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Quarta-feira, 08 de maio de 2024

Notícias | Música

Bob Dylan volta ao local onde foi vaiado em 1966 por usar guitarra

Bob Dylan cantou esta semana no Albert Hall, em Londres, pela primeira vez desde seus tumultuados e lendários shows nessa sala em 1966, com sua vitalidade e mística intactas cinco décadas depois de ter revolucionado a música pop.
Desta vez não houve as vaias e assobios provocados pelo uso de instrumentos elétricos, apenas fortes aplausos quando ele conduzia sua banda por uma apresentação embasada principalmente em seu último álbum, "Tempest", mas também lembrando os momentos iniciais de sua carreira.
Como é seu costume, Dylan não disse uma palavra à plateia, deixando a música falar por si própria. Ele deu a largada na quarta-feira à noite com "Things have changed", música que ganhou o Oscar, seguindo com "She belongs to me", a única canção que também fez parte de seus shows em 1966. Um destaque logo no início foi "What good am I", de "Oh Mercy", de 1989. Ele também cantou versões suaves, quase jazzísticas de "Tangled up in blue" e "Simple twist of fate ", de "Blood on the tracks".

FOGO ETERNO
Mas havia ainda muito do fogo eterno no cantor de 72 anos - "I'll pay in blood, but not my own", ele rosnou em "Pay in Blood", uma faixa de "Tempest". Nova evidência de que ele não iria resvalar para o tom suave foi a amarga canção "Love sick", de "Time out of mind", álbum de 1997 que deslanchou uma nova era de criatividade para Dylan, e que não dá sinais de parar.
Vestido com um casaco esportivo e uma calça de mariachi, Dylan ora sentava a um piano de cauda no centro do palco ora cantava no microfone. Nos dias de hoje suas mãos não o deixam tocar muita guitarra. Mas ele presenteou os espectadores com muito som de gaita, que é a sua marca. Que a sua voz seja um pouco estridente, grasnante, não é novidade, mas ainda tem força, e ele parecia de bom humor, com seu cabelo cacheado também tendo sobrevivido aos anos 1960.
Seus três shows no Albert Hall esta semana são parte da turnê chamada Never-Ending Tour, a qual inclui cerca de 100 apresentações por vários países todos os anos, reformulando seus clássicos em novas versões que deixam os fãs deliciados e perplexos. Foi a primeira vez que Dylan voltou à cavernosa sala de espetáculos vitoriana desde seus controversos show há 47 anos, que se tornaram lendários.
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