Quando pensamos em filosofia, dependendo do nosso gosto pelo assunto, de duas, uma imagem vem à mente: Se gostamos de refletir sobre problemas existenciais, de onde o mundo veio, o que é a felicidade e muitas outras coisas, pensamos naqueles homens de barba branca comprida, vestindo túnicas e sentados em roda, discutindo assuntos muito maiores que os próprios humanos.
Se não gostamos, temos a imagem daquele professor no ensino médio que emenda uma palavra na outra em um discurso incompreensível e interminável. No entanto, com o grupo certo e uma discussão interessante, este cenário pode mudar.
E tendo em mente as pessoas que já são apaixonadas por filosofia e tomando para si o desafio de introduzir o assunto de forma participativa e interessante para aqueles que ainda têm certa resistência, que surgiu o café filosófico.
Os encontros, organizados pelo professor Alacir Arruda, doutor em sociologia, com a ajuda do fotógrafo e estudante de psicologia Osmar Cabral Jr., aconteciam no Palácio da Instrução. No entanto, agora tomam lugar na Faculdade de Cuiabá (FAUC) aos sábados.
Para aqueles que ainda não perceberam, os encontros não são voltados apenas para alunos de filosofia ou profissionais da área. Qualquer pessoa que sinta aquela inexplicável vontade de questionar tudo e refletir sobre o mundo e o “ser” estão convidados. Não importa a área de atuação, a profissão, no que se formou ou se ainda não é formado. Qualquer pessoa que queria refletir é benvinda.
O clima íntimo e descontraído do encontro, fazendo jus ao nome, tem dez tipos de cafés servidos aos participantes. E entre um gole e outro, o ambiente convidativo faz com que as pessoas deixem a inibição na porta e exponham suas opiniões e pensamentos sobre o tema da semana.
E os encontros reúnem pessoas de diversas idades, sejam senhores com mais de 50 anos ou estudantes do ensino médio que aproveitam a oportunidade para não só absorver, mas refletir informações e conhecimento.
Schopenhauer: o amor como uma estratégia da natureza
Neste sábado (9), o café filosófico se reúne na FAUC às 19h em seu terceiro encontro. O tema desta semana é “Schopenhauer: o amor como uma estratégia da natureza”.
Nascido em Danzig em 22 de fevereiro de 1788, o filósofo alemão Arthut Schopenhauer é considerado por muitos como pessimista pela sua noção de que o prazer é apenas a supressão momentânea da dor, que por vez é a única realidade.
Seu pensamento sobre o amor não se encaixa em nenhum dos grandes sistemas de sua época. Schopenhauer acreditava no amor como meta de vida, mas sem associá-lo com a felicidade. Para ele, amar não significa que a pessoa vá ser feliz. "O amor é o objetivo último de quase toda preocupação humana; é por isso que ele influencia nos assuntos mais relevantes, interrompe as tarefas mais sérias e por vezes desorienta as cabeças mais geniais”, escreveu o filósofo.
Segundo o filósofo, os impulsos e desejos que sentimos não são racionais ou conscientes; E nossa consciência, ao contrário, trabalharia apenas de modo a tentar encobrir e dar motivos para desejos que são irracionais. E por se a compreendermos deste modo, nossa consciência seria a fonte de toda a dor, pois com seus desejos nos coloca em uma busca incessante de aspirações sem fim.
Concorda com o filósofo? Não concorda? Ficou em dúvida? É exatamente este o objetivo do Café Filosófico: colocar diferentes opiniões na mesa buscando não respostas, mas mais reflexões.
Serviço:
O quê: Café Filosófico “Diálogos do Ser”
Data: Dia 9 de novembro (sábado)
Horário: às 19h
Onde: Na Faculdade de Cuiabá (FAUC), em Cuiabá (ao lado do Supermercado Modelo, da Prainha), Avenida Dom Aquino, nº 38 - Centro