Com sete vagões, cada um deles com um trio de forró, salão de beleza no embarque e comidas típicas, artesanato e muita música no desembarque, a Locomotiva Forrozeira é um dos destaques da Festa Junina de Campina Grande. A composição faz a viagem de ida e volta para o distrito de Galante, que fica a 12 km de Campina Grande. No entanto, de trem o percurso passa a ser de 24 km e o tempo de viagem, de uma hora e meia.

O casal Maria Zenir e Geraldo de Sousa viajou mais de 13 horas da cidade de Canindé, no interior do Ceará, até Campina Grande apenas para fazer o percurso, e não se arrependeram. "Durante a viagem, percorremos todos os vagões para aproveitar bem todos os trios", disse a turista cearense.

Cada um dos grupos toca o que há de mais autêntico no forró, conhecido como pé de serra, que utiliza apenas a sanfona, a zabumba e o triângulo, além da voz e do esforço dos seus integrantes. A concentração para a viagem na Locomotiva Forrozeira começou cedo neste sábado, 15 - bem antes das 10h30, quando o trem partiu.

Durante este tempo, os forrozeiros, em sua maioria turistas, puderam receber cuidados de cabelo e maquiagem oferecidos em um estande, além de visitar o Museu do Algodão, que preserva a memória da cultura do algodão na Paraíba e que fica no prédio onde funcionava a antiga estação ferroviária de Campina Grande, de onde o trem parte.

A Locomotiva Forrozeira fará ainda outras três viagens: nos dias 22, 23 e 29 de junho, e, de acordo com o coordenador do passeio, Gustavo Marques, não há mais vagas disponíveis. Em cada viagem, aproximadamente mil passageiros dispõem de estrutura como bar e banheiro, além de muito forró pé de serra. O público é formado em sua maioria por turistas do Nordeste e também de estados mais afastados, como Tocantins, Roraima, Rio Grande do Sul, Rio de Janeiro e São Paulo.