O projeto Black Mirror, de Rafael Monteiro, já deu o que falar. Em uma parceria com o ilustrador e designer gráfico André Gorayeb, o Balck Mirror ganhou uma nova cara, agora explorando o dinamismo e o movimento das fotos.
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As fotos que mostram pessoas, casais e famílias nuas, com contornos delicados escondidos pelo fundo preto, mostrando só parte do corpo, sem roupa, sem maquiagem, sem nada além do natural de cada um, fez tanto sucesso nas redes sociais, que, por iniciativa de Gorayeb, foi para em Salvador, na Bahia, na VI Bienal dos Jovens Criadores da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa.
Por conta de alguns problemas administrativos, as fotos do Black Mirror foram expostas no corredor, mas o trabalho foi muito elogiado, principalmente pela qualidade do material. “As pessoas curtiram bastante, vieram conversar e falar que o trabalho era bastante profissional”, disse Rafael Monteiro em entrevista ao
Olhar Conceito.
(Vídeo com momentos da Bienal, em Slavador)
Mas o ponto alto da Bienal, além de expor seu trabalho, foi conhecer pessoas e suas produções, sendo que estes artistas vinham de nove países. “Foi minha primeira bienal, a primeira experiência como expositor, em um lugar diferente, com pessoas diferentes”.
Mas o Black Mirror não pára por aí. Sua versão original, sem intervenções artísticas, foi um dos trabalhos escolhidos para exposição na galeria de artes do Sesc Arsenal em 2014. Para este evento, Rafael pretende fazer algo maior e realmente investir na qualidade do trabalho exposto.
Com a experiência adquirida na Bienal, Rafael agora tem uma noção mais clara do que funciona e o que é só teoria, do que fica bom e do que fica ruim. O fotógrafo mandou 30 fotos para o processo de seleção, mas como a exposição inclui mais quatro artistas, o número de imagens talvez tenha que ser reduzido.
A data da exposição ainda não está definida, mas será marcado pela agenda do Sesc Arsenal de 2014. Dentre os outros artistas escolhidos, estão Ruth Albernaz, Henrique Bertulani, André de Miranda e Benedito Nunes.
Como surgiu o Black Mirror
O Black Mirror surgiu de forma bastante espontânea, natural. Três amigos de Rafael, que trabalham como modelos, precisavam montar um portfólio para mandar para uma agência. Os quatro combinaram de fazer algumas fotos de rosto em um fundo escuro, com o rosto limpo, sem maquiagem e adornos, e sem mostrar a roupa.
A sessão de fotos fluiu tão naturalmente e os envolvidos gostaram tanto do resultado, que Rafael decidiu abrir para outras pessoas posarem. Com a ajuda do facebook, nasceu o Black Mirror.
Foram mais de 50 sessões. A princípio, Rafael chamou amigos e pessoas conhecidas. Mas a medida que as fotos iam sendo publicadas, o número de pessoas interessadas naquele ensaio delicado mostrando o corpo humano de forma tão natural foi aumentando.
O Black Mirror, acima de tudo, foi uma experiência de fotografia. Rafael queria experimentar com a luz e sombra, depois com a publicação das fotos e a reação do público, já que o nu artístico também era novidade para Rafael. “Tudo foi se encaixando e deu muito certo”, disse ele.
Sobre o porquê de as pessoas estarem nuas, sem maquiagem, Rafael explicou que queria que as imagens tivessem foco na expressão, tanto facial quanto corporal. Algumas pessoas chegaram a posar com alguns adornos, como brincos, colares, anéis, mas sem quebrar a dinâmica do natural e expressivo.
