 km e 21 km+42 km. 

“Depois fui para Paris pela primeira vez, gostei e todo ano promovo. Quando dá para eu ir, eu vou, esse ano infelizmente não deu. Depois fui mais uma vez para Paris, levei grupos para Amsterdam, Lisboa, Bruxelas, Berlim e Santiago. No Brasil, eu já viajei praticamente todo levando as pessoas para correr”. 

Turismo esportivo 

As viagens para participar de corridas e maratonas fazem parte de uma nova modalidade de turismo: o esportivo. O educador físico explica que a modalidade proporciona conhecer novos lugares sob uma ótica diferente. É comum que eles façam “running tours”, por exemplo, para conhecer pontos turísticos. 

“Todos os lugares que vamos acabamos fazendo uma brincadeira chamada ‘running tour’, inclusive estamos programando para fazer aqui em Cuiabá. Nós mapeamos os pontos turísticos e vamos correndo até cada um, assim acabamos conhecendo vários. É uma outra forma de ver. É uma demanda muito legal, aproveito para correr e levar outros grupos para se divertirem”. 

Apesar de já ter treinado mais de 5 mil corredores amadores, Valdecarlos conta que nunca pensou em ser treinador de corrida. No entanto, os treinos que são planejados e acompanhados de perto por ele se tornaram uma fonte de renda. 


Educador físico começou na profissão por acaso, mas atualmente tem alunos sendo treinados até fora do Brasil. (Foto: Arquivo pessoal) 

“Ninguém do dia para a noite, então quando elas começam a planejar continuam treinando comigo até as provas. Estou com um grupo agora que vai ao Rio ano que vem, em junho, então até lá estarão treinando. Tenho outro grupo que vai para Berlim em outubro. Geralmente você vai para correr maratona, dificilmente as pessoas vão para correr de 5 km a 10 km, então ela tem que estar muito bem preparada. Se não tiver, vai chegar lá e correr, depois não vai conseguir aproveitar mais nada”. 

O educador físico já participou de 13 maratonas. Ele explica que independente do tempo ser maior ou menor, os treinos são focados em completar as provas. “A primeira maratona que fiz foi em Porto Alegre e meu melhor tempo foi alguns anos depois, em Berlim. Com o passar do tempo você ganha mais experiência e mais prática, esse ano quero voltar ao Rio, porque todos os anos tive algum problema que não consegui completar, além do físico você pode enfrentar problemas emocionais”. 

Um dos pontos altos da profissão que apareceu de forma despretensiosa na vida de Valdecarlos é poder observar a progressão de alunos que chegam correndo 5 km e progridem até participar de maratonas. Hoje, a maioria dos interessados que chegam no treinador são pessoas que nunca correram. 

“Vieram treinar para a primeira prova de 5 km, depois de 10 km, fizeram maratonas, ultramaratonas e provas maiores. Digo que qualquer pessoa pode correr, a diferença é que ninguém pode correr tão longe ou tão rápido, mas correr todo mundo pode. É preciso um pouco de orientação, não é tão simples, não é só calçar o tênis e sair correndo, tem os perigos de lesões, mas tem outras implicações mais graves para a saúde”. 

Valdecarlos também comenta que o turismo esportivo em busca de provas de corrida pelo mundo lhe fez conhecer lugares que poderiam não ser sua primeira opção. “Por exemplo, Paris, embora todo mundo fala que é maravilhoso, hoje conheço como a palma da minha mão, mas se me falassem: escolhe um lugar do mundo para você ir. Paris? Não seria. Bruxelas foi quase que um acaso, porque estava em Berlim, onde corri uma maratona, no final de semana fui para Bruxelas de trem, porque era pertinho, mas não eram coisas planejadas”. 

O educador físico já completou a maratona de Berlim, na Alemanha, uma das seis maiores do mundo, que juntas fazem parte do World Marathon Majors e, agora, sonha em finalizar a “mandala” de corridas quilométricas. 

“Já que fiz uma vou ter que completar a mandala e fazer as outras cinco que são em Chicago, Nova Iorque, Boston, Londres e Tóquio. São essas que quero fazer”. 
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