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Domingo, 28 de abril de 2024

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Exposição reconta viagens de Carlos Vergara em missões jesuítas através de acervo artístico

Foto: Reprodução

Carlos Vergara

Carlos Vergara

O artista viajou para municípios gaúchos onde missões jesuítas deixaram seu legado. Ele coletou impressões, monotipias (técnica de impressão que resulta numa única prova) e fotografias das construções colaborativas entre os jesuítas e índios guaranis, apresentando obras de valor religioso, bem como etnográfico, histórico e arquitetônico.

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O artista em questão é Carlos Vergara. O acervo que coletou e produziu ao longo de sua viagem podem ser conferidos até o dia 21 de dezembro no Sesc Arsenal. A exposição recebeu o nome “Viajante: Experiências de São Miguel das Missões.

A experiência em São Miguel das Missões exemplifica um momento decisivo na poética de Vergara. Vários tempos e espaços se encontram e se multiplicam. Da história pessoal à cultural, o artista revisita modos de vida já esquecidos e chega à própria potência da arte ao abrir perspectivas de compreensão que não se encaixam no saber científico nem objetivo.

No extremo sul da América, criou uma possibilidade singular de vida em comum, nas quais as diferenças eram assumidas, cultivadas e reinventadas.

Em entrevista ao crítico de arte Luiz Camillo Osório, Vergara afirmou que uma pergunta recorrente é “como viver junto?”. E essa tentativa em respondê-la o levou às missões jesuíticas do sul do país, sobretudo à cidade de São Miguel das Missões, onde estão as ruínas jesuítas da antiga redução de São Miguel Arcanjo, declaradas como Patrimônio Mundial pela UNESCO em 1983.

Sobre o artista


Carlos Augusto Caminha Vergara dos Santos nasceu em Santa Maria, no Rio Grande do Sul, em 1941. Na década de 1950, chegou ao Rio de Janeiro e trabalhou como analista de laboratório; em paralelo, dedicava-se ao artesanato de jóias, as quais foram expostas na sétima Bienal Internacional de São Paulo em 1963, ano em que descobriu o desenho e a pintura. Participou, então, das emblemáticas mostras Opinião 65 e 66, no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, e foi um dos organizadores da mostra Nova Objetividade Brasileira.

Vergara também foi cenógrafo e figurinista de peças teatrais; suas obras dialogavam com o expressionismo e a arte pop. Inseriu a fotografia e os filmes super-8 em sua prática e desenvolveu uma série de trabalhos sobre o carnaval carioca. No âmbito da arquitetura, criou painéis para edifícios com materiais e técnicas do artesanato popular. Na pintura, produziu quadros abstratos geométricos, explorando tramas de losangos em campos cromáticos. A partir de suas diversas viagens pelo Brasil, Vergara ampliou sua técnica por meio do uso de elementos naturais locais, figurando com uma exímia contribuição para a inserção do rico cenário brasileiro no universo das artes plásticas.

A exposição faz parte do projeto ArteSesc, presente em mais de 80 municípios brasileiros e que já realizou mais de 30 mostras de artes visuais em quase todos os estados. Desde o ano passado, a exposição “Viajante...” já passou por estados como Mato Grosso do Sul, Sergipe, Paraíba e Alagoas. Em Mato Grosso, antes de chegar a Cuiabá, a exposição passou pelo Sesc Rondonópolis, em outubro.

Serviço:


Exposição: de 20/11 a 21/12 - 3ª a 6ª das 14h às 21h / Sáb. Dom. e Feriados das 16h às 20h
Galeria de Artes - Gratuito - Sesc Arsenal
Agendamento de grupos: sescarsenal.agendar@sescmatogrosso.com.br ou 3616-6903
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