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Sábado, 27 de abril de 2024

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Monólogo de André D’Lucca mergulha em herança africana e saberes ancestrais

Foto: Reprodução

Monólogo de André D’Lucca mergulha em herança africana e saberes ancestrais
No monólogo Sankofa, o ator André D’Lucca mergulha em herança africana e nos saberes ancestrais para refletir sobre identidade, pertencimento e resistência do povo e da cultura negra. O espetáculo chega ao Cine Teatro em 22 de março, às 20h, com entrada gratuita. 

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O projeto ainda deve passar por Alta Floresta, em 19 de março, no Teatro Experimental, Cáceres, em 21 de março, no Auditório da Escola Técnica Estadual (Seciteci), e encerra em Tangará da Serra, em 23 de março, no Centro Cultural.

Na trama de "Sakonfa: Resgate da Ancestralidade", do empoderamento preto, o público será levado a uma jornada emocionante e transformadora pela história e pela cultura afro-brasileira, cujo personagem é um rei africano, que contará a descendência do povo brasileiro, vindo de reis e rainhas africanas.

O Espetáculo é inspirado nos legados do Teatro Experimental do Negro (TEN) e na filosofia de "Sankofa", com texto e interpretação do ator André D' Lucca, que conduz por uma experiência teatral única, repleta de cores, ritmos e emoções. 

Serão apresentados desde os tambores sagrados aos contos ancestrais. Cada cena é importante, pois transporta para um universo rico em simbolismo e significado.

“Entre danças hipnotizantes, cantos ancestrais e narrativas poderosas, somos lembrados da importância de honrar e preservar nossas raízes, como um ato de amor e respeito por aqueles que vieram antes de nós”, destaca André D’Lucca. 

Letramento racial 

André D’Lucca explica que começou a estudar e ter contato com o letramento racial compartilhando o conteúdo em sua rede social, desde o início de janeiro, e houve um “boom” de visualizações e o conteúdo sobre o tema produzido por ele na internet viralizou. 

O ator focou toda a produção artística na racialidade, no letramento racial, com o objetivo de despertar os irmãos negros e conscientizar os irmãos brancos: D’Lucca se voltou na luta contra o racismo.

Sim, o espetáculo vai fazer o público pensar fora da caixa, com a celebração da vida, da história e da resiliência do povo negro. É um convite para olhar para trás, recuperar o que foi perdido, e para olhar para frente, com esperança e determinação. 

Será uma viagem inesquecível ao coração da África, onde a magia do teatro encontra a sabedoria dos ancestrais, com direção de Mawusi Tulani.

A produção

"Mawusi é uma atriz e diretora extremamente competente e que eu sou apaixonado pelo trabalho dela. Nos conhecemos no Grupo Vertigem (SP), onde é uma das protagonistas da Agropeça e eu fiquei encantado. É a realização de um sonho poder trabalhar com ela”, expressa D’Lucca.

A diretora de Sankofa é atriz, formada pela Escola de Arte Dramática da Universidade de São Paulo e está graduando em licenciatura em Teatro pela Universidade Federal da Bahia (UFBA). Lecionou como Artista Docente da SP Escola de Teatro na atuação, é atriz colaboradora do Teatro da Vertigem e já realizou diversos trabalhos importantes no cenário brasileiro, entre peças teatrais e produções de audiovisual.

“Conheci André de Lucca no início de 2023, em um projeto do Teatro da Vertigem. Desde então, como únicos atores negros convidados pela Cia, iniciamos um caminho de trocas e reflexões acerca das questões étnico-raciais. Faço parte da retomada dos teatros negros paulistanos, dos últimos 20 anos, e desde então, minha pesquisa tem forte diálogo com a pesquisa de André. Sankofa é um espetáculo que referencia personagens pretas reais, trazendo para a cena uma forte conexão com os nossos ancestrais, onde o público é convidado a refletir junto ao artista".

O espetáculo conta também com o figurino de Jean Guaré, fotografia de Fábio Motta, arte digital de Fernanda Fernandes, iluminação do Loro da Hiald, e assessoria de imprensa da Livre Comunicação Coletiva.

Sankofa

D’Lucca explica que Sankofa é um símbolo Adinkra, presente em muito portões brasileiros e que as pessoas, possivelmente, não sabem o significado. Os símbolos adinkras são escritas africanas e ancestrais.

“Os colonizadores espalharam que na África não tinha escrita, o que é uma grande mentira. Na verdade, toda nossa história é contada pela ótica do colonizador. Então, a gente aprende nas escolas muitas mentiras”, afirma o ator.

Ou seja, a África não era somente oralidade, era também escrita. E a prova disso são os portões brasileiros, onde tem a representação de um pássaro, com o bico voltado para trás, buscando uma pedra, um ovo, algo circular: e isso significa que nunca é tarde para olhar para trás e buscar o que realmente importa.

“E o espetáculo se propõe para essa busca da ancestralidade, do empoderamento preto, porque nós descendemos de reis e rainhas africanas”, convida, o ator.

O projeto "Monólogos sobre a Ancestralidade” - Sankoka, é uma realização da Associação Cuiabana Belas Artes – Acuba, com o patrocínio da Secretaria de Estado, Cultura, Esporte e Lazer (Secel-MT), via emenda parlamentar do deputado estadual Valdir Barranco, com apoio da Assembleia Legislativa de Mato Grosso e da TV Centro América. 
 
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