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Sábado, 07 de dezembro de 2024

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conheça a ‘casa de cupim’

Com ajuda dos pais, biólogo usa bioconstrução para casas que são até 10ºC mais frescas: ‘projeto de vida da família’

Foto: Bianca Rondon

Com ajuda dos pais, biólogo usa bioconstrução para casas que são até 10ºC mais frescas: ‘projeto de vida da família’
Em 2012, o biólogo e bioconstrutor Diego Miguel Carioca de Paula, contou com a ajuda dos pais para colocar em prática “um projeto de vida da família”. No mesmo ano, em três meses, eles construíram a “Casa de Cupim”, em Cáceres (a 220 km de Cuiabá), imóvel projetado com objetivo de proporcionar uma forma mais saudável e sustentável de viver em conexão com a natureza. 


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A Casa de Cupim foi construída na chácara da família que, mais tarde, se transformou no Núcleo Experimental de Permacultura e Bioconstrução do Pantanal (NEPbio Pantanal), onde eles oferecem oficinas e formações sobre os temas. Diego explica que quando decidiram construir o primeiro imóvel, buscaram por ferramentas em acordo com o modo de vida que pretendiam ter, priorizando a sustentabilidade. 

As casas podem ser até 10ºC mais frescas que a temperatura de uma casa de alvenaria, dependendo da técnica de bioconstrução usada e do sistema de ventilação. "A terra é um material que isola o calor, logo, paredes mais espessas fazem com que esse isolamento melhore muito mais. Associado com um sistema de ventilação passiva a gente consegue fazer com que a brisa natural faça a retirada do ar quente, baixando muito a temperatura do interior da casa. Aqui regulamos o frescor da casa abrindo ou fechando janelas". 

“Nessa busca, a gente encontrou, na época, duas ferramentas que para gente foram bastante importantes e que a gente desenvolve até hoje: permacultura e bioconstrução. Nesse mesmo período, vimos que havia várias pessoas ao redor do mundo também buscando modos de vida mais saudáveis e sustentáveis, buscando mais conexão com a natureza, de forma que pudessem construir a própria casa, tratar o próprio esgoto e reduzir total ou uma parcela da alimentação”. 

O biólogo conta que ele e os pais “abraçaram” a permacultura e a bioconstrução, colocando a teoria em prática quando decidiram tirar a Casa de Cupim do papel. A família começou tudo do zero, entre os erros e acertos de quem ainda estava aprendendo sobre esse tipo de construção. Diego explica que, por conta disso, o imóvel é um “mosaico de bioconstrução”, já que reúne técnicas variadas como hiperadobe, superadobe e adobe. 

Casa de Cupim misturou várias técnicas de bioconstrução e permacultura. (Foto: Arquivo pessoal) 

“A gente aprendia, praticava e adaptava algumas técnicas, às vezes a gente errava algumas misturas, algumas técnicas não deram certo na região. Mas com o tempo a gente foi aplicando, testando e vendo o que dava certo, o que não dava, o que era real, o que era mito, fomos praticando no que hoje é a Casa de Cupim, por isso que ela é um mosaico de bioconstrução”. 

Tijolos de telhas francesas, mosaicos de cerâmica, mangueiras de barro, taipa de mão tradicional, pet a pique, quincha, cordwood e bambucreto também estão entre as técnicas utilizadas para construção da Casa de Cupim. A família ainda usou tijolos de garrafa de vidro e de latas de alumínio. 

“Revestimentos nós temos: revestimento de cal e areia, revestimento com terra crua, revestimento com terra crua/mucilagem de cacto e esterco de vaca, solo cimento e texturas diversas. Pinturas temos: geotinta (tinta de terra)”, explica Diego. 

A parte de saneamento também foi uma das preocupações da família, que desejava construir uma casa que fosse sustentável nesse quesito. Para isso, Diego usou a técnica do círculo de bananeira, sistema aberto de bio tratamento de “águas cinzas” (pia e banho). Através desse processo, também é produzida a biomassa, flores e frutos diversos, principalmente a banana. 

A bacia de evapotranspiração, para tratamento de águas escuras (vaso sanitário), foi implantada no saneamento sustentável da Casa de Cupim, além de produzir folhagens e bananas, ele pode ser adaptado para produção de biogás. 

Casa Bambuba 

Depois da primeira experiência com bioconstrução, Diego voltou a colocar as mãos na massa, dessa vez com ajuda da esposa, para construir a segunda casa sustentável no espaço NEPbio Pantanal. Atualmente, o imóvel serve de moradia para o casal. 

Imóvel é moradia para a família e se transformou em uma casa-escola, onde são ministradas oficinas sobre bioconstrução. (Foto: Arquivo pessoal)

Já a Casa Cupim, para o biólogo, estará sempre em construção, já que detalhes na estrutura estão sempre mudando. O local se tornou uma casa-escola, onde são realizadas as oficinas do NEPbio Pantanal. 

“Como lá é um espaço de experimentação também, até hoje algumas coisas vão mudando na casa, seja um revestimento ou uma parede. A gente fala que ela está sempre em construção”. 

Diego explica que o espaço continua em processo de ampliação e recebe, anualmente, turmas de escolas, faculdades e turistas para turismo de experiência. “Serão espaços de uso geral durante as visitas, para palestras, rodas de conversa, exposições, alimentação e etc”. 

O projeto também prevê a construção de uma cabana para aluguel e espaço para terapias corporais, já que Diego é massoterapeuta. “Hoje também prestamos serviços de bioconstrução e consultoria, atendendo cáceres e região, inclusive chapada dos Guimarães, e mentoria a distância tbm. Atualmente estamos com uma construção em andamento em Cáceres”.
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