O sonho de ter um projeto financiado e concluído é um sonho que artistas e produtores culturais do Brasil inteiro compartilham. Em Cuiabá, a realidade não é diferente, embora seja um pouco mais tímida. De qualquer forma, a população artística da capital mato-grossense se reuniu na terça-feira (29) para um bate-papo com o presidente do Itaú Cultural, Eduardo Saron.

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No auditório da Associação Mato-Grossense de Municípios (AMM), Sauron deixou o monólogo de lado e trouxe um clima descontraído de perguntas e respostas. Desta forma, esclareceu as dúvidas em relação às alterações do programa Rumos do Itaú Cultural 2013.

Algumas destas modificações já foram apresentadas em matéria no Olhar Conceito. No entanto, Saron ainda ressalta que, apesar de o programa ser a nível nacional, projetos voltados para culturas, povos ou artes específicas de cada região também serão contemplados. “Nós queremos ser menos bairristas em relação a isso”, disse, no sentido de que não só o eixo Rio-São Paulo será foco desta edição.

Mas é preciso ter em mente que, mesmo sendo regional, o projeto precisa se destacar de alguma forma. O “pulo do gato” ou característica que será mais valorizada e procurada é a singularidade. Talento, qualidade e relevância são essenciais, mas propostas que caiam em lugar comum ou não apresentem um diferencial em relação aos outros podem ficar de fora.

Outro detalhe é que instituições públicas não podem apresentar projetos na edição deste ano. Mas se um servidor tiver algum trabalho não relacionado com o emprego, não há problemas em se inscrever como pessoa física. Lembrando que os projetos podem ganhar um financiamento de até R$ 400 mil.

A comissão avaliadora será formada por membros representando diferentes regiões do país. Se um projeto for sobre um assunto muito específico, além dos conhecimentos da comissão, um especialista será chamado para ajudar na avaliação. Saron cita como exemplo projetos envolvendo conceitos de física, química ou matemática.

Uma das dúvidas mais recorrentes é sobre o currículo do autor do projeto. É preciso ter experiência na área, trabalhos realizados? De acordo com Saron, o currículo da pessoa é o projeto em si. Ter ou não experiência não vai ser critério de avaliação. O que vai contar é a própria ideia.

No entanto, o que puder ser anexado no projeto em relação ao trabalho que se pretende realizar, melhor. Desta forma a comissão já tem uma ideia do cacife de cada inscrito.

Se a comissão achar que está faltando algo, ela tem a possibilidade de sugerir alterações nos projetos que, nesta edição, podem ser multidisciplinares.

Vele lembrar ainda que só serão selecionados projetos com viabilidade técnica. Ideias além do alcance do Itáu Cultural não serão contemplados. O cronograma para a realização de um trabalho é definido pelo próprio projeto, e não pelo edital do programa.

Depois da seleção, o Itaú Cultural ainda vai mapear os projetos por região e descobrir os pontos fortes de cada lugar. Feito isto, inicia-se a etapa de descobrir o porquê um tipo de arte ou trabalho é proeminente em certo estado ou cidade e não em outros. Desta forma, o Itaú Cultural pretende incentivar políticas públicas de fortalecimento cultural.

Inscrições

As inscrições podem ser feitas até o dia 14 de novembro de 2013. Serão premiadas iniciativas em 12 categorias: circulação de repertório; criação e/ou produção de obra; desenvolvimento de plataformas e softwares; documentação; finalização de projetos; formação; pesquisa; publicação; crítica; residência; oficina, seminário, encontro e similares; e outras possibilidades.

Para maiores informações, clique aqui.