Vadias marcham contra o preconceito e a favor dos direitos da mulher na segunda edição da ‘Marcha das Vadias’ e o Estatudo dos Nascituros vai ser alvo de protestos. E para quem vê a movimentação como festa, as ativistas fazem questão de ressaltar que este é um movimento organizado e político que assim como na primeira edição, realizada no ano passado, deve contar com um público mais consciente e receptivo ao movimento que surgiu em abril de 2011 em Toronto, no Canadá. A concentração da marcha será dia 8, na Praça Maria Taquara, às 15h, e seguirá até à Praça Santos Durmont.
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De acordo uma das representantes do grupo, a professora Ana Gomes do curso de Serviço Social da Universidade, “a marcha não é uma festa, ela tem um conteúdo político”. Ela esclarece que depois de um ano da primeira edição da Marcha das Vadias, o grupo se organizou dentro de uma estrutura de discussão que afeta diretamente as mulheres.
Nesta segunda edição, os organizadores esperam reunir cerca de 800 pessoas e levantar a bandeira da luta pelos direitos das mulheres como o direito de praticar o aborto na situação de estupro.
Recentemente aprovada pela Comissão de Finanças e Tributação da Câmara, o projeto de lei denominado Estatuto do Nascituro, apelidado como “bolsa-estupro”, tem como objetivo criar mecanismo para impedir a ampliação de casos de em que o aborto é legal e dá incentivos financeiros para que as mulheres vítimas de estupro não optem pelo aborto.
Para Ana Gomes “o nascituro significa amarra as mulheres que sofreram o estupro aos seus estupradores, obrigando-as a conviver com isso”, criticou.
Os organizadores acreditam que a recepção da segunda edição será melhor do que a anterior. Porém, ainda existe resistência principalmente com o nome do manifesto. “Algumas pessoas não compreenderam que se trata de estereótipo extremamente negativo que usam para se referirem às mulheres”, explicou Ana. A professora também ressaltou que a denominação é justamente uma tentativa para desmontar esse rótulo pejorativo.
Questionada se o movimento feminista cuiabano tem alguma relação com o Femen, Ana Gomes declarou que não nenhuma relação com o grupo. “Hoje existem vários movimentos feministas, o femen é um ativismo político, mas sem uma discussão política é muito mais midiático. Enquanto, na Marcha das Vadias aprofundamos na discussão do gênero, e, a partir disso conseguimos formar consciência mai madura”, finalizou.